Muitos fatores podem interferir nessa rede complexa que é o sistema imunológico, fazendo com que a nossa imunidade sofra alterações por motivos distintos. E, com isso, uma dúvida pode surgir: existem medicamentos para imunidade?
Neste conteúdo você vai entender como funcionam as defesas do nosso organismo e o que os estudos revelam sobre alguns compostos e nutrientes que podem ser considerados bons aliados de um estilo de vida saudável. Confira!
Como funciona o sistema imunológico?
O sistema imunológico é a defesa natural do nosso corpo contra infecções e doenças. Ele funciona por meio de células, tecidos e órgãos que trabalham juntos para identificar e neutralizar patógenos (bactérias, vírus, fungos e parasitas). Esse sistema pode ser classificado em imunidade inata e imunidade adaptativa. Entenda cada uma delas.
Imunidade inata
A imunidade inata é a primeira defesa natural do corpo. Quando o organismo é exposto a alguma ameaça, esse sistema entra em ação, tentando neutralizá-la. Alguns exemplos são as barreiras imunológicas do intestino e da pele.
Imunidade adaptativa
A imunidade adaptativa, por sua vez, entra em ação quando a resposta inata não é suficiente, proporcionando uma defesa mais específica e duradoura. Ou seja, quando o invasor sobrevive a todos os ataques do sistema inato, as células absorvem e carregam as informações sobre essa ameaça resistente para as células do sistema adaptativo.
Então, o sistema adaptativo ativa estratégias de defesa mais específicas para cada caso, aumentando as chances de sucesso.
Com isso, o organismo desenvolve uma “memória imunológica”, o que permite uma resposta mais rápida e eficaz em caso de novas exposições ao mesmo patógeno.
Existem ativos e nutrientes que podem funcionar como medicamentos para imunidade?
Quando se pensa em medicamentos para imunidade, muitas pessoas podem ter a falsa ideia de que um único ativo é capaz de nos proteger contra qualquer microrganismo prejudicial. Mas não é bem assim.
A ciência mostra que existem, sim, diversas substâncias e nutrientes que demonstram efeitos promissores no fortalecimento das defesas do nosso corpo. Entretanto, a imunidade é um sistema complexo e, por isso, para estimular esse mecanismo é necessário um conjunto de ações.
Para melhorar a capacidade do sistema imunológico de enfrentar patógenos e outras ameaças, é necessário também modificar o estilo de vida e adotar hábitos saudáveis. Alguns fatores como a prática regular de atividade física, alimentação rica em frutas, verduras e alimentos in natura, o controle do estresse e um sono de qualidade são fundamentais para deixar nosso corpo mais forte.
Além disso, não há garantia de que esse sistema não será afetado, pois cada organismo é único e pode reagir de maneiras diferentes diante de ameaças.
Ativos que podem auxiliar nas defesas do organismo
Tudo o que fazemos diariamente pode influenciar a nossa imunidade, tanto os nutrientes que consumimos quanto os hábitos que praticamos.
Por isso, em conjunto com um estilo de vida saudável, pesquisadores explicam que alguns ativos naturais possuem propriedades que podem ajudar a defesa natural do organismo. Veja quais são esses compostos e o que os estudos revelam sobre eles:
Própolis verde
O própolis verde é produzido a partir do consumo do alecrim-do-campo pelas abelhas, por isso a coloração esverdeada, e é uma planta rica em fitoquímicos.
De acordo com as evidências, o própolis verde possui importantes funções antimicrobianas e anti-inflamatórias, que justificam o seu uso tão popularizado. Apesar da atividade semelhante, a composição química e a especificidade para certos tipos de patógenos (como bactérias ou vírus) podem diferir entre as regiões. Isso, porque essa substância surge a partir das plantas consumidas pelas abelhas, ou seja, muda de acordo com a biodiversidade de cada lugar do mundo.
Estudos brasileiros que testaram o uso do extrato do própolis verde brasileira em pacientes internados com COVID-19 encontraram resultados interessantes. Em um deles, aqueles que utilizaram a substância em conjunto com o tratamento padrão tiveram uma redução na incidência de infecções secundárias.
Em outro, foi observado que o tempo de internação daqueles que usaram o extrato diminuiu. A possível justificativa para esses efeitos se deve às funções anti-inflamatórias e antimicrobianas do própolis que parecem modular o sistema imunológico.
Curcumina
A curcumina é a substância ativa da cúrcuma, uma planta muito utilizada na culinária indiana, sendo famosa por sua cor amarelo-ouro e seu sabor picante. A cúrcuma também é conhecida como açafrão-da-terra, açafrão-da-índia, turmérico, raiz-de-sol e gengibre-amarelo.
A ciência explica que a curcumina é capaz de reduzir a inflamação e auxiliar na regulação do sistema imunológico. Ela age bloqueando células que causam a inflamação e pode diminuir a produção de quimiocinas, substâncias que atraem células de defesa para áreas inflamadas. Com isso, parece ter papel protetor em diferentes condições, como inflamações em órgãos, doenças autoimunes e infecções.
Saúde do intestino
Há evidências que o consumo de curcumina melhore também a saúde do intestino. Esse órgão é fundamental para a imunidade, pois funciona como uma barreira de defesa contra microrganismos, além de produzir boa parte das substâncias e células imunológicas do corpo.
Um artigo sobre o tema explica que a curcumina reduz a liberação na corrente sanguínea de lipopolissacarídeos bacterianos, moléculas presentes na parede de bactérias que podem ativar intensamente o sistema imunológico e causar inflamações. Com isso, favorece a imunidade ao proteger essa barreira contra possíveis perturbações que estão associadas a doenças.
Curcumina Micro-SR
A capacidade de absorção da curcumina em nosso organismo é limitada. Uma opção para ampliar seus efeitos é optar por tecnologias que melhorem a sua biodisponibilidade, como o Sistema Micro-SR™. Essa alternativa diz respeito a micronização e microencapsulação de ingredientes, a fim de proteger os ativos do pH estomacal durante a digestão e, automaticamente, ampliar o seu poder de absorção no intestino.
Betaglucana
A betaglucana é uma fibra solúvel encontrada em alimentos como aveia, cevada e cogumelos. Essa substância tem sido usada há milhares de anos em países asiáticos por suas propriedades de fortalecimento do sistema imunológico.
Os achados científicos mostram que a betaglucana pode modular a resposta imunológica, aumentando a atividade de células do sistema imune, como neutrófilos, macrófagos e células dendríticas. Com esses efeitos, é destacado em evidências que essa fibra pode contribuir para o controle da asma em crianças, diminuindo a inflamação e os sintomas da doença.
Extrato de oliveira
As folhas da planta oliveira (Olea europaea) são ricas em polifenóis, compostos bioativos com propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e, especialmente, antimicrobianas. Desses polifenóis, destaca-se a oleuropeína, que ajuda a interromper a replicação de fungos, bactérias e vírus que podem ser prejudiciais.
Por conta desses efeitos, um estudo avaliou a eficácia do uso de um creme com 2% de extrato de folha de oliveira em comparação com outro creme com 5% de aciclovir no tratamento da herpes labial. Os resultados mostraram que o uso do extrato de folha de oliveira reduziu mais rapidamente a coceira, a dor, a irritação e a coloração das lesões. Além disso, se mostrou mais eficaz em encurtar o tempo de recuperação sem causar efeitos colaterais graves.
Zinco quelado
A importância do zinco para a nutrição é conhecida há muito tempo, mas, nas últimas décadas, seu papel na modulação do sistema imunológico tem recebido mais atenção.
Pesquisadores destacam que a deficiência desse nutriente afeta células imunológicas inatas e adaptativas e aumenta a suscetibilidade a infecções, o que prejudica a imunidade.
Isso acontece pois muitas células dependem desse nutriente para o seu funcionamento efetivo, fazendo com que ele seja considerado, inclusive, um “guardião do sistema imune”. Manter níveis adequados de zinco no organismo pode ajudar a proteger o corpo contra infecções, inflamações, alergias e até mesmo doenças autoimunes.
Vitamina D3
A vitamina D3 é adquirida principalmente por meio da exposição ao sol, mas pode também ser obtida pela dieta ou suplementação. De acordo com evidências, a vitamina D3 é um importante nutriente para o fortalecimento do sistema imune. Isso, porque ela parece ter potencial para combater vírus e bactérias.
A sua deficiência, inclusive, está associada ao maior risco de condições em que há aumento da inflamação e desregulação do sistema imunológico, como doenças autoimunes e infecções respiratórias.
Níveis adequados do nutriente são apontados em estudos como protetores contra infecções por vírus e bactérias, sugerindo um papel crítico da vitamina D na modulação da função imunológica.
Quercetina
A quercetina é um flavonoide com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antivirais e antialérgicas. Pesquisadores citam que esse nutriente pode reduzir a produção de substâncias inflamatórias e melhorar o equilíbrio entre diferentes células imunológicas. Também, pode ajudar a combater radicais livres e diminuir a liberação de histamina, uma substância envolvida nas reações alérgicas.
Esses efeitos, destacados em evidências de estudos com animais, demonstram que a quercetina pode ser útil no tratamento de asma, rinite alérgica e reações alérgicas graves, como as causadas por amendoim. Para se ter uma ideia, esse ativo é um dos principais ingredientes em muitos medicamentos, suplementos e produtos antialérgicos.
Alho envelhecido
O alho é uma planta herbácea aromática consumida mundialmente como alimento. Dentre os seus benefícios destacados pela ciência, está a modulação da imunidade.
Os estudos mostram que, por meio das suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antimicrobianas, esse nutriente auxilia na regulação e proteção do sistema imunológico.
Uma metanálise destacou que o alho tem efeito na imunidade de indivíduos hipertensos, aumentando a atividade de células de defesa. Ainda, destacou-se que o alimento pode reduzir significativamente o número, a duração e a gravidade das infecções do trato respiratório superior.
Magnésio
O magnésio é um mineral que também pode ser citado quando o assunto é a imunidade. Artigos científicos mostram que ele desempenha funções essenciais nas respostas imunológicas. Veja as principais:
- Apoio às células imunológicas: melhora o funcionamento das células T, células B e macrófagos, que identificam e atacam invasores como vírus e bactérias.
- Eliminação de células invasoras: auxilia os anticorpos na destruição de células infectadas ou cancerosas.
- Produção de imunoglobulinas: necessárias para a produção de anticorpos que neutralizam invasores.
Aliados da saúde e do bem-estar
É importante ressaltar novamente que o sistema imunológico de cada pessoa possui particularidades. Por isso, esses ativos funcionam como aliados da saúde e do bem-estar, complementando a ingestão de nutrientes que deve ser feita primordialmente por meio de uma alimentação completa e equilibrada.
Para utilizar quaisquer medicamentos para imunidade é primordial seguir a orientação de um médico ou nutricionista da sua confiança.
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