Uma revisão e meta-análise publicada na edição de abril 2018 da revista Medicine concluiu que a suplementação com os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 no início do tratamento de câncer gastrointestinal pode aumentar a função imunológica e reduzir a inflamação.
Para a meta-análise, Yajie Zhao e Chengfeng Wang da Chinese Academy of Medical Sciences e Peking Union Medical College, em Pequim, selecionaram 16 ensaios clínicos randomizados, incluindo um total de 1.008 pacientes submetidos à cirurgia para o câncer gastrointestinal. Os participantes receberam uma formulação nutricional parenteral pós-operatória (administrada por via intravenosa) constituída por uma emulsão de triglicerídeos de cadeia média e longa por até sete dias. Dos 1.008 pacientes, 506 receberam uma emulsão que também continha os ácidos graxos ômega-3: ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosaexaenoico (DHA).
Os indivíduos que receberam os ácidos graxos ômega-3 tiveram melhorada a imunidade celular em comparação ao grupo de controle. A suplementação com ômega-3 foi associada também com melhor imunidade humoral. Os marcadores de inflamação se apresentaram menores nos indivíduos suplementados do que entre os controles, e as infecções pós-operatórias foram reduzidas.
Ácidos graxos e seus benefícios no ômega
Os cientistas observam que o principal componente nas gorduras tradicionais utilizadas são os ácidos graxos ômega-6, que podem aumentar a inflamação e prejudicar a função imunológica. Em contraste, as gorduras ômega-3 melhoram a função imunológica e inibem a resposta inflamatória.
“Estudos têm demonstrado que as alterações na função imune desempenham um papel importante na recorrência do tumor-hospedeiro ou metástase, e uma baixa função imunológica pode causar difusão acelerada das células tumorais”, observam. “Por isso, é de grande importância clínica melhorar o estado nutricional e a função imunitária desses pacientes”.
Segundo os especialistas, o resultado dessa meta-análise confirmou que a intervenção precoce com a emulsão de ácido graxo ômega-3 em câncer gastrointestinal pode não só melhorar os indicadores pós-operatórios da função imunológica, reduzir a reação inflamatória e melhorar o efeito curativo no pós-operatório, mas também melhorar a supressão imune induzida pela nutrição parenteral convencional ou tumor.
Eles concluem, portanto, que “pacientes com câncer gastrointestinal, no pós-operatório, devem receber ácidos graxos ômega-3 em sua fórmula de nutrição parenteral”.
Traduzido e adaptado por Essentia Pharma:
Newsletter + Guia sobre resiliência
Assine a newsletter e receba o e-book “Guia sobre resiliência: a relação com o estresse e dicas práticas”. Exclusivo para assinantes.
Quero assinar