Ele está em todo lugar, desde os temperos prontos, passando pelos sucos industrializados e até mesmo no macarrão refinado. Os brasileiros foram adicionando em seu café ou ingerindo em refrigerantes por décadas. Sabemos que pode causar cáries e levar ao ganho de peso, mas talvez não seja pior que isso…ou é?
Em um artigo publicado em agosto de 2013 na revista Nature Communications, pesquisadores da Universidade de Utah, EUA, mostraram que uma dieta fornecendo 25% de suas calorias provenientes de açúcar adicionado – em humanos esse valor equivale a três latas de refrigerante por dia – dobrou a taxa de mortalidade de camundongos fêmeas e causou déficit na reprodução nos machos.
O experimento foi simples: animais foram alimentados com uma dieta controlada ou a mesma dieta mais 25% de calorias sob a forma de glicose e frutose (que é semelhante à composição do açúcar de mesa) divididas em partes iguais, durante 26 semanas. Primeiramente ficaram divididos de acordo com o sexo, e após, machos e fêmeas foram alojados juntos por 32 semanas, permitindo que os machos delimitassem seu território e competisse pelas companheiras. Os pesquisadores observaram que as fêmeas com a dieta elevada em açúcar morreram duas vezes mais e tinham uma taxa de reprodução mais baixa, até o final do estudo. Camundongos machos delimitaram 26% menos territórios e produziram 25% menos filhos.
A quantidade máxima “segura” recomendada pela Academia Nacional dos Estados Unidos e pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos é de, justamente, 25% de açúcares adicionados, e esse valor é consumido por 13 a 25% de uma população como a dos EUA, por exemplo.
A recomendação mais adequada é que a quantidade de glicose e frutose na dieta seja proveniente de alimentos naturais, como frutas, batata e outros alimentos não processados. Apesar da presença desses compostos nos alimentos naturais, estes contam com boas quantidades de fibras, que reduzirão o tempo de absorção do açúcar no nosso sangue. “Os resultados deste estudo mostram que alto consumo de açúcar afeta negativamente a saúde dos mamíferos”, apontam os autores.
Fonte:
Ruff, J.S, Suchy, A.K., Hugentobler, S.A., Sosa, M.M, Schwartz, B.L., Morrison, L.C.,Gieng, S.H., Shigenaga, M.K., Potts, W.K. Human-relevant levels of added sugar consumption increase female mortality and lower male fitness in mice. Nature Communications 4, 2245. August, 2013.
Owens, B. ‘Safe’ levels of sugar harmful to mice. Nature. 13 August 2013.
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