Aqui está mais uma notícia que pode prejudicar o seu hábito de comer doces: novas pesquisas mostram que exagerar no açúcar pode prejudicar o fígado de homens (mesmo saudáveis). Isso porque pesquisadores britânicos descobriram que uma dieta rica em açúcar foi associada com níveis insalubres de gordura no sangue e no fígado.
A conclusão consequente, disse o pesquisador principal, Bruce Griffin, é que “consumir grandes quantidades de açúcar pode alterar o metabolismo da gordura de maneiras que poderiam aumentar o seu risco de doença cardiovascular”. Griffin é professor de metabolismo nutricional na Universidade de Surrey, em Guildford, Inglaterra.
Dana Angelo White, nutricionista e assistente clínica de medicina esportiva na Universidade Quinnipiac, em Hamden, Connecticut, não ficou surpresa com os achados. “Este estudo oferece mais uma razão válida para a redução do açúcar. Além do estoque de calorias vazias, o açúcar cria mais trabalho metabólico para o fígado”, observou.
No estudo, o time de Griffin rastreou a saúde do fígado de um grupo de homens de meia-idade com níveis altos (11 homens) ou baixos (14 homens) de gordura no fígado. O excesso de acúmulo de gordura no fígado é considerado insalubre, e os homens com níveis elevados de gordura já tinham uma condição conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). De acordo com a American Liver Foundation, essa doença está ligada à obesidade e afeta até um quarto dos americanos.
Açúcar versus fígado masculino: a pesquisa
Os participantes foram convidados a seguir uma das duas dietas: uma dieta com alto teor de açúcar, consumindo 650 calorias de açúcar por dia durante três meses; ou uma dieta com baixo teor de açúcar, com até 140 calorias de açúcar por dia.
Os pesquisadores descobriram que os participantes com DHGNA que seguiram a dieta com alto teor de açúcar desenvolveram mudanças no metabolismo da gordura – processo pelo qual o organismo quebra as gorduras no sangue e as usa como fonte de energia. Essas mudanças são bem conhecidas por estarem ligadas a um maior risco de doença cardíaca, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, disse a equipe de pesquisa.
Mas mudanças semelhantes também foram observadas nos fígados de homens até então saudáveis que apresentavam um baixo teor de gordura hepática no início do estudo. Neste grupo, ao adotar uma dieta com alto teor de açúcar, os homens desenvolveram níveis mais elevados de gordura no fígado. Os pesquisadores também encontraram mudanças em seu metabolismo de gordura que se mostrou semelhante ao de homens que já tinham DHGNA.
“Nossas descobertas fornecem novas evidências de que o consumo de grandes quantidades de açúcar pode alterar o metabolismo da gordura de maneiras que poderiam aumentar o seu risco de doença cardiovascular”, afirmou Griffin em um comunicado de imprensa da universidade.
Os autores do estudo reforçaram que suas descobertas são particularmente preocupantes, uma vez que a prevalência de DHGNA está em ascensão entre crianças e adultos.”Embora a maioria dos adultos não consuma os altos níveis de açúcar que usamos nesse estudo, algumas crianças e adolescentes podem atingir esses níveis de consumo através de bebidas gaseificadas e doces”, detalhou Griffin. “Isso suscita preocupação com a futura saúde da população mais jovem, especialmente tendo em vista a prevalência alarmante de DHGNA em crianças e adolescentes e o aumento exponencial da doença hepática fatal em adultos”, concluiu.
A Dra. Rachel Bond, que ajuda a dirigir o centro Saúde do Coração das Mulheres do Lenox Hill Hospital, em Nova York, ao analisar as descobertas, disse que a conclusão do estudo é algo que não podemos ignorar. “Na minha prática, enfatizo que mesmo uma colher de açúcar poderia potencialmente colocar o coração em maior risco”, enfatizou.
Mas a nutricionista White acrescentou que nem sempre é fácil rastrear quanto de açúcar você pode estar consumindo diariamente. “É realmente difícil para os consumidores avaliarem quanto açúcar estão consumindo, já que é um ingrediente encontrado em tantos lugares inesperados”, explicou.
“O açúcar não é encontrado apenas em doces, refrigerantes e biscoitos, mas ele está presente em molhos e condimentos, e mesmo em muitos lanchinhos salgados também.”
Portanto, “para diminuir a ingestão de açúcar, o ato de verificar a lista de ingredientes dos rótulos é um dever”.
O estudo foi publicado no dia 5 de outubro na revista Clinical Science.
Fonte: https://medlineplus.gov/news/fullstory_168895.html/
Traduzido e adaptado por Essentia Pharma.
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