Os cientistas do Centro Médico da Universidade de Rochester descobriram novas informações essenciais sobre os ácidos graxos ômega-3 contidos no óleo de peixe, e como eles poderiam ser usados para pacientes com asma.
Em um artigo publicado no Journal of Clinical Investigation – Insight, pesquisadores que utilizam culturas de células de pacientes com asma, descobriram que:
• Os ácidos graxos ômega-3 podem reduzir a produção dos anticorpos que causam reações alérgicas e sintomas de asma em pessoas com casos mais leves;
• Mas em pacientes com asma grave que usam altas doses de esteroides orais, os ácidos graxos ômega-3 são menos efetivos porque os corticosteroides bloqueiam os efeitos benéficos.
O autor principal Richard P. Phipps e seu laboratório demonstraram anteriormente que certos ácidos graxos contidos no óleo de peixe regulam a função das células imunes (células B).
As pessoas com asma têm um desequilíbrio entre as moléculas que diminuem a inflamação e as que aumentam a inflamação. O uso de esteroides como tratamento controla a inflamação e alivia os sintomas, mas não cura a doença subjacente.
Phipps e sua equipe coletaram sangue de 17 pacientes e isolaram suas células imunes B no laboratório para explorar o impacto de produtos derivados de ômega-3 puro na imunoglobulina E e outras moléculas que alimentam a doença.
A maioria dos pacientes que se voluntariaram para o estudo estavam tomando corticosteroides. Os resultados mostraram que todos responderam aos ácidos graxos ômega-3 até certo ponto, como evidenciado por uma redução nos níveis de anticorpos IgE.
Mas, inesperadamente, disse Phipps, as células de um pequeno subconjunto de pacientes que estavam tomando esteroides orais se mostraram menos sensíveis ao tratamento com ômega-3.
Os esteroides geralmente são um tratamento muito eficaz para a asma. No entanto, embora a ciência esteja nos estágios iniciais, parece que, quando os corticosteroides são usados de forma constante, em alguns casos, eles reduzem a capacidade natural do organismo de combater a inflamação relacionada à asma, relatou Phipps.
A descoberta coincide com um estudo do New England Journal of Medicine (NEJM) no final de dezembro de 2016, que mostrou que a exposição pré-natal ao óleo de peixe reduziu o risco de sibilância (sonoridade aguda e/ou chiada produzida pelas vias respiratórias) e asma em crianças.
Phipps observou que o óleo de peixe usado como suplemento dietético no estudo NEJM era uma preparação especial de alta qualidade – e que os consumidores deveriam ter cuidado ao comprar óleo de peixe porque nem todos são iguais.
“Você realmente precisa de um produto padronizado e de alta qualidade, que tenha sido processado e armazenado corretamente antes de comparar resultados entre estudos”, afirmou Phipps. “O nosso estudo usou produtos puros e biologicamente ativos do óleo de peixe, e fornecemos uma clara evidência de por que a ingestão de um suplemento de alta qualidade é positiva.”
Os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 demonstraram ter muitos benefícios para a saúde. Uma vez ingeridos, eles se convertem em mediadores pró-resolução especiais que interrompem a inflamação sem suprimir o sistema imunológico.
Artigo traduzido e adaptado por Essentia Pharma
Fonte: http://www.news-medical.net/news/20170209/URMC-researchers-discover-how-omega-3-fatty-acids-in-fish-oil-could-be-used-for-asthma-patients.aspx
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