A análise agrupada recente de um estudo randomizado e estudo de coorte prospectivo determinou que as mulheres com níveis de vitamina D de pelo menos 40ng/ml foram associados com 65% menor risco de desenvolver câncer.
O câncer é altamente prevalente, afetando cerca de 40% de homens e mulheres. Em 2012, um total de 14 milhões de novos casos de câncer foram diagnosticados em todo o mundo, com 8,2 milhões de mortes relacionadas à doença. Este número continua a aumentar com estimativa para 22 milhões de casos de câncer nos próximos 20 anos.
O câncer cria um encargo financeiro significativo. Em 2010, o seu tratamento foi responsável por um total de US$ 125 bilhões somente nos EUA. Como os diagnósticos de câncer continuam a crescer, este número deverá subir para US$ 150 bilhões até o ano de 2020. Portanto, é importante para os médicos implementar medidas preventivas a fim de diminuir a carga médica e financeira das pessoas afetadas por esta doença.
A evidência atual sugere que a vitamina D [25(OH)D] é inversamente associada com vários tipos de câncer, incluindo o de próstata, pulmão e mama. Além disso, a vitamina D demonstrou exercer propriedades anticancerosas. Existem diversos mecanismos que podem ser responsáveis por estes resultados, incluindo a capacidade da vitamina D prevenir a proliferação celular, promover a morte de células programadas e diminuir a inflamação em células cancerosas.
Embora o papel da vitamina D no câncer tem sido estudado extensivamente, os pesquisadores recentemente procuraram determinar se as descobertas anteriores são replicáveis e identificar um intervalo de referência de níveis de 25(OH)D para a prevenção ideal de desenvolvimento de câncer entre as mulheres com de 55 anos ou mais.
No estudo atual, os pesquisadores utilizaram dados de duas coortes: A coorte Lappe (um estudo duplo cego randomizado e controlado) e da coorte GrassrootsHealth (uma coorte prospectiva). Ao contrário de outros estudos, estes representavam diferentes níveis medianos de vitamina D, oferecendo uma gama mais ampla de concentrações de 25(OH)D para analisar.
A coorte Lappe ocorreu em Nebraska e avaliou um total de 1.169 mulheres com idade superior a 55 anos, sem histórico de câncer. As participantes foram distribuídas aleatoriamente a um dos 3 tratamentos: cálcio (1.400mg/dia de citrato de cálcio ou 1500mg/dia de carbonato de cálcio) e vitamina D placebo; cálcio como mencionado anteriormente, mais 1000 UI/dia de vitamina D3; ou controlo (cálcio placebo e vitamina D placebo).
A coorte GrassrootsHealth, conduzida por uma organização de saúde pública sem fins lucrativos, em San Diego, CA, reuniu os níveis de vitamina D de 1.135 mulheres com idades a partir de 55 anos que voluntariamente aderiram ao estudo com o objetivo de alcançar e sustentar uma concentração sérica de 25(OH)D no nível de escolha da participante. Os níveis da vitamina foram medidos através de testes feitos em casa e questionários de saúde foram preenchidos on-line.
Os pesquisadores reuniram dados de ambos os grupos e compararam a incidência de câncer com a subsequente concentração de vitamina D ao longo de uma mediana de 3,9 anos. Todos os tipos de cânceres foram incluídos na análise, com exceção de câncer de pele não melanoma.
Será que os pesquisadores encontram uma relação entre os níveis de vitamina D e a incidência de câncer? Aqui está o que descobriram:
Os investigadores resumiram as suas conclusões como segue:
“Encontramos uma associação clara entre a concentração sérica de 25(OH)D e o risco de câncer, de acordo com vários tipos de análises. Estes resultados sugerem a importância da vitamina D para a prevenção de câncer”.
Como sempre, é importante observar as limitações do estudo: o uso de dados auto-relatados pode resultar em viés de memória e potencialmente distorcer os resultados; nem todas as variáveis puderam ser contabilizadas; a análise não teve o poder de avaliar o papel do status da vitamina D em tipos específicos de câncer; o estudo mostrou a relação entre a vitamina D e o risco de câncer especificamente entre mulheres brancas (não-hispânicas) com 55 anos ou mais, portanto, os resultados não podem ser generalizados para outras populações-alvo.
Os investigadores concluíram,
“A prevenção primária de câncer, ao invés de apenas expandir a detecção precoce ou melhorar o tratamento, será fundamental para reverter a tendência ascendente atual da incidência de câncer em todo o mundo. Esta análise sugere que um melhor nível sérico de vitamina D serve de instrumento fundamental para a prevenção”.
“As informações fornecidas neste site destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para o profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. Procure sempre o aconselhamento do seu médico ou outro prestador de cuidados de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter a respeito de sua condição médica. As informações contidas aqui não se destinam a diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença. Nunca desconsidere o conselho médico ou demore na procura por causa de algo que tenha lido em nosso site e mídias sociais da Essentia.”
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