Embora os hormônios sexuais femininos e a química do cérebro ofereçam alguma proteção contra o estresse, as mulheres são mais profundamente afetadas pelos seus efeitos físicos e emocionais do que os homens.
As reações das mulheres ao estresse estão enraizadas na química do corpo. Os homens têm níveis de andrógeno mais elevados, enquanto as mulheres têm maiores níveis de estrógeno, afirma Paul J. Rosch, MD, FACP, presidente do Instituto Americano de Estresse (sigla em inglês, AIS).
“Seus cérebros também são conectados de forma diferente”, continua o Dr. Rosch, que também é professor clínico de medicina e psiquiatria do New York Medical College, e vice-presidente honorário do International Stress Management Association. “As mulheres tendem a reagir ao estresse de forma diferente do que os homens. Elas não respondem no modo ‘luta ou fuga’ – elas são mais aptas a negociar.”
Estresse: Como as mulheres são afetadas
Os efeitos do hormônio natural antiestresse – a oxitocina, produzidos durante o parto, amamentação e, em ambos os sexos, durante o orgasmo, são reforçados pelo estrogênio e reduzidos pela testosterona. Isto ajuda às mulheres mais que os homens. E atividades de alimentação aumentam os níveis de oxitocina nas mulheres. A situação paradoxal é que, para manter a saúde emocional, as mulheres precisam de mais ocitocina do que os homens. Por exemplo, Rosch explica, as mulheres são mais afetadas negativamente quando não são tocadas, e também se sentem mais estressadas do que os homens nos relacionamentos.
De acordo com a Academia Americana de Médicos de Família (sigla em inglês, AAFP), o estresse é uma expressão do instinto natural do corpo para se proteger. Enquanto que ele pode alertar uma mulher de perigo imediato, como um carro se aproximando rapidamente, os efeitos do estresse prolongado podem afetar negativamente a sua saúde física e emocional.
“Nossa resposta ao estresse foi requintadamente afinada ao longo de milhões de anos como um mecanismo de proteção”, disse Rosch. “Perfeito para os nossos antepassados que corriam de tigres. A tragédia é que, hoje, não são tigres, mas centenas de coisas como ficar preso em engarrafamentos. Nossos corpos respondem da mesma forma, mas com hipertensão, derrames e úlceras.”
Efeitos do estresse: o lado físico
“Seu estresse pode variar, mas se você o sente ao mesmo tempo com o seu trabalho, filhos, vizinhos e casamento, então temos um problema”, disse Lori Heim, MD, presidente eleita da AAFP e uma hospitalista, ou seja, médica de família que atende somente pacientes internados, Scotland Memorial Hospital, na Carolina do Norte. “Nas mulheres, eu observo isso nas mudanças de padrões menstruais – nada mais está acontecendo, exceto um enorme aumento do estresse, e, de repente, elas podem estar perdendo o cabelo ou apresentando irregularidades menstruais, e tudo aponta para o estresse como um fator.”
O AIS informa que algumas pesquisas mostram que 75 a 90 por cento das visitas aos médicos de cuidados primários são para queixas relacionadas ao estresse. De acordo com o Centro de Informações de Saúde Nacional da Mulher (EUA), os efeitos do estresse sobre a saúde física e emocional das mulheres podem variar, apresentando desde dores de cabeça até síndrome do intestino irritável. Efeitos específicos de estresse incluem:
Distúrbios alimentares. Anorexia e bulimia são 10 vezes mais comuns em mulheres do que em homens, diz Rosch, e isso pode ter algo a ver com os níveis de estresse. Assim como a depressão, a anorexia tem sido associada a baixos níveis de serotonina e é muitas vezes tratada com medicamentos antidepressivos de aumento de serotonina.
Doenças do estômago. O estresse pode fazer você desejar comer besteiras, alimentos ‘reconfortantes’, ou perturbar o seu estômago até o ponto que sente não poder comer. Problemas comuns estomacais relacionados ao estresse incluem cólicas, inchaço, azia e até síndrome do intestino irritável (IBS). Dependendo, estes problemas podem levar à perda ou ganho de peso.
Reações cutâneas. O estresse pode levar a erupções cutâneas e até mesmo coceira e urticária em algumas pessoas.
Condições emocionais. O constante estresse pode levar ao mau humor, irritação, problemas mentais mais graves, como depressão, afetando a saúde emocional. As mulheres são melhores que os homens em esconder algumas emoções como raiva e agressividade porque as partes de seus cérebros responsáveis por essas emoções são maiores do que as dos homens, mas a depressão atinge as mulheres duas vezes mais que os homens, e Rosch acrescenta: “Os efeitos emocionais do estresse sobre as mulheres podem variar de depressão pós-parto depois da gravidez para a depressão após a menopausa”.
Problemas do sono. Dificuldade ou manter o sono é comum em mulheres afetadas pelo estresse, e isto é particularmente contraproducente uma vez que uma boa noite de sono pode ajudar a aliviar o próprio estresse.
Dificuldade de concentração. O estresse faz com que seja difícil se concentrar e ser eficaz em suas responsabilidades em casa ou no trabalho, o que pode agravar os seus problemas se o estresse estiver vindo do próprio trabalho…
Doença cardíaca. A competição no mercado de trabalho de hoje tem aumentado o risco de doença cardíaca das mulheres, afirma Rosch. O estresse pode afetar negativamente todo o sistema cardiovascular e levar à hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e ataque cardíaco.
Resposta imune reduzida. Uma das reações físicas mais complicadas ante o estresse é a menor capacidade do seu organismo para combater uma doença, seja ela um resfriado ou um sinal de uma doença crônica.
Câncer. Alguns estudos têm sugerido uma ligação entre o estresse e o desenvolvimento de câncer de mama e de ovário. Em um estudo, os pesquisadores descobriram que o risco de câncer de mama foi maior em 62 por cento nas mulheres que tinham experimentado mais do que um evento muito estressante, como o divórcio ou a morte de um cônjuge.
Técnicas de redução do estresse
Pesquisa apresentada na mais recente reunião da Western Psychological Association descobriu que 25 por cento da felicidade depende de quão bem você lida com o estresse. E qual foi a estratégia mais importante da sua gestão? Planejamento – ou a antecipação ao estresse – e conhecer as ferramentas que ajudem a minimizar a tensão. Aqui estão mais algumas dicas para gerir o estresse:
Melhore a sua dieta. Ao comer refeições bem equilibradas e evitar o junk food, você pode melhorar o seu bem-estar físico e, por sua vez, sua saúde emocional.
Arranje tempo para o exercício. “Nós sabemos que o exercício é uma forma fenomenal de lidar com o estresse e a depressão”, disse a Dra. Heim. A pesquisa mostra que ao nos mantermos ativos podemos melhorar nossos humores e aumentar a liberação de endorfinas, uma substância química natural associada com o humor.
Encontre maneiras divertidas para relaxar. Conecte-se com a família, amigos e pessoas que gostam de estar ao redor. Redescubra passatempos favoritos; estudos recentes vinculam que a atividade de tricô ou bordados com efeitos redutores do estresse. Outras atividades desestressantes incluem ioga, meditação e tai chi.
Finalmente, se você se sentir sobrecarregada pelo estresse e seus efeitos, fale com o seu médico sobre formas de lidar com ele. Você pode aprender novas técnicas para o gerenciamento do estresse por você mesma, ou pode achar que uma terapia sob a atenção de um profissional de saúde mental poderá melhor ajudá-la.
Traduzido por Essentia Pharma
Fonte:http://www.everydayhealth.com/womens-health/physical-side-of-stress.aspx
“As informações fornecidas neste site destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para o profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. Procure sempre o aconselhamento do seu médico ou outro prestador de cuidados de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter a respeito de sua condição médica. As informações contidas aqui não se destinam a diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença. Nunca desconsidere o conselho médico ou demore na procura por causa de algo que tenha lido em nosso site e mídias sociais da Essentia.”
Newsletter + Guia sobre resiliência
Assine a newsletter e receba o e-book “Guia sobre resiliência: a relação com o estresse e dicas práticas”. Exclusivo para assinantes.
Quero assinar