“Kudos” é uma palavra de origem grega que significa elogio e muito utilizada no idioma inglês informalmente como uma maneira de congratular uma pessoa ou um conjunto de pessoas por um resultado alcançado. E KUDOS é a sigla em inglês para Kansas University DHA Outcomes Study, um estudo com base nos Estados Unidos para analisar os possíveis custos hospitalares e a economia líquida se a suplementação universal de DHA fosse instaurada para a díade materno-infantil. Pelos resultados descobertos, kudos para os pesquisadores do estudo.
O estudo publicado em PLEFA indica que uma suplementação diária de 600mg de DHA – um dos ácidos essenciais poli-insaturados geralmente obtidos do óleo de peixe (ômega-3) –, a gestantes resultaria em significante redução de partos prematuros precoces – com menos de 34 semanas de idade gestacional. A economia de custo hospitalar por causa da suplementação de DHA totalizou em US $ 1.678,00 por bebê. Mesmo após o ajuste para o custo estimado do fornecimento da suplementação durante 26 semanas (US $ 166,48) e um custo de cuidado maternal ligeiramente superior (US $ 26), a economia líquida por díade foi de US $ 1.484,00. Anualmente, ao se extrapolar este número para os quase 4 milhões de partos nos EUA, sugere-se que a suplementação universal de DHA durante os últimos 2 trimestres da gravidez poderia poupar o sistema de saúde dos EUA em até US $ 6 bilhões.
O parto prematuro é caracterizado pelo nascimento do bebê antes das 37 semanas de gestação. Os custos dos cuidados de saúde perinatais são significativos entre os recém-nascidos prematuros, mas são particularmente elevados para os bebês nascidos antes das 34 semanas de gestação (parto prematuro precoce), os quais representaram cerca de 3% dos nascimentos nos EUA em 2014. Dois ensaios randomizados recentes (Makrides et al.; Carlson et al.) de suplementação de DHA na gravidez descobriram que o grupo de mulheres suplementadas apresentou reduções de partos prematuros precoces, em comparação com o grupo placebo. Sob a mesma ótica, uma meta-análise recente de Kar et al. incluiu 6 estudos que avaliaram o efeito da suplementação de ácidos graxos ômega-3 durante a gestação e com isto observaram uma redução de partos prematuros precoces em 58%.
Também, no ano passado, uma análise de custos hospitalares feita na Austrália (Ahmed et al.) sobre a suplementação de DHA para gestantes, DOMInO – DHA to Optimize Mother and Infant Outcome, acusou uma redução de 15% de nascimentos prematuros e uma economia ao sistema público de saúde no valor de AUD $ 15 a 51 – como forma de comparação à análise americana, US $ 11 a 37 milhões. No entanto, a incidência de partos prematuros precoces nos Estados Unidos é mais alta que na Austrália.
E quanto ao Brasil? Por enquanto, a nível nacional, nenhuma pesquisa foi efetuada sobre este importante tema. Mas, tendo em mente que os resultados acima citados não analisaram as despesas subsequentes no longo prazo muitas vezes necessárias para os cuidados especiais associados com as condições de déficits comuns entre bebês prematuros, nem os benefícios de longo prazo na saúde da criança nascida de parto não prematuro (e da mãe) já evidenciados em estudos anteriores, é possível de antemão fazer-se a hipótese de uma também significante economia e muito mais saúde, como também acentuar a importância de pesquisas como estas.
Traduzido por Essentia Pharma
Fonte: Shireman TI, et al. Docosahexaenoic acid supplementation (DHA) and the return on investment for pregnancy outcomes. PLEFA, 2016. DOI: 10.1016/j.plefa.2016.05.008
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