Os compostos presentes em plantas podem ter muitos nutrientes e efeitos terapêuticos para tratar e prevenir doenças, aliviar sintomas e promover o bom funcionamento do organismo. Entre esses componentes está a berberina, utilizada na medicina oriental há milênios e, atualmente, foco de diversos estudos que buscam entender suas propriedades terapêuticas.
Confira abaixo mais informações sobre esse fitoterápico e o que dizem os estudos sobre o seu mecanismo de ação e potenciais efeitos.
O que é a berberina?
A berberina é um alcaloide natural, isto é, um composto orgânico geralmente encontrado em plantas e que possui uma ampla gama de propriedades farmacêuticas. Ela é extraída, principalmente, de plantas como Rhizoma coptidis, Coptis chinensis, Berberis vulgaris, Berberis aquifolium, Berberis aristata, Hydrastis canadensis e Phellodendron amurense.
Componente milenar
A berberina é um componente muito usado na medicina tradicional chinesa e ayurvédica há mais de 2 mil anos. No sistema ayurvédico indiano, ela era tradicionalmente usada para tratar várias infecções de ouvidos, olhos e boca; curar feridas; problemas de indigestão e disenteria; além de tratar distúrbios uterinos e vaginais. Já na medicina tradicional chinesa, era usada para tratar diarreia e parasitas intestinais.
Para que serve a berberina?
A berberina possui propriedades que ajudam a diminuir o açúcar no sangue, a controlar os níveis de colesterol e de triglicerídeos, e a modular a microbiota intestinal. Ela pode ser utilizada como adjuvante no tratamento de diversas doenças metabólicas, cardiovasculares, neurológicas, digestivas e até mesmo de alguns tipos de câncer.
Por ajudar em todas essas condições, é um ativo que pode ser recomendado para apoiar uma melhor qualidade de vida e, consequentemente, favorecer a longevidade.
Confira abaixo o que dizem os estudos sobre a aplicação da berberina para determinadas condições de saúde.
Exerce efeitos na saúde cardiovascular
As doenças cardiovasculares — que afetam o coração e os vasos sanguíneos — estão entre as maiores causas de morte em todo o mundo. Estudos destacam que a berberina apresenta diversos efeitos terapêuticos em algumas doenças cardiometabólicas, incluindo hipertrofia cardíaca, insuficiência cardíaca, aterosclerose, acidente vascular cerebral e condições que podem afetar o sistema cardiovascular, como diabetes mellitus e doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD).
Uma pesquisa realizada com roedores que receberam — ou não — suplementação de berberina por 4 semanas e foram posteriormente submetidos à isquemia/reperfusão mostrou que, no grupo suplementado, a área de infarto agudo do miocárdio foi menor, bem como os níveis de indicadores de lesão cardíaca.
Ela já é amplamente utilizada em países asiáticos (principalmente na China) devido ao seu bom perfil clínico e de segurança. Com os avanços da pesquisa farmacológica, a berberina é considerada um dos medicamentos derivados de produtos naturais mais promissores para o tratamento das doenças cardiovasculares.
Ajuda a reduzir o colesterol e os triglicerídeos
A berberina também tem mostrado bons resultados na tentativa de reduzir o colesterol total, o LDL, conhecido como “colesterol ruim”, e os triglicerídeos, sem afetar os níveis de HDL, o “colesterol bom”.
Esses resultados puderam ser vistos, também, em um estudo realizado com 91 indivíduos, dos quais 63 apresentavam hipercolesterolemia, condição que diz respeito a quantidades elevadas de colesterol no sangue.
Com isso, foi verificado que o consumo de 0,5g de berberina, administrada 2 vezes ao dia por 3 meses, levou à redução dos níveis séricos de colesterol em 18%, triglicerídeos em 28% e LDL em 20% naqueles que apresentavam a condição em questão, sem alterar os níveis de HDL.
Auxilia no controle das doenças metabólicas
O metabolismo é um conjunto de reações químicas e processos que o corpo executa. Quando há uma doença metabólica, significa que houve alguma mudança nessas reações, como o excesso ou insuficiência de alguma substância, ou seja, uma alteração no funcionamento de alguns órgãos.
Já a síndrome metabólica pode ser definida como uma série de condições clínicas que, juntas, podem aumentar o risco de doenças metabólicas e estão relacionadas à obesidade, ao sedentarismo e à alimentação inadequada, podendo desencadear quadros como diabetes, hipertensão e dislipidemia (colesterol e/ou triglicerídeos altos).
Nos últimos anos, a berberina tem recebido ampla atenção devido ao seu potencial no tratamento de doenças metabólicas e, consequentemente, na síndrome metabólica.
Uma revisão forneceu um resumo abrangente dos avanços farmacológicos e clínicos da berberina no tratamento de cinco doenças: diabetes mellitus tipo 2, obesidade, doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD), hiperlipidemia e gota. Estudos clínicos in vitro e in vivo concluíram que a berberina tem bons efeitos terapêuticos em todas elas.
Principais efeitos
Esses efeitos baseiam-se na regulação de diversos aspectos metabólicos e em processos fisiopatológicos como:
- Melhorar a secreção de insulina;
- Aumentar a sensibilidade à insulina;
- Inibir a lipogênese;
- Aliviar a inflamação;
- Reduzir a esteatose hepática;
- Melhorar os distúrbios da microbiota intestinal.
Controle da diabetes
A diabetes mellitus, caracterizada pelas altas taxas de açúcar no sangue, é uma das doenças metabólicas mais comuns e que pode prejudicar a qualidade de vida e longevidade do indivíduo.
Além dos tratamentos convencionais, a berberina pode ser uma aliada no manejo da doença. Uma metanálise, na qual 46 ensaios clínicos foram avaliados, apontou que existem evidências da eficácia clínica e segurança da berberina no tratamento da diabetes, especialmente como terapia adjuvante.
A análise da berberina aplicada isoladamente ou com terapias diabéticas padrão versus o grupo controle revelou reduções significativas na hemoglobina glicada, glicemia plasmática em jejum e glicemia pós-prandial de 2 horas.
Além disso, verificou-se melhora da resistência à insulina e do metabolismo lipídico, regulação positiva de HDL e melhora de fatores indicadores de inflamação.
Auxilia na composição da microbiota intestinal
Além de todos os efeitos benéficos para a saúde já citados, estudos com animais também sugerem que a berberina atua na modulação do intestino e na composição da microbiota — o conjunto de microrganismos unicelulares que habitam nosso organismo.
A substância atua inibindo a proliferação de bactérias que prejudicam o organismo, enquanto que favorece o crescimento de bactérias benéficas. Com isso, promove a melhora da saúde intestinal.
As evidências mostram que uma microbiota intestinal não saudável pode estar associada à obesidade e suas possíveis complicações, como diabetes e doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD).
A explicação se deve ao fato de que uma microbiota intestinal não saudável pode afetar a saúde interferindo na regulação de glicose e lipídios no sangue, na resistência à insulina, causando inflamação. A modulação da microbiota intestinal, portanto, tem sido amplamente reconhecida para o tratamento adjuvante de doenças metabólicas, em especial a diabetes.
Auxilia no tratamento da doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD)
A incidência de doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD) tem aumentado durante a última década. Anteriormente conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), é um problema de saúde que afeta cerca de 25% da população e é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado.
Estudos sugerem que a berberina pode ser um agente terapêutico promissor para esta doença, já que a sua progressão está intimamente ligada à condição inflamatória, obesidade, resistência à insulina e síndrome metabólica — fatores que, como já mencionado, também podem ser beneficiados pelo uso da berberina.
Contribui para o tratamento de doenças neurológicas
A berberina também tem atraído muito interesse de pesquisadores pela sua ampla gama de ações farmacológicas no tratamento e/ou manejo de distúrbios neurológicos. Vale lembrar que essas doenças não têm cura, mas, com tratamento adequado, é possível promover uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Estudos de revisão destacam descobertas interessantes de ensaios clínicos em humanos e em animais. As evidências mostram que a berberina parece ter papel protetor no desenvolvimento de doenças como Alzheimer, Parkinson, Doença de Huntington, demência, esquizofrenia, ansiedade, depressão, epilepsia e traumatismo craniano.
Contribui para a longevidade saudável
As doenças citadas acima podem prejudicar a saúde e a longevidade do indivíduo — ou seja, a qualidade e o tempo de vida. A boa notícia é que a berberina continua sendo alvo de muitos estudos e cada vez mais são levantadas possibilidades de que seu uso como adjuvante no tratamento convencional pode trazer diminuição de sintomas e melhorias das condições.
Com a adesão de outros hábitos importantes para o bom funcionamento do organismo, como a alimentação balanceada, a hidratação, os exercícios físicos e o controle do estresse, a berberina pode contribuir para uma longevidade saudável e ser usada de forma estratégica por médicos e nutricionistas para favorecer a qualidade de vida dos seus pacientes.
Onde encontrar a berberina?
Por ser um alcaloide, a berberina está presente apenas em algumas plantas medicinais. Esta substância não é comumente encontrada em alimentos, portanto seu consumo pode ser feito na forma de suplementação.
É importante lembrar que a berberina não deve substituir o tratamento convencional e seu uso, bem como o de outros compostos fitoterápicos, deve ter orientação do médico ou nutricionista.
Manipulados com berberina
Quando recomendado pelo médico ou nutricionista, a suplementação de berberina pode ser feita por meio de uma fórmula manipulada especificamente para você, visando a um tratamento mais eficaz de acordo com as suas necessidades.
Para tirar suas dúvidas acerca da manipulação da berberina ou fazer o seu pedido, entre em contato conosco!