O risco de doença cardíaca pode ser reduzido quando se assume uma dieta restrita de carboidratos (incluindo frutose), rica em vegetais, e o hábito de se exercitar. Na área de suplementos, o ômega-3 e a coenzima Q10 (CoQ10) formam um importante duo. Já a (L-)carnitina (e/ou acetil-L-carnitina), através de estudos anteriores, vem mostrando sua participação na redução de triglicerídeos e no aumento do HDL, e isto por si só reduz dramaticamente o risco da doença.
Seu nome é derivado da palavra grega carnus (carne). Não por coincidência, é encontrada em abundância na carne vermelha e produtos lácteos, como também em nozes, grãos e vegetais verdes, sendo que o organismo também a produz, contudo seu declínio pode ocorrer com a idade.
Para se ter artérias limpas e saúde cardiovascular ideal, a redução de triglicerídeos no plasma significa um sangue menos espesso (menos gorduras maléficas), que pode mover-se mais facilmente, mesmo através dos capilares estreitos. Uma vez que a carnitina também aumenta a benéfica lipoproteína de alta densidade (HDL), os vasos sanguíneos ficam mais limpos, também melhorando o fluxo sanguíneo e, consequentemente, ajuda a pressão arterial para se manter em níveis saudáveis, ou mais saudáveis. Isto agregado ao fato que a carnitina ajuda a transformar o alimento em energia, transportando ácidos graxos de cadeia longa (ômega-3) para as mitocôndrias, entre outros, tornando o desempenho celular ótimo.
Recentemente, foi executada a primeira investigação clínica sobre o papel da carnitina no aumento dos níveis de HDL e apolipoproteína A1 (principal componente proteico do HDL no plasma),e efeito redutor de triglicerídeos (Taiwan, 2016), especificamente em pacientes com doenças cardiovasculares. Quarenta e sete pacientes foram identificados por cateterismo cardíaco tendo, pelo menos, 50% de estenose (estreitamento) de uma artéria coronária principal, e foram divididos em dois grupos: placebo (n=24) e L-cartitina (n=23). A intervenção foi administrada durante 12 semanas e, além dos níveis de carnitina, foram medidos perfis lipídicos, atividade da enzima antioxidante superóxido dismutase (SOD).
No término do estudo, os indivíduos do grupo carnitina apresentaram aumento significativo da atividade SOD (20,7 ± 4,2 contra 13,1 ± 2,9 U/mg de proteína, P <0,01), HDL (1,34 ± 0,42 contra 1,16 ± 0,24 mmol/L HDL, P = 0,03), e apolipoproteína-A1 (Apo-A1, 1,24 ± 0,18 contra 1,12 ± 0,13 g/L, P = 0,02), em comparação ao grupo placebo. O grupo carnitina também viu seu nível de triglicerídeos ficar ligeiramente reduzido (1,40 ± 0,74 contra 1,35 ± 0,62 mmol/L, P = 0,06), e o nível de carnitina foi negativamente correlacionado com triglicerídeos e apolipoproteína B (Apo-B), e positivamente correlacionado com HDL e Apo-A1 após a suplementação. Além disso, a atividade da SOD foi significativamente correlacionada negativamente com o perfil lipídico (colesterol total, triglicerídeos, e Apo-B) após a suplementação.
Logo, o estudo mostrou que uma dose de 1.000mg/dia de carnitina mostrou significante aumento nos níveis de HDL e Apo-A1 e pequena redução de triglicerídeos em pacientes com doença cardiovascular, consolidando evidências que sua suplementação possui um papel fisiológico importante no metabolismo lipídico.
Referência: Lee, et al. Effects of L-carnitine supplementation on lipid profiles in patients with coronary artery disease. Lipids in Health and Disease, 2016. DOI 10.1186/s12944-016-0277-5
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