Inúmeros estudos têm tornado vitamina D um nutriente único. Além da sua ingestão pelos alimentos, podemos obtê-la através da exposição solar. Por aí conseguimos ver a necessidade de estar nos níveis adequados.
Há muitos anos conhecida pelo seu papel na manutenção da saúde dos ossos, a vitamina D tem sido uma peça fundamental na função cerebral. Particularmente, na redução do risco de desenvolvimento da doença de Parkinson ou da progressão de sua severidade. No entanto, sabe-se que não necessariamente baixos níveis de vitamina D provocam a doença.Por essa razão, para verificar a relação da vitamina D e da doença de Parkinson, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Jikei, no Japão, realizaram um estudo randomizado com 114 pacientes com a patologia.
Os resultados foram publicados em maio de 2013 no American Journal of Clinical Nutrition e sugerem que a suplementação com vitamina D de fato pode ajudar a estabilizar a evolução da doença de Parkinson em pacientes com predisposições genéticas, isto é, pacientes com alterações no gene receptor para vitamina D. A vitamina D3 – forma ativa do nutriente – é lipossolúvel e ao entrar na célula interage prontamente com seu receptor, ou seja, caso haja uma alteração no gene que “forma” a proteína desse receptor, a vitamina não executará adequadamente sua função no corpo.
Os participantes tinham em média 72 anos, sendo que um grupo recebeu placebo (cápsulas sem ativo) e outro grupo recebeu 1200 UI de vitamina D por 1 ano. No início e ao final do estudo, os pacientes foram avaliados para determinar os sintomas da doença de Parkinson, além de retirar amostras de sangue avaliação dos níveis de vitamina D e da composição genética.
Como esperado, a suplementação melhorou os níveis de vitamina D nos participantes. Além disso, os indivíduos que ingeriram placebo apresentaram declínios mentais e físicos relacionados ao Parkinson, especialmente naqueles que tinham alterações no gene que codifica o receptor para vitamina D. Mais importante ainda foi a falta de efeitos negativos da vitamina, como por exemplos concentrações elevadas de cálcio no sangue.
Os autores concluíram que alguns pacientes com doença de Parkinson podem se beneficiar com a suplementação de vitamina D. Sugeriram também que, uma vez que no início da vida a deficiência de vitamina D pode causar certos transtornos do neurodesenvolvimento, como esquizofrenia, ela pode acelerar a progressão de doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson. Esse estudo é importante quando verificamos a possibilidade de prevenir doenças neurodegenerativas tanto como o Parkinson quanto o Alzheimer, patologias com motivos ainda desconhecidos e sem possibilidades – pelo menos atualmente – efetivas de regeneração total.
Fonte:
Suzuki, M., Yoshioka, M., Hashimoto, M., Murakami, M., Noya, M., Takahashi, D., Urashima, M. Randomized, double-blind, placebo-controlled trial of vitamin D supplement in Parkinson’s disease. Am J Clin Nutr May 2013.
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