Investigadores, ao testar os potenciais efeitos positivos de “micro-lesões” através do uso de pequenas agulhas na região do hipocampo de camundongos modelados com a doença de Alzheimer (DA), descobriram que o processo não só estimulou a atividade regenerativa do hipocampo, mas também reduziu placas com beta-amiloides, uma característica da condição.
O estudo foi publicado em Cell Trasnplantation e está disponível on-line em: www.ingentaconnect.com/content/cog/ct/pre-prints/content-CT-1541_Song_et_al
A inserção de micro agulha (acupuntura), tem sido um dos pilares da medicina tradicional chinesa há séculos. Na última década, a estimulação profunda do cérebro através de eletrodos cronicamente implantados em áreas específicas do cérebro tornou-se comum para o tratamento de perturbações do movimento, tais como a doença de Parkinson e tremores, e abriu caminho para outras aplicações médicas da acupuntura.
Desde que o dano inicial e primário causado pela doença de Alzheimer parece ter lugar no hipocampo – uma área do cérebro importante para a aprendizagem e memória –, o objetivo deste estudo foi utilizar a estimulação de micro-agulhas na área para testar se o procedimento aumentaria a regeneração hipocampal e se teria um efeito sobre os depósitos de β-amiloides em camundongos modelados com DA.
“Nós descobrimos que a breve inserção de micro agulhas no hipocampo dos animais de teste se mostrou eficaz na diminuição da carga amiloide”, explicou Dr. Shijie Song do Departamento de Neurologia da Universidade do Sul da Flórida, em Tampa, FL. “Também resultou em melhora do desempenho em tarefas de memória, o que indica possível a regeneração do hipocampo.”
Até recentemente, muitas doenças do sistema nervoso central não podiam ser tratadas por este método devido à inacessibilidade do cérebro para as micro-agulhas, segundo os pesquisadores.
“À medida que os mecanismos celulares e humorais da micro lesão são melhor compreendidos, será possível desenvolver novos alvos cirúrgicos e farmacêuticos para a intervenção e tratamento de distúrbios neurocognitivos”, concluíram os pesquisadores.
“Desde que a doença de Alzheimer está se tornando prevalente, novas estratégias de intervenção estão se tornando inestimáveis”, disse Shinn-Zong Lin, professor de neurocirurgia no China Medical University Hospital, em Taichung, Taiwan, e coeditor chefe para Cell Transplantation. “Em certas condições patológicas, quando o microambiente do hospedeiro pode ser inóspito para células transplantadas ou intervenções farmacológicas, estratégias para aumentar a capacidade regenerativa do próprio corpo do paciente podem ser outras opções viáveis. Estudos futuros devem se esforçar para incluir um maior tamanho da amostra, a fim de validar esta abordagem.”
Traduzido por Essentia Pharma.
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