Apesar de não ser uma doença nova, o Lipedema ainda é pouco difundido e muitas vezes confundido com outras condições de sintomas semelhantes, como a obesidade. Difundir esse conhecimento é importante para diagnósticos mais assertivos e pacientes melhor amparados com tratamentos mais adequados a sua condição.
Também conhecida como síndrome gordurosa dolorosa, o Lipedema é uma doença crônica e inflamatória caracterizada pelo excesso de gordura em regiões específicas como glúteos, pernas, tornozelos e braços.
Como características do Lipedema, as células do tecido adiposo inflamam e proliferam, causando, assim, um acúmulo patológico e progressivo dessas células de gordura inflamadas. Por esse motivo, comumente é confundida com obesidade.
Além da contribuição genética, a variação hormonal tem sido o gatilho mais frequente para o desencadeamento do Lipedema. Dessa forma, o aparecimento se torna mais corriqueiro na puberdade, gestação e menopausa.
Essa gordura que se acumula em excesso, causa desproporção corporal, além de dor e sensibilidade ao toque nas regiões afetadas. Outros sintomas frequentes são o inchaço, manchas roxas recorrentes (aqueles sem causa aparente), sensação de peso nas pernas e, em algumas pessoas, pés constantemente frios. Todos esses sintomas podem aparecer combinados ou isolados.
Para mais assertividade no tratamento, o Lipedema foi dividido em Estágios, que classificam a doença com o passar dos anos, e Tipos, que mapeiam por localização anatômica.
A superfície da pele tem aspecto normal, ocorre aumento da gordura no tecido subcutâneo e há presença de nódulos sob a pele. O inchaço também é uma característica, principalmente durante o dia. Nessa fase a resposta ao tratamento inicial costuma ser positiva. Drenagens, alimentação balanceada e a prática de atividade física aliviam alguns sintomas.
A gordura fica mais visível, deixando a pele com textura irregular que a lembra celulite, o inchaço fica mais intenso e, em alguns casos, apresenta dores e hematomas que passam a ser frequentes. Nesse estágio, o paciente costuma seguir respondendo bem ao tratamento.
Há um grande acúmulo de gordura, deformidades da pele, inchaço consistente, dores e hematomas frequentes. Passa a não reagir tão bem ao tratamento clínico e a cirurgia se torna uma opção.
Grandes deformidades de pele e gordura associadas à lesão do sistema linfático, causando edema nos pés (conhecido como lipo-linfedema). Hematomas frequentes, dores fortes na maioria dos casos e dificuldades para caminhar. Nesse caso a cirurgia pode ser recomendada, ainda que não exclua a necessidade dos demais cuidados.
Em 2022 a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu o Lipedema na Classificação Internacional de Doenças – CID 11 – por ser recente, o diagnóstico ainda é raro apesar da doença ser comum, cerca de 10% das mulheres são portadoras. Com a inclusão, a expectativa é de que os diagnósticos sejam mais numerosos e assertivos, contribuindo assim com a disseminação de informações sobre a patologia.
Na maioria dos casos, o tratamento deve ser multifatorial, com o acompanhamento de nutricionistas, endocrinologistas, ginecologistas, ortopedistas, cirurgiões vasculares e até cirurgiões plásticos, dependendo da intensidade e complexidade do quadro.
O diagnóstico é feito normalmente por exame físico e anamnese, que consiste em uma entrevista aplicada por um médico gabaritado sobre o assunto. Além disso, caso o especialista julgue necessário, é possível solicitar exames na tentativa de estudar a distribuição da gordura corporal e descartar outras patologias que são frequentemente confundidas com Lipedema.
Dois dos principais hormônios femininos, estrogênio e progesterona, podem estar associados ao desencadeamento do Lipedema. Ambos passam a ser produzidos pelo organismo na puberdade. Enquanto os níveis de progesterona podem afetar a retenção de líquido e consequentemente o inchaço, o de estrogênio influencia a distribuição de gordura. O desequilíbrio dos níveis desses hormônios leva à desregulação do tecido adiposo e compromete o mecanismo que transforma os alimentos em gordura no corpo.
Apesar dos estudos ainda não serem conclusivos, a atuação dos hormônios seria um indício para a doença acometer, quase exclusivamente, as mulheres.
Apesar de incomum, a doença pode aparecer em homens também. Os pacientes do sexo masculino geralmente apresentam condições que estão associadas aos altos níveis de estrogênio e baixos níveis de testosterona, como, por exemplo, o hipogonadismo masculino e a doença hepática.
Quando falamos em desproporção corporal com membros inferiores maiores que o tronco, além de dores e sensibilidade ao toque nessas regiões, podemos estar nos referindo a uma doença, Lipedema. Obesidade, linfedema e celulite são condições clínicas diferentes. Entenda:
Por ser uma doença pouco difundida, o Lipedema é comumente confundido com a obesidade, não só por pacientes como por médicos também. Por esse motivo, a escolha do profissional é tão importante.
Na obesidade, a gordura compromete o corpo de maneira mais uniforme, inclusive no abdômen. Além disso, a gordura do Lipedema se difere por ter nodulações e componente inflamatório.
Uma adequação alimentar e a prática de exercícios físicos podem ser suficientes para um tratamento efetivo. No caso do Lipedema, esse comprometimento é concentrado nos glúteos, pernas e braços, muitas vezes apresentando dor nessas regiões. A mudança de hábitos nem sempre é suficiente para resolver o problema.
É o acúmulo de líquido no braço ou na perna causado pelo bloqueio do sistema linfático, fazendo com que esse membro fique inchado. Apesar de também ser confundido com Lipedema, ele possui algumas características marcantes que os diferenciam. A principal diferença é que no caso de Linfedema o inchaço acontece em apenas um braço ou uma perna, deixando os membros assimétricos. Enquanto no Lipedema os dois membros são afetados simetricamente.
Comum entre as mulheres, a celulite é o acúmulo de gordura sob a pele com característico aspecto ondulado, tipo “casca de laranja”. Mais especificamente localizada abaixo da epiderme (camada externa da pele) e da derme (camada intermediária formada por tecido conjuntivo, fica entre a epiderme e a hipoderme).
Diferente do Lipedema, que é uma doença que atinge regiões específicas do corpo, a celulite é uma condição que pode ocorrer em qualquer local.
Como as causas ainda não são claras, não há um indicativo de prevenção que assegure o não aparecimento do Lipedema. Porém, um ponto de atenção é se a doença se manifesta em alguém da família e nesse caso a investigação e o cuidado com a alimentação e os exercícios são bem-vindos.
Apesar de ser uma doença sem cura, é possível amenizar os sintomas do Lipedema e melhorar a qualidade de vida do paciente. Para isso, é importante um tratamento multidisciplinar que inclui uma alimentação equilibrada focada na desinflamação, atividade física de baixo impacto, drenagem linfática e demais indicações que o profissional médico possa recomendar.
Um acompanhamento nutricional focado em uma alimentação anti-inflamatória e que também atue na melhora da hidratação, é fundamental para controlar o avanço da doença e reduzir quadros que geram desconforto e redução na qualidade de vida.
Alguns nutricionistas buscam inspiração na dieta mediterrânea, rica em alimentos frescos e naturais e fontes de gorduras mais saudáveis como peixes e outras carnes magras.
Os vegetais são muito importantes, pois auxiliarão no recrutamento de substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias. Também é necessário um cuidado especial para a microbiota intestinal, além de equilibrar a ingestão de colágeno, que atua diretamente nos tecidos prejudicados pela doença.
Diminuir o consumo de açúcar também é de grande ajuda, já que ele contribui para a inflamação e o ganho de peso. Alimentos embutidos e ricos em sódio também são nocivos, pois aumentam a retenção de líquido.
Portadores de Lipedema têm uma tendência maior em desenvolver transtornos alimentares e por esse motivo a atenção a uma dieta equilibrada sem grandes exageros restritivos é fundamental.
Pacientes com Lipedema costumam ter dificuldades na prática de exercícios, seja por conta da dor ou pela baixa mobilidade. Por esse motivo, costuma-se indicar atividades de baixo impacto, como hidroginástica, caminhada e dança.
Os exercícios são importantes para estimular o sistema cardiovascular, melhorando a circulação sanguínea. Além disso, são fundamentais para a redução do inchaço e a perda de peso, pois contribuem para a melhora dos sintomas.
É comum pacientes com lipedema desenvolverem obesidade no curso da doença. Por esse motivo o gerenciamento de peso de forma saudável auxilia nos sintomas e assim contribui para um tratamento mais efetivo. Abaixo, algumas substâncias que podem ser utilizadas na forma de suplementos manipulados com a intenção de contribuir com a manutenção do peso.
Encontrada em abundância em indivíduos saudáveis, Akkermansia muciniphila é uma bactéria mucolítica importante para a integridade da mucosa intestinal. Ela produz acetato, um ácido graxo de cadeia curta que ajuda a regular os estoques de gordura corporal e o apetite. Em níveis adequados, a muciniphila auxilia regulando parâmetros como peso corporal e hipertrigliceridemia, assim como ajudando na melhora da sensibilidade à insulina.
Essa substância à base de fibra vegetal auxilia no emagrecimento saudável e seguro, através da absorção da gordura presente na alimentação. CalReduct® atua se ligando e revestindo as gotículas de gordura, tornando-as resistentes à digestão. Após esse revestimento, o conjunto do ativo com a gordura passa pelo aparelho digestivo e é eliminado como resíduo, possibilitando uma redução calórica e consequentemente um emagrecimento seguro e saudável.
Saiba mais:
Para saber mais sobre cada um desses ativos, converse com seu médico ou nutricionista. Conte com a Essentia Pharma para conhecer as diferentes opções de fórmulas para manipulação.
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