Um estudo que acompanhou dezenas de milhares de homens de meia-idade e mais velhos por mais de 20 anos descobriu que o exercício vigoroso e outros hábitos de vida saudáveis podem reduzir o risco de desenvolver um tipo letal de câncer de próstata em até 68%.
Enquanto a maioria dos cânceres de próstata são “clinicamente indolentes”, significando que não ocorre a metástase, e assim não ameaçando a vida, uma minoria dos pacientes é diagnosticada com a doença agressiva que invade o osso e outros órgãos e é, em última análise, fatal. A autora líder do estudo, Stacey Kenfield, da Universidade da Califórnia, São Francisco (UCSF), e uma equipe de pesquisadores da UCSF e Harvard, se voltaram para essa variante de câncer de próstata para determinar se o exercício, dieta e o hábito de não fumar salvariam vidas.
No estudo, publicado no Journal of the National Cancer Institute, os pesquisadores analisaram dados de dois estudos norte-americanos: “Health Professionals Follow-Up Study” que acompanhou mais de 42.000 profissionais de saúde – homens com idades entre 40 e 75, de 1986 a 2010; e um segundo, “Physicians’ Health Study”, que acompanhou mais de 20.000 médicos – homens com idades entre 40 e 84, de 1982 a 2010.
Para calibrar os efeitos de hábitos de vida, os pesquisadores desenvolveram uma pontuação e atribuíram um ponto para cada resposta afirmativa a perguntas sobre o exercício intenso regular indutor de transpiração, índice de massa corporal (IMC) abaixo de 30, ausência do uso de tabaco por, no mínimo, 10 anos, alto consumo de peixes gordos, alta ingestão de tomates e baixa ingestão de carne processada.
Para reduzir o erro, os participantes não possuíam diagnóstico de câncer no início do estudo e um atraso de quatro anos foi imposto para excluir aqueles que, sem saber, tinham câncer de próstata letal, determinado por evidência de “morte por câncer de próstata ou metástase nos ossos ou outros órgãos, excluindo nódulos linfáticos”. Casos foram confirmados através de registros médicos e patológicos, e a causa da morte foi determinada por certidão de óbito e registro médico, e, secundariamente, por parente mais próximo.
A atividade vigorosa supera outros fatores de estilo de vida
Os pesquisadores identificaram 576 casos de câncer de próstata letal no grupo profissionais de saúde e 337 casos no grupo dos médicos. Os participantes com 5 a 6 pontos no grupo profissionais de saúde tiveram 68% menor risco de câncer de próstata letal e 38% menor risco no grupo dos médicos. Ao olhar somente os fatores dietéticos, os homens com três pontos, contra aqueles com zero ponto, tiveram uma diminuição de 46% de chance de desenvolver câncer de próstata letal no grupo dos profissionais de saúde. No grupo dos médicos esta diminuição foi de 30%.
Os autores relataram que, embora houvesse menos casos e dados menos detalhados recolhidos no estudo dos médicos, o placar foi semelhante em ambas as populações, indicando o potencial benefício de hábitos de vida saudáveis na defesa contra o câncer de próstata letal.
“Estimamos que 47% dos casos de câncer de próstata letal seriam evitados, nos Estados Unidos, se os homens com mais de 60 anos adotassem cinco ou mais desses hábitos saudáveis”, disse Kenfield, professor assistente no Departamento de Urologia do Centro Médico da UCSF, e, anteriormente, do Departamento de Medicina na Escola Médica de Havard, Boston, onde o estudo teve início.
“É interessante que a atividade vigorosa teve o maior impacto potencial sobre a prevenção do câncer de próstata letal. Estimamos que 34% do câncer de próstata letal fosse reduzido se todos os homens acima de 60 anos fizessem exercício ao ponto de transpirarem por pelo menos três horas por semana”, disse Kenfield.
Os pesquisadores também calcularam que o risco do câncer entre os mesmos homens seria cortado em 15%, se consumissem, pelo menos, sete porções de tomate por semana, e 17% seriam poupados do diagnóstico se consumissem, pelo menos, uma porção de peixe gordo por semana. Reduzir a ingestão de carnes processadas reduziria o risco em 12%. Em contraste, o risco atribuído populacional para o hábito de fumar foi de 3%, em grande parte porque a maioria dos homens mais velhos americanos não são fumantes desde muito tempo.
As mudanças de estilo de vida também previnem doenças cardíacas e diabetes
“Este estudo ressalta a necessidade contínua de medidas de prevenção mais eficazes e políticas para aumentar o exercício, melhorar a qualidade da dieta e reduzir o uso do tabaco em nossa população”, disse a autora sênior June M. Chan, ScD, dos departamentos de Urologia e Epidemiologia e Bioestatística, da UCSF. “É preciso cooperação e esforço de várias áreas, como companhias de seguros, empregadores, políticos e planejadores da cidade, para descobrir como apoiar de forma criativa e incentivar mais exercício na vida durante os dias de trabalho dos ocupados adultos. Estes hábitos de vida alinham com outras recomendações para prevenir diabetes e doenças cardíacas.”
Cerca de um entre sete adultos será diagnosticado com câncer de próstata, tornando o câncer mais diagnosticado nos Estados Unidos, excluindo o câncer de pele não-melanoma. De acordo com a Sociedade Americana de Câncer, em 2015 haverá cerca de 220.800 casos de câncer de próstata e cerca de 27,540 mortes.
Fonte:http://www.sciencedaily.com/releases/2015/11/151118094339.htm
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