O câncer de cólon é uma das formas de câncer mais prevalentes e letais do mundo e acredita-se que seja causado principalmente pela dieta ocidental. Estima-se que um milhão de pessoas em todo o mundo são diagnosticadas com câncer de cólon, e 500 mil delas morrem a cada ano. As abordagens de tratamento convencional continuam fazendo pouco para reduzir a mortalidade, e acredita-se que isso seja devido à presença de uma subpopulação de células tumorais do cólon conhecidas como células-tronco cancerígenas (CSCs) ou células iniciadoras de tumores (TIC) resistentes à quimioterapia e, portanto, contribuindo para a reincidência.
Na verdade, a quimioterapia além de não conseguir destruir as células na raiz do câncer de cólon, ela pode induzir as propriedades de células-tronco cancerígenas dentro das células tumorais do cólon que, de outra forma, não se expressariam. Isso pode resultar, no pós-tratamento, a sobrevivência das células cancerosas de maneira mais maligna.1 A radioterapia também demonstrou induzir células cancerígenas nas formas de câncer de mama (até 30 vezes maior tumorigenicidade), o que indica que tanto a quimioterapia quanto a radioterapia estão longe de “curar” a doença.
Dada a situação, o interesse em terapias terapêuticas naturais para as células-tronco cancerígenas aumentou dramaticamente nos últimos anos. Em um novo estudo publicado em Nutrition, intitulado “Colon carcinogenesis: influence of Western diet-induced obesity and targeting stem cells using dietary bioactive compounds” (em tradução livre, Carcinogênese do cólon: influência da obesidade induzida pela dieta ocidental e o uso de compostos bioativos alimentares com foco nas células-tronco), os pesquisadores identificaram o estilo de vida e a dieta ocidentais como principal motor da incidência de câncer de cólon:
“A acúmulo de evidências sugere que os fatores do estilo de vida são um dos componentes predominantes que modulam a susceptibilidade ao câncer de cólon [12,13]. É um fato preocupante que as taxas de incidência mais altas de câncer de cólon são observadas em países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos [14]. Além disso, o risco deste câncer é elevado na geração de indivíduos que migraram de países em desenvolvimento para países desenvolvidos. As taxas de câncer de cólon estão aumentando rapidamente em países em desenvolvimento e pode ser devido à adoção de várias características do estilo de vida ocidental, conforme analisado anteriormente [14]. As dietas ricas em carnes vermelhas e processadas, amidos refinados, açúcar e ácidos graxos saturados e trans, mas pobres em frutas, vegetais, fibras, ácidos graxos ômega-3, cálcio, vitamina D e grãos integrais estão intimamente associados a um maior risco para o câncer de cólon. Outras principais características do estilo de vida ocidental, como o excesso de massa corporal e os comportamentos sedentários, também estão fortemente associadas ao maior risco de desenvolver o câncer [14-16]”.
Os pesquisadores enfatizaram o papel especial da dieta no câncer de cólon em particular: “A dieta contribui de 20 a 42% para todos os cânceres e de 50 a 90% para o câncer de cólon [24]”. [Ênfase adicionada]
De acordo com o estudo, o mecanismo biológico primário pelo qual a dieta ocidental desencadeia o câncer de cólon é através do aumento dos níveis do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1), diminuindo as proteínas de ligação ao IGF, o que, por sua vez, aumenta os níveis de IGF-1 bioativos (livres). Isso resulta em uma complexa cascata de eventos moleculares consistentes com a iniciação e promoção do câncer.
Claro, se a dieta ocidental é o principal motor da carcinogênese do cólon, a melhor abordagem preventiva seria substituí-la por uma dieta produzida organicamente, com alto teor de vegetais/fibras, rica em gorduras não oxidadas (ricas em ômega-3 e gorduras saturadas naturais) e ingredientes anti-inflamatórios. Mas quando essas modificações são difíceis de implementar ou não adotadas suficientemente cedo, ou somente após que tumores de cólon ou um câncer invasivo já se enraizou, é necessária uma abordagem mais específica e talvez “heroica”, independente da quimioterapia.
De acordo com os pesquisadores, “A pesquisa de um regime quimioterápico não tóxico é alimentada por estudos epidemiológicos que mostram uma correlação entre as dietas à base de plantas e o risco reduzido para vários tipos de câncer [30]”. O estudo centrou sua atenção nos seguintes compostos naturais como possíveis alternativas de quimioterapia:
O estudo identificou esses compostos como possuindo potenciais propriedades anticâncer do cólon, devido, em parte, à sua capacidade de interferir com os níveis elevados de IGF-1, além de melhorar muitos efeitos a jusante induzidos pela dieta ocidental, como a inibição da via de auto-renovação das células cancerosas conhecida como Wnt.
O notável sobre esses fitocompostos é que eles são encontrados em ingredientes alimentares comumente consumidos. A curcumina é o polifenol primário da raiz do açafrão. O resveratrol é encontrado em muitos alimentos comuns, incluindo uvas, amendoim e chocolate. O licopeno é encontrado na melancia, tomate e goiaba, por exemplo. A semente de uva, embora não comumente consumida quando não sob a forma de suplemento, é um nutracêutico ou parte de uma fruta facilmente acessível na maioria dos lugares do mundo.
Uma possível lição desses fatos é que, em vez de esperar até que alguém seja diagnosticado com uma condição de saúde grave, como o câncer de cólon, faz sentido incorporar esses compostos benéficos na dieta diária. Para a prevenção, as doses necessárias são baixas, já para o caso de tratamento são necessárias altas doses como alternativas de “quimioterapia”.
É aconselhável que os profissionais da área de medicina e pacientes levem a sério esta pesquisa preliminar, usando modificações dietéticas não tóxicas e/ou concentrações terapêuticas desses ingredientes alimentares bioativos como estratégia de medicina preventiva.
Traduzido por Essentia Pharma
Referências e citações disponíveis no artigo original: www.thesleuthjournal.com/food-not-chemo-cure-colon-cancer/
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