Nos últimos anos, o uso de antibióticos aumentou dramaticamente nos EUA. O acúmulo de evidências sugere uma correlação entre o uso de antibióticos e distúrbios, como obesidade, doença celíaca e câncer colorretal. Estas doenças podem se originar a partir do desequilíbrio da microflora intestinal após exposição a medicamentos antibacterianos. Uma presença microbiana equilibrada no intestino é crucial para manter seu pleno funcionamento, e antibióticos podem causar mudanças, aumentando a prevalência de bactérias que não são alvo de um medicamento específico. Isso pode desestabilizar o estado metabólico e promover inflamação, um risco conhecido de câncer colorretal.
Estudos anteriores mostraram associação entre antibióticos e câncer de cólon. No entanto, falta estabelecer se o mesmo se dá quanto ao adenoma precoce, a primeira fase do câncer do cólon.
Como leva cerca de uma década para o câncer colorretal se desenvolver, a avaliação da exposição ao tratamento com antibióticos acontece anos mais tarde. Em um estudo de 2017 publicado em BMJ Colon, pesquisadores avaliaram o aparecimento de adenoma colorretal em 16.642 mulheres (> 60 anos de idade) após a exposição a antibióticos quando mais jovens (20 a 39 e 40 a 59 anos). Os períodos de exposição aos antibióticos analisados foram: sem tratamento; < 15 dias; 15 dias a 2 meses; > 2 meses. Os dados foram baseados no histórico de uso de antibióticos do paciente em idade mais jovem (questionários enviados a cada dois anos) e os resultados da colonoscopia foram coletados durante os anos de 2004 a 2010.
Foi relatada uma forte associação entre o a maior duração do tratamento com antibiótico e o adenoma do cólon para ambos os grupos etários (20-39 e 40-59), com maior correlação – 1,69 (em comparação com 1,36) para a faixa etária de 40-59 anos. Em contraste, o uso recente de antibióticos não pareceu estar correlacionado com o risco de adenoma.
Os resultados do estudo implicam que o uso de antibióticos por longos períodos de tempo (> 2 meses) durante o início da idade adulta tem uma forte associação com um maior risco de adenoma colorretal após a idade de 60 anos. Esta observação é apoiada por um estudo na Finlândia, o qual, durante 9 anos de seguimento, demonstrou que pacientes que recebem mais prescrições de antibióticos (6% comparados a 1%) têm um risco 15% maior de desenvolver câncer do cólon.
Futuros estudos devem abordar a via de tratamento bem como a associação de antibióticos específicos com o risco de carcinoma do cólon, fatores que não foram abordados neste estudo inicial. Em conjunto, os resultados sugerem que há uma necessidade de limitar o uso de antibióticos, como ação preventiva para reduzir casos de inflamação, um conhecido fator de risco para o câncer colorretal.
Traduzido por Essentia Pharma
Fonte: https://www.medicalnewsbulletin.com/long-term-antibiotic-use-risk-colorectal-cancer/
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