Pesquisadores do Instituto de Câncer Wilmot, Universidade de Rochester, Nova Iorque, descobriram algo simples e barato para reduzir a neuropatia nas mãos e nos pés devido à quimioterapia –o exercício.
O estudo envolvendo mais de 300 pacientes com câncer, foi apresentado e honrado como “Best of ASCO” entre 5.800 estudos, no maior encontro mundial anual de oncologistas (2016), da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (sigla em inglês, ASCO).
Os investigadores do estudo compararam diretamente os sintomas neuropáticos em pessoas que não se exercitavam com a dor sentida em pacientes que participaram de uma rotina especializada de 6 semanas de caminhada, com treino de resistência suave em casa.
O grupo exercícios relatou significativamente menos sintomas de neuropatia, que inclui dor (em choque ou queimação), formigamento, dormência e sensibilidade ao frio, e os efeitos do exercício pareceram ser mais benéficos para pacientes mais idosos, relatou o principal autor Ian Kleckner, Ph.D., biofísico e professor assistente da pesquisa do programa de sobrevivência e controle do câncer do Instituto Wilmot. Kleckner também ganhou um Prêmio de Mérito ASCO na categoria gestão da dor e dos sintomas, e foi convidado para dar uma palestra sobre seu trabalho.
Nem todas as drogas quimioterápicas causam neuropatia, mas 60% das pessoas com câncer de mama e outros tumores sólidos que recebem taxanos, alcaloides da vinca e quimioterapias baseadas em platina, provavelmente, sofrerão deste tipo de efeito colateral, afirmou Kleckner. A neuropatia é mais comumente associada com diabetes ou dano do nervo. Não há medicamentos aprovados pelo FDA disponíveis para prevenir ou tratar a neuropatia induzida pela quimioterapia, acrescentou.
O programa de exercícios especializado de Wilmot, chamado EXCAP (sigla do inglês para Exercício para Pacientes com Câncer), foi desenvolvido há vários anos na Universidade de Rochester por Karen Mustian, Ph.D., M.P.H., professora associada no programa de controle do câncer. Nos últimos anos, ela registrou a marca EXCAP e a avaliou em vários ensaios clínicos. No ano passado, na ASCO, Mustian apresentou dados de um estudo randomizado, controlado de 619 pacientes, demonstrando que EXCAP reduziu a inflamação crônica e disfunção cognitiva em pessoas que recebiam quimioterapia. O estudo de Kleckner envolveu um subconjunto de pacientes do experimento de Mustian, o qual é o maior estudo de exercício de fase 3 confirmado já realizado entre pacientes com câncer durante a quimioterapia. O seu trabalho é financiado pelo Instituto Nacional do Câncer (EUA) e o seu próprio laboratório, PEAK.
O exercício como uma ferramenta de prevenção do câncer e potencial tratamento é um tema atualmente recorrente entre os oncologistas do país e seus pacientes.
Kleckner, um fisiculturista (livre de drogas) de longa data e ex-jogador de rúgbi quando na faculdade, disse que está empenhado em compreender mais profundamente os benefícios do exercício para pacientes com câncer. “O exercício é como uma marreta porque afeta muitos caminhos biológicos e psicossociais ao mesmo tempo – circuitos do cérebro, inflamação, interações sociais – considerando-se que as drogas geralmente têm um alvo específico. Nosso próximo estudo está sendo projetado para descobrir como o exercício funciona, como o corpo reage ao exercício durante o tratamento do câncer, e como o exercício afeta o cérebro.”
Mustian relatou: “Nosso programa da Universidade de Rochester, que agora inclui mais de meia dúzia de pesquisadores, está se tornando uma verdadeira potência no que se refere ao exercício oncológico. Doze anos atrás, quando começamos este trabalho, muitos disseram que não era seguro para a maioria dos pacientes com câncer se exercitar. Agora sabemos que pode ser seguro quando feito corretamente, e que tem benefícios mensuráveis. Mas, a quantidade precisa ser controlada em pacientes que estão passando por quimioterapia – por isso é importante continuar nosso trabalho e encontrar uma maneira de personalizar o exercício de uma forma que ajude individualmente”.
O estudo foi apoiado pelo Programa de Pesquisa Intramural do National Institutes of Health.
Traduzido por Essentia Pharma
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