Probióticos são microorganismos vivos, que vivem naturalmente no intestino humano e oferecem benefícios tanto imunológicos como digestivos, podendo ser encontrados no iogurte e através de suplementos, por exemplo.
A utilização de bactérias vivas tem ganhado atenção dos profissionais de saúde diante do seu importante papel na manutenção de uma microbiota intestinal saudável, a fim de prevenir doenças crônicas, como as cardiovasculares, por exemplo. Em estudos anteriores, a bactéria, conhecida como Lactobacillus reuteri NCIMB 30242 (foto), demonstrou reduzir os níveis sanguíneos de colesterol LDL (o “mau” colesterol).
Os pesquisadores da Universidade de McGill, em Montreal, Canadá, investigaram em sua recente pesquisa se a cepa de Lactobacillus reuteri poderia diminuir os níveis sanguíneos de ésteres de colesterol – moléculas de colesterol ligadas a ácidos graxos, uma combinação que corresponde à maior parte do colesterol presente no sangue e ultimamente está mais relacionado aos problemas cardiovasculares, pois estas moléculas acumulam-se mais facilmente às placas de gordura nas artérias.
O estudo envolveu 127 indivíduos adultos com níveis altos de colesterol. Metade dos participantes ingeriu um suplemento de L. reuteri duas vezes ao dia, enquanto a outra metade ingeriu placebo. Após 9 semanas, aqueles que fizeram uso do probiótico apresentaram níveis 11,6% menores de LDL, além de redução de 6,3% de ésteres de colesterol e de 8,8% de ácidos graxos saturados, comparando com o grupo placebo. Níveis de HDL e triglicerídeos não se alteraram.
Os cientistas têm proposto que as cepas de Lactobacillus afetam os níveis de colesterol de várias formas, incluindo a quebra de sais biliares. L. reuteri NCIMB 30242 foi fermentado e formulado para otimizar o efeito sobre o colesterol e sais biliares.
Os sais biliares são sintetizados no fígado pelos hepatócitos a partir do colesterol. O colesterol é eliminado do corpo pela conversão em ácidos biliares, os quais são excretados nas fezes e são, portanto, importante fonte de eliminação de colesterol do organismo.
O mecanismo mais significativo de excreção de colesterol é fornecido pelos sais biliares, tanto como um produto metabólico quanto como um solubilizador (bile). Sabe-se que uma parte do colesterol no intestino é modificada por bactérias, talvez pela incorporação de colesterol intestinal pelo microrganismo, ou pela desconjugação dos sais biliares (não serão reabsorvidos), ou ainda pela inibição da síntese de colesterol hepático e/ou redistribuição de colesterol do plasma para o fígado através dos ácidos graxos de cadeia curta.
Com base na correlação entre a redução do LDL e medidas dos ácidos biliares no intestino, os resultados do presente estudo sugerem que o probiótico desconjugou os sais biliares, levando à redução de LDL e da absorção de colesterol no intestino. A pesquisa utilizou a dosagem de 200mg/dia (200 BLH UFC) de L. reuteri, níveis inferiores que outros produtos como fibra solúvel ou os naturais.
Os pacientes parecem tolerar bem o uso do probiótico L. reuteri e não apresenta efeitos colaterais, mas devido à pequena amostra de participantes no estudo, não se sabe se o impacto do probiótico difere entre homens e mulheres ou grupos étnicos.
Referências
(1) Jones, M.L., Martoni, C.J., Prakash, S. Cholesterol lowering and inhibition of sterol absorption by Lactobacillus reuteri NCIMB 30242: a randomized controlled Trial. European Journal of Clinical Nutrition (2012) 66, 1234–1241.
(2) Manzoni, M.S., Cavallini, D.C., Rossi, E.A. Efeitos do consumo de probióticos nos lípides sanguíneos. Alim. Nutr. Araraquara, v.19, n.3, p. 351-360, jul./set. 2008.
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