Atualmente o consumo de medicamentos para fortalecimento dos ossos é mais comum do que se imagina. As indicações mais freqüentes são para remodelação óssea, aumento da densidade óssea, prevenção de osteoporose, entre outras. Mas existe uma boa parte da comunidade médica indo de encontro a essas recomendações (8).
Segundo os profissionais de saúde, os medicamentos indicados para as alterações ósseas nem sempre trazem benefícios à população. Pesquisadores avaliaram a ingestão de bifosfonatos – medicamento comumente utilizado para remodelação óssea – por mulheres que haviam apresentado alguma fratura e se surpreenderam ao notar que 65% sofreu de fraturas incomuns no fêmur (2).Neste ano na Finlândia, verificaram-se mulheres com idades entre 55 e 81 anos que também havia apresentado fraturas raras, cuja incidência foi 90% maior nas mulheres que faziam uso de bifosfonatos (3).
Diversos estudos propõem novas técnicas de promoção da saúde óssea e o controle da homocisteína é uma delas (1-6). A utilização de nutrientes para recompor o equilíbrio desse aminoácido no sangue, além de ser mais seguro, oferece um custo bem mais baixo.
O que é homocisteína?
A homocisteína é um aminoácido presente na corrente sanguínea, importante tanto no metabolismo do DNA quanto na formação e reparação de tecidos. Níveis normais são perfeitamente saudáveis e necessários, porém níveis elevados são indicadores de risco cardiovascular e ultimamente demonstrou estar intimamente ligado à saúde óssea (1).
As alterações ocorridas no metabolismo da homocisteína são de causa multifatorial, envolvendo fatores genéticos, fisiológicos, nutricionais e hormonais. Para que seu metabolismo seja eficiente, é necessária a quantidade adequada das vitaminas B6, B9 (ou ácido fólico) e B12 (1).
Qual sua relação com a saúde óssea?
Atualmente, alguns estudos têm investigado a relação entre as vitaminas B6, B9 e B12 na integridade da massa óssea, já que a deficiência de qualquer uma delas elevaria os níveis de homocisteína (hiperhomocisteinemia), que interfere na formação do colágeno e elastina, resultando na diminuição da resistência óssea e, consequentemente, em osteoporose e fraturas ósseas.
Pesquisadores do Hospital Mitate, no Japão, acompanharam 628 pessoas que tinham 65 anos ou mais. Os participantes foram divididos em dois grupos: metade recebeu determinada quantidade de ácido fólico e vitamina B12 para reduzir os níveis de homocisteína; a outra metade recebeu cápsulas que não continham as vitaminas, apenas um pó inerte. Diariamente foram avaliados os níveis do aminoácido, que reduziram 38% nos indivíduos suplementados. Contrariamente, os níveis de homocisteína no grupo-placebo aumentaram em 31% (4).
Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi o número de fraturas apresentadas entre os grupos: 6 fraturas no grupo que recebeu a suplementação, contra 27 fraturas no grupo placebo. Uma diferença de quase 500%! Evidentemente os níveis mais baixos de homocisteína no sangue foram um fator protetor para os participantes (4).
Uma revisão publicada em 2012 comparou os níveis de homocisteína de 14.863 pacientes e, para aqueles que tinham o aminoácido elevado no sangue, houve um aumento de 59% nas fraturas ósseas, além de interferir no equilíbrio e andar dos idosos, fator determinante para quedas (6).
Como posso fazer para reduzir os níveis de homocisteína?
Felizmente, é possível a redução da homocisteína para prevenção de quedas e fraturas ósseas, contrapondo-se ao uso de medicamentos que nitidamente interferem no metabolismo. O controle desse aminoácido no sangue corrobora ainda para manter as artérias saudáveis e evitar problemas cardiovasculares (7).
Importantes modificações nos hábitos diários, como uma alimentação equilibrada, tanto em macronutrientes como em micronutrientes, uma dieta rica em cálcio, além de atividade física regular e exposição solar adequada, atuariam como fatores preventivos da integridade óssea (1). É importante sempre consultar seu médico para que ele avalie por meio exames bioquímicos se seus níveis de homocisteína estão alterados e se os mesmos estão influenciando na saúde dos ossos. Assim, ele irá propor o melhor tratamento a ser seguido.
Fonte:
1. Coussirat, C., et al. Vitaminas B12, B6, B9 e homocisteína e sua relação com a massa óssea em idosos. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. Rio de Janeiro, 2012; 15(3):577-585.
2. Lenart B, Lorich D, Lane J, et. al. “Atypical Fractures Of The Femoral Diaphysis in Postmenopausal Women Taking Alendronate.” NEJM 2008;358(12):1304-6
3. Tamminen I, Yli-Kyyny T, Isaksson H, Turunen M, Tong X, Jurvelin J, Kröger H. “Incidence And Bone Biopsy Findings of Atypical Femoral Fractures.” J Bone Miner Metab. 2013;31(5):585-94.
4. Sato Y, Honda Y, Iwamoto J, Kanoko T, Satoh K. “Effect Of Folate And Mecobalamin On Hip Fractures In Patients With Stroke: A Randomized Controlled Trial.” JAMA. 2005; 293(9):1082-8.
5. Yang J, Hu X, Zhang Q, Cao H, Wang J, Liu B. Homocysteine level and risk of fracture: A meta-analysis and systematic review. Bone. 2012 Sep;51(3):376-82.
6. Ng TP, Aung KC, Feng L, Scherer SC, Yap KB.Homocysteine, folate, vitamin B-12, and physical function in older adults: cross-sectional findings from the Singapore Longitudinal Ageing Study. Am J Clin Nutr. 2012 Dec;96(6):1362.
7. Al Sears. Big Pharma’s Plan To Poison Your Bones. October 25, 2013.
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