Uma vez que os níveis hormonais durante a transição para a menopausa podem se alterar, a qualidade dos portadores de colesterol em uma mulher decai, deixando-a mais propensas às doenças cardíacas, segundo estudo publicado na Journal of Lipid Research (junho/2014).
“Descobrimos que os níveis mais baixos de estradiol, uma das principais alterações hormonais que marcam a menopausa, estão associados com transportadores de colesterol de baixa qualidade, um dos parâmetros utilizados para prever o risco de doenças cardíacas”, comenta a autora Samar El Khoudary, Ph.D., professora assistente do Departamento de Saúde de Epidemiologia e Saúde Pública, na Universidade de Pittsburgh. “Nossos resultados sugerem que pode haver valor no uso de métodos avançados para avaliar as mudanças na qualidade dos portadores de colesterol, prevenindo os riscos com mudança no estilo de vida ou intervenções necessárias.”
Como foi feita a análise da qualidade do tipo de colesterol? A avaliação, apoiada pelo National Institutes of Health (NIH), foi feita usando um método avançado para caracterizar portadores de colesterol no sangue. “Altos níveis de HDL, que conhecemos como ‘colesterol bom’, nem sempre são sinal de proteção, como se pensa há muito tempo”, comenta a autora. A Dra. El Khoudary explica que os níveis normais de LDL, ou “colesterol ruim”, não implicam em níveis normais de colesterol em todos os indivíduos. Pelo contrário, a qualidade dos portadores de colesterol podem fornecer informações mais precisas sobre a relação com os níveis de colesterol e seu risco.
Qual a diferença entre os tipos de colesterol? O colesterol viaja através da corrente sanguínea em partículas pequenas, chamadas lipoproteínas ou transportadores de colesterol. Testes de sangue convencionais mostram a quantidade de colesterol transportado pelas lipoproteínas, mas não mostram as características das próprias lipoproteínas. Existem dois principais tipos: lipoproteínas de alta densidade (HDL), que ajudam a evitar que o colesterol se acumule nas artérias, e a lipoproteína de baixa densidade (LDL), a principal fonte de acúmulo de colesterol e obstrução nas artérias. Os estudos têm demonstrado que as características das partículas de LDL e HDL, incluindo o número e seu tamanho, preveem significativamente o risco de doença cardíaca.
O que eles avaliaram? Estudos anteriores que avaliaram as associações entre os hormônios sexuais e as doenças cardiovasculares nas mulheres com menopausa, olhava apenas para o colesterol medido através de exames de sangue convencionais. Dra. El Khoudary e seus colegas utilizaram espectroscopia de ressonância magnética nuclear para medir o tamanho, a distribuição e concentração de lipoproteínas que transportam colesterol no sangue.
A equipe descobriu que, à medida que os níveis de estrógenos caem, as mulheres têm concentrações maiores de partículas LDL e HDL de baixa qualidade, menores e mais densos, características associada ao risco cardiovascular. Os exames de sangue convencionais muitas vezes não pegar em tal nuance no tamanho das partículas.
Como foi o estudo? O estudo avaliou 120 mulheres de Pittsburgh, inscritas no Estudo da Saúde da Mulher em todo o país (SWAN). As mulheres tinham, em média, 50 anos e meio de idade e não estavam em terapia de reposição hormonal.
SWAN é um estudo em curso das mudanças biológicas, físicas, psicológicas e sociais em mais de 3.000 mulheres de meia idade que foram recrutados em sete locais em todos os EUA. O objetivo é ajudar os cientistas, profissionais de saúde e as mulheres a aprenderem como as experiências da meia-idade afetam a saúde e a qualidade de vida durante o envelhecimento.
“Quando uma mulher entra na menopausa, muitas mudanças biológicas que ocorrem podem colocá-la em maior risco de muitas doenças, incluindo osteoporose e doenças cardíacas”, disse El Khoudary. “Nosso estudo mais recente ressalta a importância de ter os médicos conscientes desses fatores de risco e preparado para trabalhar com a sua paciente.”
Sobre a autora: Dra. El Khoudary está trabalhando com outros cientistas a fim de arrecadar financiamento para estudar uma amostra maior de mulheres a longo prazo, para analisar definitivamente a relação das alterações nos níveis hormonais e qualidade dos portadores de colesterol com as doenças cardíacas.
Fonte:
S. R. El Khoudary, M. M. Brooks, R. C. Thurston, K. A. Matthews. Lipoprotein subclasses and endogenous sex hormones in women at midlife. The Journal of Lipid Research, 2014.
University of Pittsburgh Schools of the Health Sciences. “Sex hormone levels at midlife linked to heart disease risk in women.” ScienceDaily. ScienceDaily, 27 June 2014.
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