Em 2008, o Dr. John Cannell, MD, fundador do Conselho de Vitamina D dos Estados Unidos, publicou o primeiro artigo sugerindo uma relação entre o baixo nível de vitamina D e aumento do risco de autismo. Ele criou sua hipótese com base nos dados que ilustram um aumento da prevalência de autismo nas regiões menos ensolaradas. Apenas estudos observacionais haviam confirmado sua hipótese até agora, mas em estudo inovador, os pesquisadores provaram que a suplementação de vitamina D reduz os sintomas do autismo em crianças.
Mais de 3,5 milhões de americanos vivem com transtorno do espectro autista (TEA), afetando aproximadamente 1 em 68 pessoas. Nos EUA, a prevalência do distúrbio entre crianças aumentou em cerca de 120% entre o ano de 2000 e 2010, coincidindo com o aumento da deficiência de vitamina D no país.
O TEA descreve uma série de condições categorizadas como distúrbios do desenvolvimento neurológico. As características do autismo incluem déficits de habilidades sociais, comprometimento na comunicação verbal e não-verbal, e padrões repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Atualmente, não existem tratamentos eficazes para os principais sintomas do transtorno. Assim, pesquisadores de todo o mundo buscam soluções.
A vitamina D desempenha um papel essencial no desenvolvimento neurológico e na regulação genética. Mais de 2.700 genes contêm receptores de vitamina D, e esta vitamina regula a expressão de mais de 200 genes. Além disso, a sua deficiência durante a gravidez está associada a efeitos adversos para o bebê, incluindo um risco aumentado de autismo. Essa evidência levou os pesquisadores a realizar recentemente um ensaio clínico randomizado (RCT), o padrão-ouro da investigação, para avaliar os efeitos da suplementação de vitamina D no autismo em crianças.
O estudo incluiu 109 crianças com TEA, com idades entre três e dez anos. Metade das crianças foi randomizada para receber uma dose diária de vitamina D de 300 UI por kg de peso corporal, mas não superior a 5.000 UI por dia. A outra metade recebeu uma pílula placebo diária. O experimento durou um total de quatro meses. Os pesquisadores avaliaram níveis de vitamina D, gravidade do autismo e maturidade social das crianças no início e no final do estudo. Após quatro meses, a suplementação de vitamina D melhorou significativamente as principais manifestações do TEA, que incluem irritabilidade, hiperatividade, retirada social, comportamento estereotipado e discurso inadequado, e o grupo placebo não experimentou melhorias significativas. Além disso, as crianças que receberam a suplementação tiveram maior consciência cognitiva, consciência social e cognição social em comparação com aquelas que receberam apenas o placebo. A suplementação de vitamina D diminuiu significativamente os movimentos repetitivos de mão, ruídos aleatórios, saltos e interesses restritos.
Os pesquisadores concluíram,
“Este estudo é o primeiro RCT duplo-cego que prova a eficácia da vitamina D3 em pacientes com TEA … A suplementação oral da vitamina pode melhorar com segurança sinais e sintomas do transtorno”.
O estudo também mencionou que o regime de suplementação foi bem tolerado entre as crianças. Apenas cinco delas sofreram efeitos colaterais menores durante o período de estudo de quatro meses, como erupções cutâneas, comichão e diarreia. Este estudo poderia representar uma mudança de vida para muitos. No entanto, os pesquisadores lembraram aos leitores que o estudo consistiu de um número relativamente pequeno de pacientes, e estudos adicionais são necessários para confirmar a eficácia da vitamina D em TEA.
Traduzido por Essentia Pharma
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