SAN DIEGO, março de 2016 — O mirtilo, já rotulado como uma “super fruta” por seu potencial poder para reduzir o risco de doenças cardíacas e câncer, também poderia se tornar uma outra arma na guerra contra a doença de Alzheimer. Um novo estudo reforça esta ideia, que está sendo testada por muitas equipes. Os cientistas relatam que o fruto é carregado com antioxidantes saudáveis, e estas substâncias podem ajudar a prevenir os efeitos devastadores dessa forma cada vez mais comum de demência.
Os pesquisadores apresentaram seus trabalhos na 251° Exposição e Encontro Nacional da American Chemical Society (ACS). A ACS, maior sociedade científica do mundo, já expos mais de 12.500 apresentações sobre uma ampla gama de temas de ciência.
“Nossos novos achados corroboram os de estudos prévios e preliminares em animais e humanos, o que reforça a noção de que o mirtilo (blueberry em inglês) pode ter um benefício real para melhorar a memória e a função cognitiva em alguns adultos mais velhos”, afirma Robert Krikorian, Ph.D., líder da equipe do estudo. Ele acrescenta que seus efeitos benéficos podem ser decorrentes de flavonoides chamados antocianinas, que mostram melhorar a cognição em animais.
Atualmente, 5,3 milhões de pessoas sofrem de doença de Alzheimer. Mas esse número deverá aumentar, observa Krikorian, enquanto a população dos EUA envelhece. Em 2025, o número de americanos com esta doença degenerativa pode subir 40%, para mais de 7 milhões, e poderá quase triplicar até 2050, de acordo com a Associação de Alzheimer.
Em um esforço para encontrar maneiras de retardar essa tendência alarmante, Krikorian e seus colegas, do Centro Acadêmico de Saúde da Universidade de Cincinnati, realizaram dois estudos em humanos para acompanhar os ensaios clínicos anteriores.
Um estudo envolveu 47 adultos (idade ≥ 68), que tinham comprometimento cognitivo leve, uma condição de risco para a doença de Alzheimer. Os investigadores deram a eles mirtilo em pó (liofilizado), equivalente a uma xícara cheia de mirtilos, ou um placebo em pó, uma vez por dia – durante 16 semanas.
“Houve melhora no desempenho cognitivo e função cerebral naqueles que consumiram mirtilo em pó, em comparação com aqueles que tomaram o placebo”, relata Krikorian. “O grupo mirtilo demonstrou melhora da memória e melhor acesso a palavras e conceitos.” A equipe também realizou ressonância magnética funcional (fMRI), que mostrou aumento da atividade cerebral em pessoas que ingeriram o mirtilo em pó.
O segundo estudo incluiu 94 pessoas (idades 62 a 80), que foram divididas em quatro grupos. Os participantes não apresentavam questões cognitivas (objetivamente), mas subjetivamente sentiam que suas memórias passavam por declínio. Os grupos receberam mirtilo em pó, óleo de peixe, óleo de peixe + mirtilo em pó, ou placebo.
“Os resultados não foram tão robustos como no primeiro estudo”, explicou Krikorian. “A cognição melhorou um pouco para aqueles que consumiram o mirtilo em pó ou óleo de peixe, separadamente, mas houve pouca melhora quanto à memória.” Além disso, os resultados do fMRI também não foram tão impressionantes para aqueles que receberam o mirtilo. Ele diz que, neste caso, o efeito pode ter sido menor porque os participantes apresentavam problemas menos graves.
Krikorian relatou que os dois estudos indicam que o mirtilo pode ser mais eficaz no tratamento de pacientes com deficiências cognitivas, mas pode não mostrar benefício mensurável para aqueles com problemas de memória menores ou que ainda não tenham desenvolvido problemas cognitivos. No futuro, a equipe pretende realizar um estudo de mirtilo com um grupo de pessoas mais jovens, com idades entre 50 e 65. O grupo incluiria pessoas em risco de desenvolver a doença de Alzheimer, tais como aquelas que são obesas, têm pressão ou colesterol alto. Esse trabalho poderia ajudar os pesquisadores a determinar se o mirtilo pode ajudar a prevenir o aparecimento dos sintomas da doença.
Fonte:http://www.eurekalert.org/pub_releases/2016-03/acs-btw021816.php
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