A fosfatidilcolina é uma substância conhecida por ajudar a preservar ou restaurar a saúde do fígado. Mas essa molécula não tem apenas essa função no organismo. Ela pode também promover efeitos no colesterol e ser benéfica para a saúde do cérebro.
Siga no texto e descubra como a fosfatidilcolina atua no organismo, e em quais alimentos, suplementos e manipulados pode ser encontrada.
Quimicamente, a fosfatidilcolina é um glicerofosfolipídeo constituído por um grupo de ácido graxo, fosfato e colina. Ela é o principal componente das membranas celulares dos mamíferos e, por isso, ajuda a manter o adequado funcionamento do organismo. Além disso, é precursora de moléculas sinalizadoras e elemento-chave de algumas substâncias muito importantes, como surfactante pulmonar, bile e lipoproteínas.
A fosfatidilcolina está envolvida em uma série de processos que ajudam a manter o funcionamento do organismo. Confira abaixo como ela atua em alguns órgãos e sistemas específicos.
A fosfatidilcolina se mostra bastante importante para a saúde e função hepáticas. Um exemplo disso é que há uma via de síntese da substância que ocorre exclusivamente nesse órgão, sendo responsável por 30% da síntese hepática total de fosfatidilcolina. As prováveis explicações da sua importância envolvem seu papel na produção adequada e transporte de lipoproteínas, como o colesterol LDL e o colesterol HDL.
Além disso, é um importante componente da bile, fluido produzido pelo fígado com a função de emulsificar a gordura no intestino, facilitando a sua digestão e posterior absorção. Ademais, suas ações antioxidantes e anti-inflamatórias também se destacam nesse órgão segundo a literatura:
O efeito protetor dessa substância ao fígado já foi documentado anteriormente. Um estudo feito com animais verificou que aqueles que foram expostos cronicamente ao álcool apresentaram diminuição da ação da enzima fosfatidiletanolamina metiltransferase, que desempenha papel importante na secreção de lipoproteínas hepáticas. Entretanto, a suplementação com fosfatidilcolina atenuou esse efeito, não havendo diferenças significativas na atividade enzimática entre o grupo controle (sem intervenção) e o grupo que foi exposto ao álcool + fosfatidilcolina.
Uma pesquisa in vitro em células do fígado humano tratadas com produtos finais de glicação avançada também confirmou os efeitos anti-inflamatórios da substância a nível hepático. Os pesquisadores observaram que o tratamento com fosfatidilcolina reduziu a expressão dos receptores dos produtos de glicação avançada e atenuou os níveis de citocinas inflamatórias e as vias inflamatórias NF-kB e MAPK. Além disso, as células tratadas apresentaram menor citotoxicidade e estresse oxidativo em comparação às células controle.
Ainda, a ação hepatoprotetora foi evidenciada em uma pesquisa com animais: após lesão hepática induzida por tetracloreto de carbono (CCl₄), os grupos experimentais foram submetidos a diferentes concentrações de fosfatidilcolina (0,1ml, 10 ou 100mg/kg). Como resultado, observou-se que o tratamento CCl₄ aumentou significativamente as concentrações séricas de AST, ALT e ALP, indicando dano ao fígado, enquanto os níveis desses indicadores foram significativamente atenuados nos animais que também receberam fosfatidilcolina. Ademais, a geração de radicais livres e a produção de proteínas apoptóticas também foram reduzidas nesses grupos.
A literatura aponta que a fosfatidilcolina parece importante para a formação e a secreção do colesterol dos tipos HDL e LDL, visto que compõe boa parte da estrutura dessas moléculas.
Ainda, ressalta-se que estudos in vitro e in vivo verificaram que a fosfatidilcolina é essencial para a formação de lipoproteínas de muito baixa densidade – o colesterol VLDL, confirmado a partir da diminuição na sua síntese após períodos de dieta deficiente em colina.
Dessa forma, ela também auxiliaria no transporte reverso do colesterol, ou seja, na retirada do excesso de colesterol livre das membranas celulares e dos vasos sanguíneos, evitando assim o seu acúmulo e progressão para placas – os ateromas – que podem causar infarto ou acidente vascular cerebral.
A colina é a principal precursora da acetilcolina, um neurotransmissor que desempenha papel importante em funções cognitivas, como a aprendizagem, e nas emoções.
Uma pesquisa feita com idosos sem demência observou que concentrações plasmáticas mais baixas de fosfatidilcolina estavam associadas a menor desempenho da memória basal e menor função cerebral – medida pelo fluxo sanguíneo da região, incluindo algumas envolvidas na cognição.
Além disso, outro estudo verificou que o tratamento prévio de neurônios com fosfatidilcolina preveniu a morte induzida pela proteína β-amiloide (Aβ), envolvida na patologia da doença de Alzheimer, com efeito neuroprotetor dose-dependente
A fosfatidilcolina pode ser uma opção para pessoas que precisam de cuidados com o fígado. Além disso, pode ser interessante para aqueles que desejam favorecer a saúde cerebral, dadas as suas possíveis ações na memória e na aprendizagem.
Ela é facilmente reconhecida e absorvida pelo organismo, podendo ser ingerida via alimentos, suplementos ou manipulados.
Os principais alimentos que fornecem a fosfatidilcolina são:
Que o ômega-3 extraído de peixe tem benefícios comprovados, todos sabemos. Mas quando extraído de um minúsculo crustáceo encontrado no oceano Antártico, o krill (Euphausia superba), esse óleo apresenta componentes adicionais.
Além de ser rico em ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 (o eicosapentaenoico, conhecido como EPA e o docosahexaenoico, DHA), contém fosfatidilcolina naturalmente, assim como a astaxantina e uma quantidade de ômega-6 e 9.
Além dos alimentos e suplementos, uma opção para consumir fosfatidilcolina é em fórmulas manipuladas. Nesse caso, é necessário conversar previamente com o médico ou profissional de saúde que lhe acompanha para entender se há a necessidade da suplementação desse nutriente para você.
Para saber mais sobre a manipulação desse ativo e tirar as suas dúvidas, entre em contato com a Essentia Pharma!
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