Muitas pessoas têm o hábito de tomar um multivitamínico diariamente. Mas, apesar da popularidade, ainda existe o debate sobre sua utilidade.
Nova investigação prospectiva de Harvard, de longa duração, publicada em The Journal of Nutrition, acompanhou 18.530 médicos (idade ³ 40) da coorte Physicians’ Health Study I, que não apresentavam doença cardiovascular ou câncer no início do estudo (1982), para analisar a associação do uso de multivitamínico sobre a saúde do coração.
Na análise multivariada ajustada, não foram observadas associações significativas entre os usuários que usavam multivitamínicos por pouco tempo, em comparação com os não usuários para o risco de grandes eventos cardiovasculares (HR: 0,94; 95% CI: 0,84, 1,05). No entanto, o auto-relato do uso prolongado (≥20 anos) foi associado com menor risco (HR: 0,56; IC 95%: 0,35, 0,90; P-tendência = 0,05). O uso de multivitaminas na linha de base também foi inversamente associado com o risco de revascularização cardíaca (HR: 0,86; IC 95%: 0,75, 0,98).
Portanto, redução de 44% do risco de eventos cardiovasculares graves. E, tão importante, sem apresentar evidência que justifique qualquer preocupação quanto ao uso de multivitamínicos (segurança).
Alguns especialistas conjecturam que, por mais que os multivitamínicos não atuem diretamente na saúde do coração, se uma pessoa possui insuficiência de alguma vitamina ou mineral, isto se traduz em sobrecarga ou desafio ao corpo para manter os sistemas funcionando. E esse pensamento pode talvez explicar o seu efeito benéfico visto sobre o coração após muitos anos de suplementação, e não em curto espaço de tempo.
Como relataram os cientistas do estudo, “Hipoteticamente, vitaminas e minerais devem estar impactando muitos mecanismos potenciais que protegem a saúde cardíaca, como as lipoproteínas de baixa densidade contra danos oxidativos, fortalecendo o metabolismo da homocisteína e reduzindo a disfunção endotelial”.
Fonte: Rautiainen S, Rist PM, et al. Multivitamin Use and the Risk of Cardiovascular Disease in Men. J Nutr, 2016. DOI: 10.3945/ jn.115.227884
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