20SEUL, COREIA – Beber pelo menos uma bebida gaseificada adoçada com açúcar por dia durante a semana de trabalho pode aumentar o cálcio das artérias coronárias (CAC), sugere nova pesquisa.(1)
Um estudo de mais de 22.000 adultos na Coreia do Sul sem doença cardíaca coronária prévia mostrou que aqueles que consumiram regularmente cinco ou mais refrigerantes por semana tinham a taxa de CAC totalmente ajustada de 1,7 versus os não consumidores (IC 95% 1,0-2,8). Esta relação foi ajustada para idade, sexo, atividade física, tabagismo, fatores dietéticos, história de hipertensão ou hipercolesterolemia e histórico familiar de doença coronariana.
“Nossas descobertas indicam que os riscos cardiovasculares do consumo de refrigerantes são evidentes mesmo nos estágios subclínicos da aterosclerose”, observam os pesquisadores, liderados pelo Dr. Sohyun Chun (escola de medicina da Universidade Sungkyunkwan, Seoul, Coreia), acrescentando que este tipo de bebida “tornou-se um grande problema de saúde pública”.
Os resultados foram publicados on-line em 16 de abril de 2016 no American Heart Journal.
Doença cardíaca coronária subclínica
Os investigadores notam que, embora bebidas açucaradas foram associadas anteriormente com uma variedade de condições adversas, incluindo aumento do risco de diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardiovasculares (DCV), uma ligação à doença cardíaca coronária (DCC) subclínica não apresentou-se “clara”.
Para a análise atual, eles examinaram dados de exames de saúde realizados entre 2011 e 2013 de 22.210 adultos (81% homens, com idade média de 40 anos) que participaram do Estudo de Saúde Kangbuk Samsung.
Um questionário de auto-relato de 106 itens de frequência alimentar foi usado para registrar o consumo de refrigerantes, com uma dose (bebida) igualando 200mL. Os participantes não foram convidados para diferenciar entre calorias totais, baixo teor calórico, bebidas descafeinadas e cafeinadas. A tomografia computadorizada cardíaca foi utilizada para medir o CAC. Outras medidas incluíram a versão coreana do International Physical Activity Questionnaire e um questionário demográfico do paciente.
O número médio de bebidas açucaradas consumidas por semana foi de 1,2. Enquanto 70% dos participantes relataram ser consumidores de bebidas gaseificadas, apenas 5% relataram beber pelo menos cinco refrigerantes por semana. De todos os participantes avaliados, 11,7% tinham uma pontuação CAC maior do que zero.
Para uma generalização, mais estudos são necessários…
Em comparação com aqueles que consumiam nenhuma ou muito pouco dessas bebidas, “aqueles com uma maior ingestão eram em grande parte mais jovens, do sexo masculino, fumantes, fisicamente ativos e obesos”, relatam os pesquisadores. Também tinham mais elevados o colesterol total, LDL-C, triglicerídeos e níveis de glicose, e níveis mais baixos de HDL-C, bem como uma superior ingestão de álcool.
Quando ajustado apenas para idade, sexo e ano do exame de triagem, a relação de pontuação CAC foi de 1,86 para aqueles que bebiam cinco ou mais bebidas por semana versus aqueles que não bebiam (IC 95% 1,1-3,1). A relação CAC subiu ainda mais quando, na análise secundária, os pesquisadores excluíram os não consumidores das bebidas em questão. A relação CAC total ajustada foi (IC 95% 1,2-3,3) 1,97 para aqueles que consumiram cinco ou mais doses por semana versus aqueles que consumiram menos de uma por semana.
“Um número de fatores de riscos cardiometabólicos, incluindo pressão arterial, lipídios, glicemia, e IMC [índice de massa corporal] pode parcialmente mediar a associação”, observam os pesquisadores.
Eles também apontam que a taxa de consumo de refrigerantes encontrada foi mais baixa quando comparada com a população ocidental – um quarto dos cidadãos norte-americanos bebem mais que uma lata de refrigerante por dia, de acordo com o National Health and Nutrition Examination Survey (2005-2008).
Apesar que “altos” níveis de consumo são significativamente associados com um maior nível de CAC em sua “grande amostra de homens e mulheres coreanas aparentemente livres de CVD, câncer ou diabetes clinicamente evidentes”, os pesquisadores observaram que estudos prospectivos em outras populações terão que ser realizados antes de saber se os resultados são generalizáveis.
Os autores do estudo declararam não terem relações financeiras relevantes.
Fonte: http://www.medscape.com/viewarticle/862422?src=emailthis
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