É fundamental o cuidado com a saúde cerebral em todas as fases da vida. E, para isso, podemos contar com nutrientes que contêm propriedades benéficas para essa região, como os ácidos graxos ômega-3.
Os benefícios do ômega-3 para o cérebro incluem a manutenção das funções cognitivas, a contribuição para a prevenção e a redução dos sintomas das doenças neurodegenerativas e até mesmo a preservação da saúde mental. Siga no texto e entenda o que dizem os estudos sobre os benefícios do ômega-3 para o cérebro.
O que é o ômega-3 e qual a sua função no organismo?
O ômega-3, que é composto principalmente pelos ácidos graxos eicosapentaenoico (EPA), docosahexaenoico (DHA) e alfa linolênico (ALA), é um tipo de gordura poli-insaturada saudável e essencial, proveniente principalmente dos óleos de peixe e de Krill, um pequeno crustáceo.
Por não produzirmos naturalmente em nosso organismo, é recomendada a ingestão adequada desse nutriente por meio da alimentação ou da suplementação.
Em relação às suas funções, os ácidos graxos apresentam diversas propriedades que são vantajosas para o organismo e, por isso, podem ser mencionados benefícios do ômega-3 na saúde cardiovascular e doenças relacionadas, nas articulações, no desenvolvimento ocular e neurológico, na saúde materna e infantil e em muitos outros contextos.
Por aqui, vamos falar sobre as propriedades do ômega-3 na saúde cerebral e como a sua ingestão adequada pode contribuir para a cognição, para o tratamento adjuvante de sintomas e prevenção de doenças neurodegenerativas e para o manejo da saúde mental.
Quais os benefícios do ômega-3 para o cérebro?
O nosso cérebro possui naturalmente ácidos graxos na sua composição, em especial o DHA, que presume-se que represente até 20% dos lipídios que compõem a região.
Estudos mostram que os benefícios do ômega-3 no cérebro são muitos e iniciam desde o momento da gestação, apresentando funções essenciais para a formação e evolução do cérebro saudável.
Por serem componentes essenciais das membranas celulares neuronais, esses ácidos graxos interferem diretamente no funcionamento do sistema nervoso, além de desempenharem papel na transmissão de impulsos nervosos pelos neurônios.
Ainda, os efeitos anti-inflamatórios do EPA e DHA parecem estar relacionados à prevenção e melhora de sintomas neurológicos. Entenda melhor como a ingestão adequada de ômega-3 pode ser benéfica para a saúde cerebral:
Melhora da cognição
A cognição é o conjunto de funções do cérebro responsável pela aquisição de conhecimento, memória, atenção, raciocínio, imaginação, pensamento e linguagem. Ou seja, funções essenciais desde a infância até a fase adulta.
Em geral, estima-se que as capacidades cognitivas apresentam um declínio com o passar do tempo. No entanto, estudos mostram que padrões alimentares saudáveis, caracterizados pela ingestão de boas concentrações de ômega-3 podem contribuir com a diminuição ou atraso dessa queda.
Uma metanálise verificou que a maior parte dos ensaios clínicos randomizados e controlados obteve resultados cognitivos positivos com a suplementação desse nutriente em comparação aos grupos placebo, sendo os melhores resultados observados em pesquisas com adultos de meia-idade com declínio cognitivo leve.
Isso acontece devido à capacidade que os ácidos graxos ômega-3 têm de auxiliar na neurogênese e sinaptogênese, processos relacionados à formação de novos neurônios e de novas sinapses, respectivamente.
Além disso, pode auxiliar também na redução da neuroinflamação por meio de suas propriedades anti-inflamatórias e, ainda, na contribuição para a neuroplasticidade, o que melhoraria o desempenho cognitivo.
Efeitos nas doenças neurodegenerativas
As doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, estão diretamente relacionadas à cognição e podem ser, inclusive, consequência do declínio que acontece na idade avançada.
Por sabermos das propriedades benéficas do ômega-3 para a cognição, pesquisas evidenciam suas contribuições também para essas condições de saúde.
Mal de Parkinson
A doença de Parkinson (DP) é caracterizada pelo dano causado às células nervosas do cérebro produtoras de dopamina, resultando na queda dos níveis dessa substância e um acúmulo da substância alfa-sinucleína, conhecida como corpos de Levy.
Esse mecanismo acaba causando sintomas motores como lentidão nos movimentos, rigidez e tremor nas mãos, além de sintomas como distúrbios cognitivos, olfativos e alterações do trato gastrointestinal.
Dados provenientes do estudo Rotterdam mostraram que indivíduos que consumiam maiores quantidades diárias de ômega-3 tinham uma chance 32% menor de desenvolver doença de Parkinson.
Há uma dificuldade em conduzir ensaios clínicos em humanos para avaliar o papel dos nutrientes na prevenção da DP. Entretanto, foi realizado um ensaio clínico controlado por placebo com 60 indivíduos portadores da doença, em que foi suplementado ômega-3 + vitamina E por doze semanas.
O resultado mostrou uma diminuição em parâmetros relacionados à DP, como a Escala Unificada de Avaliação de Doença de Parkinson, e um aumento em substâncias antioxidantes no grupo suplementado.
Ainda, existem evidências promissoras em animais. Um estudo verificou que ratos alimentados com uma dieta rica em ômega-3 por dez meses obtiveram proteção contra a depleção dopaminérgica em um modelo induzido de doença de Parkinson, o que não aconteceu com o grupo controle.
Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva, que tem como característica a degeneração neuronal, além do acúmulo de proteínas mal processadas e tóxicas, formando as placas de beta-amiloide (Aβ).
Como resultado, há diminuição de neurônios em alguns espaços do cérebro. Esse processo faz com que ocorra uma perda cognitiva e algumas funções importantes, como a memória, podem ser prejudicadas. Conforme a doença avança, a demência torna-se mais grave, podendo afetar a fala, tomada de decisões e até mesmo as funções motoras.
Os estudos destacam, mais uma vez, a relação entre alimentação e cognição. É identificado que, enquanto o consumo exagerado de gorduras saturadas pode contribuir para um maior risco de desenvolver doenças neurológicas como o Alzheimer, uma alimentação baseada na ingestão adequada de ácidos graxos poli-insaturados pode ter o efeito inverso, ajudando a reduzir os riscos.
Além disso, uma pesquisa detectou que o DHA melhorou significativamente a superexpressão induzida de Aβ em ratos. Foi observada a diminuição de placas senis, além de menor neuroinflamação e perda neuronal. Já em humanos, um ensaio clínico randomizado e controlado realizado com idosos saudáveis identificou que, após 24 meses de suplementação de óleo de peixe + carotenoides + vitamina E, o grupo experimental apresentou melhor desempenho em testes cognitivos e de memória em comparação ao placebo, destacando possível efeito do ômega-3 no declínio cognitivo e, consequentemente, na demência.
Manutenção da saúde mental
Nos últimos anos, é notável o aumento dos casos de doenças psicológicas na população. E de acordo com estudos sobre a prevalência de depressão em idosos, uma das hipóteses desse aumento está relacionada com os padrões alimentares da dieta ocidental, que é composta por um alto consumo de gorduras saturadas, açúcar refinado e carne vermelha.
A longo prazo, esses hábitos podem resultar na deficiência crônica de nutrientes importantes como o ômega-3 que, por apresentar diversos mecanismos de proteção ao cérebro, podem contribuir para o aumento do humor deprimido e da ansiedade na velhice.
Em contrapartida, as evidências destacam que a dieta mediterrânea pode estar relacionada a um risco reduzido de depressão em idosos. Isso se dá pelas características dessa alimentação que inclui um alto consumo de peixes, frutas, vegetais e cereais integrais, o que consequentemente resulta em níveis mais altos de ômega-3 no organismo.
As prováveis explicações para a ação desse nutriente na saúde mental são diversas. Tendo em vista que a neuroinflamação é uma das características centrais da depressão, o potencial anti-inflamatório e neuroprotetor do ômega-3 pode apresentar benefícios nesse sentido, além de estimular o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), o que leva a maior neurogênese e neuroplasticidade.
Uma boa fonte de ômega-3
São notáveis as inúmeras contribuições que o ômega-3 pode trazer para a saúde cerebral, no entanto, é importante estar ciente sobre a fonte desses ácidos graxos. Na alimentação, esse nutriente é encontrado principalmente em peixes.
Quando o consumo desse nutriente apenas por meio da alimentação não é suficiente, a suplementação pode se tornar uma opção. No entanto, para escolher um produto que seja realmente eficaz, é importante se atentar ao padrão de qualidade desse suplemento.
Uma das formas de confirmar se o produto que você está consumindo é seguro e eficiente, é identificando a presença de selos de qualidade. Como é o caso do The International Fish Oil Standard (selo IFOS), um programa de certificação internacional que é referência mundial no controle de qualidade do óleo de peixe.
Para entender melhor qual a importância do selo IFOS no seu ômega-3 e conhecer os principais aspectos que são avaliados, siga a leitura aqui no blog e saiba mais.