As mulheres passam por inúmeras transformações ao longo da vida, desde a primeira menstruação até a menopausa. Mas a grande questão é: como passar por essas mudanças com equilíbrio, saúde e bem-estar?
Neste guia completo sobre saúde da mulher, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre as mudanças biológicas no organismo feminino e também os desafios e as oportunidades de se cuidar com amor, responsabilidade e sabedoria. Confira!
As transformações que acontecem no corpo feminino diante dos anos são maravilhosas, profundas e complexas, influenciadas por fatores hormonais, fisiológicos e emocionais. O ciclo menstrual, regulado por um intrincado equilíbrio de hormônios, reflete essa dinâmica, preparando o organismo para a reprodução e influenciando diversos aspectos da saúde física e mental.
Dentro desse contexto, quatro momentos se destacam como marcos essenciais da jornada feminina: a puberdade, a gravidez, o climatério e a menopausa. Entenda quais são as principais mudanças em cada uma dessas fases:
A puberdade é a fase que marca o começo da vida reprodutiva feminina. O início varia de pessoa para pessoa, mas costuma ocorrer entre os 8 e os 13 anos de idade.
É uma fase marcada pelo crescimento rápido (estirão) e várias outras mudanças físicas, resultado do aumento na concentração de hormônios, como o luteinizante (LH), o folículo estimulante (FSH), a progesterona e o estrogênio.
As principais mudanças nessa fase são:
A 1ª menstruação, ou menarca, é um processo fisiológico que ocorre comumente entre os 11 e 16 anos de idade e que precisa ser visto com naturalidade e sem constrangimento.
Para algumas meninas, o início da menstruação pode surgir ainda mais cedo, a partir dos 7 anos de idade, caracterizando a puberdade precoce, que é quando o início do desenvolvimento sexual acontece antes da idade média.
Nesses casos, os responsáveis, junto com o pediatra, precisam ficar atentos aos primeiros sinais (como o crescimento dos seios, o aumento dos pelos, etc.) para identificar a necessidade de buscar alternativas que ajudem a menina a lidar com esse momento. Embora seja um processo natural do corpo feminino, quando acontece antes do esperado, a menina pode ainda não se sentir totalmente preparada para viver essa experiência.
Existem algumas atitudes simples que podem auxiliar nessa fase:
Vale destacar que nessa fase de transformação a demanda por nutrientes passa a ser muito maior devido ao crescimento acelerado que acontece na adolescência e a perda de sangue durante a menstruação.
Com isso, pode ser importante ampliar a ingestão de micronutrientes como ferro, cálcio, vitamina D e zinco, por exemplo, por meio da alimentação ou suplementação, razão pela qual é importante a avaliação de um médico ou nutricionista.
A puberdade provoca mudanças significativas na pele, especialmente relacionadas às glândulas sebáceas, que são mediadas por alterações no microbioma da pele. Essas alterações são impulsionadas pelos hormônios sexuais, que aumentam a produção de sebo e criam um ambiente favorável para o surgimento da indesejada acne. Essa condição é causada por bactérias que se instalam na pele suscetível e desencadeiam a inflamação característica.
Portanto, pode ser necessário dedicar uma atenção especial à saúde da pele durante essa fase, visando minimizar os efeitos típicos da puberdade e promover uma pele equilibrada a longo prazo.
Para isso, começar uma rotina de skincare simples e prática pode ajudar, com os seguintes passos:
Além de limpar, hidratar e proteger a pele, é fundamental buscar orientação de um dermatologista sempre que houver desconforto. Isso permite identificar ativos específicos que contribuem para o equilíbrio cutâneo e podem auxiliar no controle da oleosidade e da acne, por exemplo.
Entre esses ativos, destacam-se os probióticos. Embora sejam amplamente reconhecidos por seu papel na microbiota intestinal, pesquisas indicam que também podem beneficiar a saúde da pele. Algumas cepas estimulam a produção de ceramidas e possuem propriedades antibacterianas, ajudando a combater a bactéria associada à acne e promovendo uma pele mais saudável de maneira geral.
O Transtorno pré-menstrual – TPM é o período que compreende o pico ovulatório até a menstruação (fase pré-menstrual). Apesar de acontecer com boa parte das mulheres e ser considerado comum, sofrer com os sintomas da TPM não é normal e pode ser amenizado. Por isso, ao sentir qualquer desconforto desproporcional, não deixe de procurar ajuda.
Os sinais desse período podem se manifestar em mudanças físicas ou psicológicas, podendo estar presentes desde a adolescência até a maturidade, ou seja, da primeira à última menstruação.
Os principais sintomas físicos incluem:
Entre os sintomas psicológicos, os mais comuns são:
A maioria desses sintomas desaparece no primeiro ou segundo dia após o início da menstruação, mas isso não significa que você precisa conviver com eles em todos os ciclos. Por isso, caso perceba grande interferência na sua qualidade de vida, é importante procurar um médico para identificar um tratamento adequado.
Apesar dos inúmeros sintomas que podem chegar junto com a TPM, é possível promover o bem-estar físico e emocional durante essa fase. Algumas ações que podem ajudar a passar por isso, por exemplo, é a prática de exercícios físicos e preferir uma alimentação balanceada.
A prática de exercícios durante a TPM pode ajudar a reduzir alguns sintomas, como dor de cabeça, náuseas, inchaço, constipação, etc. Além disso, os exercícios ajudam a liberar hormônios importantes para o bem-estar emocional, como a endorfina, e reduzem o excesso de cortisol, hormônio associado ao estresse.
Já com relação à alimentação, o alto consumo de frutas, fibras e vegetais pode estar associado a uma diminuição nos sintomas físicos e emocionais da TPM, enquanto a maior ingestão de alimentos ricos em açúcares e gorduras está associada a uma maior frequência de sintomas.
Alguns compostos e nutrientes também podem contribuir para o equilíbrio emocional e físico durante a TPM. Os estudos mostram que nutrientes como vitamina D, cálcio, magnésio e vitaminas do complexo B podem ser promissores para o alívio dos sintomas nesse período.
Podemos destacar também a l-teanina, um aminoácido presente no chá verde que exerce efeitos no bem-estar físico e mental. Em um estudo realizado com mulheres, durante três ciclos menstruais, esse nutriente demonstrou reduzir a intensidade de vários sintomas associados à tensão pré-menstrual, como dor de cabeça, fadiga, falta de concentração, dor nos seios, entre outros.
Ainda, o óleo de borragem, um ácido graxo ômega-6, também parece apresentar efeitos na TPM. Pesquisadores encontraram evidência de que a suplementação de 1 cápsula de óleo de borragem ao dia durante 3 ciclos melhorou os sintomas físicos e emocionais e a sensibilidade nas mamas em mulheres com TPM.
A gravidez é outra fase intensa de grandes mudanças no corpo da mulher. Algumas são mais aparentes, como o crescimento da barriga e das mamas, e outras menos, como o impacto no cérebro, que passa por diferentes transformações para se adaptar à maternidade, influenciando diretamente a cognição da futura mãe.
Entre as principais mudanças que podem ocorrer durante as semanas de gestação estão:
Durante o pós-parto, período conhecido como puerpério, as mudanças continuam. Na gravidez, os hormônios têm o papel de manter a gestação e o desenvolvimento adequado do bebê. Com o nascimento, esses hormônios sofrem uma queda abrupta, impactando em mudanças no organismo, como a suspensão da menstruação por um período (que pode ser longo ou curto), queda de cabelo e maior sensibilidade emocional, por exemplo.
É por conta disso, inclusive, que pode surgir o Baby Blues, condição bastante comum, caracterizada pelo aumento da irritabilidade, choro fácil e sensação de tristeza que acontece logo após o parto e que tende a cessar em algumas semanas.
Para lidar com esse período de mudanças e adaptações, a orientação médica é fundamental. Em alguns casos, pode ser necessária a suplementação de nutrientes para que se atinja níveis ideais desses componentes, favorecendo o funcionamento adequado do organismo, seja relacionado à saúde mental ou física.
As principais modificações que podem ser notadas nessa fase são o aparecimento de estrias, devido ao crescimento rápido e repentino do corpo, e o surgimento da acne e da hiperpigmentação, resultado das alterações hormonais da gravidez.
Para cuidar da pele durante a gestação, é necessária uma atenção especial na escolha dos produtos que serão utilizados, já que algumas substâncias podem ser contraindicadas nesse momento.
Por isso, procure optar por cosméticos com fórmulas limpas apropriadas para gestantes e sempre respeitando a orientação do médico que lhe acompanha.
Cada micronutriente desempenha um papel indispensável para o desenvolvimento fetal e o bem-estar da gestante. Por conta disso, nesse período, há um aumento das necessidades nutricionais, pois as vitaminas e os minerais são transferidos de mãe para filho durante a gestação. É nesse momento que a suplementação se torna necessária.
Além de complementar a alimentação na gravidez, a suplementação é indicada para repor nutrientes específicos que são recomendados pela Organização Mundial da Saúde – OMS, para todas as gestantes. É o caso do ferro e do ácido fólico (metilfolato), por exemplo, utilizados para prevenir anemia, infecção puerperal, baixo peso ao nascer e parto prematuro.
Ainda, pesquisas mostram que a suplementação de nutrientes como ômega-3, cálcio, vitaminas do complexo B, entre outros, proporcionam efeitos positivos para gestantes, razão pela qual é importante um acompanhamento por um profissional qualificado.
E para as mulheres que ainda não são gestantes, mas que desejam engravidar, o primeiro passo é entender os fatores que impactam a fertilidade feminina, que está associada principalmente à reserva ovariana e ao equilíbrio hormonal. Acontece que as mulheres nascem com um estoque específico de óvulos, que diminui ao longo dos anos, tornando a idade um fator determinante para a concepção.
Entretanto, outras questões também podem afetar esse processo. Condições como a Síndrome do Ovário Policístico – SOP e a endometriose, por exemplo, são caracterizadas por alterações na produção hormonal e interferem diretamente no funcionamento dos órgãos reprodutores, podendo impactar a fertilidade. Por isso, manter essas condições controladas e realizar o acompanhamento médico é fundamental.
Além disso, os hábitos de vida, como alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e o controle do estresse também merecem atenção. É muito importante estar com a saúde física e mental em dia para que o organismo esteja preparado para receber uma nova vida.
O climatério é a fase de transição entre o período reprodutivo e não reprodutivo da mulher, que acontece dos 40 aos 65 anos de idade e compreende a perimenopausa (pré-menopausa), a menopausa e a pós-menopausa. No início dessa fase, que inicia com a perimenopausa, há uma diminuição nas funções ovarianas, bem como na produção dos hormônios femininos e dos folículos.
Com isso, alguns sintomas já podem ser sentidos, como ondas de calor, insônia e alterações no humor, por exemplo. É também nesse momento que a menstruação começa a se tornar irregular, até cessar totalmente na menopausa, período em que os sintomas físicos e emocionais podem se intensificar.
Na pós-menopausa, fase que vai desde o fim da menopausa até os anos remanescentes da vida, esses sinais tendem a perder força. Entretanto, devido à redução dos hormônios, pode favorecer o surgimento da osteoporose e condições cardiovasculares, exigindo uma atenção maior com a saúde.
A menopausa corresponde à última menstruação e pode ocorrer entre os 45 e 55 anos. Quando acontece antes disso, próximo aos 40 anos, é chamada de menopausa precoce ou prematura, e acima dos 55 anos é considerada menopausa tardia.
Com a menopausa, os ovários interrompem sua função, causando uma queda significativa dos hormônios femininos estrogênio e progesterona. Essa queda inicia ainda no climatério e se acentua após a última menstruação, podendo causar sintomas físicos e emocionais.
Devido às mudanças fisiológicas que marcam essa nova etapa da vida, algumas mulheres podem apresentar sinais comuns. Entretanto, cada pessoa pode vivenciar diferentes sintomas, a depender da individualidade de cada uma. Veja quais são os principais sintomas da menopausa:
Apesar de parecer desafiador, é importante lembrar que existem alternativas que ajudam a amenizar esses sintomas, mantendo a qualidade de vida e o bem-estar. Algumas atitudes simples, como priorizar uma alimentação balanceada, a prática de atividade física e o cuidado com a saúde mental, por exemplo, são fundamentais. Ainda, o acompanhamento médico adequado é indispensável.
Os hormônios femininos têm impacto em todo o funcionamento do corpo da mulher e, por isso, a queda hormonal causada pela menopausa pode ser sentida na pele e na saúde capilar por algumas mulheres.
Com relação à saúde cutânea, é comum que se perceba um aspecto mais ressecado, maior flacidez e acentuação de rugas e manchas nessa fase.
Para lidar com isso, além dos cosméticos de uso tópico para potencializar a hidratação e a proteção da pele, os nutricosméticos podem ser bons aliados, ajudando a complementar a ingestão de nutrientes fundamentais para a saúde da pele e dos cabelos. Ainda, recorrer ao atendimento dermatológico também pode ser essencial.
Relacionado aos cabelos, a principal mudança é a maior queda dos fios. Isso pode acontecer porque o estrogênio e a progesterona exercem papéis essenciais no crescimento capilar e na manutenção da saúde dos folículos.
Por isso, para manter os cabelos saudáveis e controlar a queda, a principal orientação é recorrer à ajuda profissional. Além disso, ampliar o consumo de proteínas e alguns micronutrientes, como vitaminas do complexo B, selênio e zinco, pode favorecer a qualidade dos fios e contribuir para o crescimento.
Com a queda hormonal que acontece na menopausa, algumas mulheres podem precisar fazer a reposição dos hormônios femininos, como o estrogênio e a progesterona. Essa alternativa não impede que a menopausa ocorra, mas ajuda a equilibrar os sintomas comuns dessa fase e pode contribuir com a melhora da qualidade de vida.
Entretanto, é importante pontuar que nem todas as mulheres necessitam de reposição. Essa alternativa é recomendada para determinados casos e sempre deve ser orientada e acompanhada por um profissional de saúde capacitado.
A maturidade é um momento de plenitude para a mulher, mas também exige atenção especial à saúde para garantir uma longevidade saudável e um envelhecimento ativo. Nessa fase, a saúde óssea é uma prioridade, e nutrientes importantes para as articulações e para os ossos, como o colágeno e o cálcio, assim como treinos de mobilidade e força se tornam imprescindíveis para manter a autonomia.
Além disso, a pele também deixa mais evidente a passagem do tempo com o aparecimento acentuado de rugas, flacidez e manchas. Mas, atualmente, o conceito well aging vem mostrando que envelhecer bem não se trata de evitar o tempo, mas sim de envelhecer com saúde, beleza e consciência.
Quando nos mantemos saudáveis durante o passar dos anos, podemos agir a favor das respostas naturais do nosso corpo e da nossa pele e prevenir sinais de envelhecimento. Cuidar da pele, manter-se ativa e adotar hábitos saudáveis são formas de viver essa fase com confiança e autenticidade.
Os principais hormônios femininos são o estrogênio (estrógeno ou estradiol) e a progesterona. Eles não apenas são responsáveis pelo desenvolvimento das características sexuais femininas, como acompanham a mulher durante toda a sua fase reprodutiva.
Aliado a eles, outros hormônios também desempenham papéis importantes para o bom funcionamento do organismo da mulher. Por isso, a necessidade de aprender um pouco mais sobre cada um deles.
A produção de estrogênio ganha maior destaque na adolescência e segue de forma contínua até a menopausa. É em virtude dele que os seios e o útero crescem, os pelos aumentam, enfim, ocorrem todas as mudanças que marcam a puberdade.
Ele é importante na regulação do humor, na manutenção da hidratação da pele, no ciclo circadiano e na fertilidade. Deficiências de estrogênio são associadas à maior perda de massa óssea, às ondas de calor e às condições articulares.
A progesterona atua em diversas funções no organismo: contribui para o bem-estar emocional, devido à sua atuação em regiões do cérebro ligadas às emoções e à cognição, auxilia no desenvolvimento das mamas, visando à futura produção de leite, e é fundamental para evitar contrações uterinas precoces, colaborando para a manutenção da gestação.
Esse hormônio é essencial para a saúde reprodutiva e desempenha papéis importantes no ciclo menstrual, na formação do embrião e no sucesso da gravidez. Entre suas principais funções, destaca-se a preparação da camada interna do útero (endométrio) para receber o embrião e garantir as condições ideais para o seu desenvolvimento.
Quando o óvulo não é fecundado, os níveis de progesterona diminuem, provocando a descamação do endométrio e dando início à menstruação. A deficiência desse hormônio pode gerar alterações no ciclo menstrual e no humor, dificuldades para engravidar, retenção de líquidos e até impacto no peso corporal.
Presente em maior quantidade no sexo masculino, a testosterona também é um hormônio importante no corpo da mulher, especialmente para a sua saúde sexual.
Além disso, também influencia no adequado funcionamento dos sistemas vascular, ósseo e muscular. Manter seus níveis adequados é muito importante, pois quando a testosterona está muito baixa ou muito alta, alguns sintomas podem aparecer, como perda de massa muscular, distúrbios do sono, redução da libido, acne, agressividade e aumento de pelos no corpo.
Responsável pela regulação do ciclo sono-vigília, a melatonina é fundamental para a regulação do sono, interferindo em diversos processos do organismo. Em relação ao sistema reprodutivo feminino, auxilia no funcionamento adequado do ciclo hormonal e da ovulação.
Apesar de ser conhecido como o “hormônio do estresse”, o cortisol em níveis adequados é muito importante e benéfico ao organismo, pois é responsável por ajudar a reduzir inflamações e controlar os níveis de açúcar e a pressão arterial, além de contribuir para o bom funcionamento do sistema imunológico.
Níveis muito baixos ou muito altos de cortisol podem causar cansaço, insônia, fraqueza, falta de apetite e sintomas depressivos, sendo essencial a manutenção do seu equilíbrio no organismo.
Para manter o bem-estar em todas as fases da vida, é necessário monitorar a saúde frequentemente. Para isso, alguns exames de rotina podem ser essenciais para prevenir condições ou detectá-las precocemente:
Também conhecido como papanicolau, o exame preventivo de colo de útero é um procedimento realizado para detectar precocemente alterações nas células do colo do útero, lesões pré-cancerosas e infecções virais nessa região.
Todas as mulheres que já tiveram a primeira relação sexual precisam realizar o exame periodicamente. A orientação do Ministério da Saúde é que esse exame seja realizado anualmente e, após dois exames com resultado normal, o intervalo passa a ser de 3 anos. Porém, é importante seguir a orientação do seu médico ginecologista.
O autoexame é um importante passo para o combate ao câncer de mama. Isso, porque esse método visa a autoidentificação de possíveis alterações, como caroços, manchas, textura irregular ou secreções mamárias.
A observação atenta do próprio corpo permite que mudanças sejam notadas rapidamente, facilitando a busca por atendimento médico e o tratamento adequado, quando necessário.
A mamografia é uma radiografia do tecido mamário, utilizada para detectar alterações nas mamas. Ela é fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de mama, possibilitando um tratamento eficaz e aumentando as chances de cura.
A recomendação é que mulheres a partir dos 40 anos realizem a mamografia periodicamente, conforme orientação médica, especialmente quando há histórico familiar da doença.
A densitometria óssea é um exame que mede a densidade mineral dos ossos, ajudando a diagnosticar a osteoporose e avaliar o risco de fraturas. Ela é especialmente importante para as mulheres, pois, após a menopausa, a redução dos níveis de estrogênio pode acelerar a perda óssea, tornando-as mais vulneráveis a essa condição.
Algumas intercorrências e condições são mais comuns ou específicas do público feminino. A melhor forma de se prevenir é entender um pouco mais sobre cada uma delas, suas causas e principais sintomas.
É uma infecção provocada por um fungo do gênero Cândida, que já está presente na região genital e faz parte da microbiota, mas que pode se desenvolver em excesso em determinadas situações.
Algumas causas frequentes podem alterar o pH ou a flora vaginal, deixando o ambiente propício ao supercrescimento do fungo, como: vestir roupas muito apertadas, calcinhas que não são de algodão, permanecer com o biquíni molhado por muitas horas, usar antibióticos por tempo prolongado ou ter o sistema imunológico enfraquecido por alguma outra doença. A infecção também pode se manifestar durante a gravidez.
Os principais sintomas são:
Embora seja uma doença comum entre as mulheres, é importante procurar um médico e realizar o tratamento adequado, para evitar que episódios de candidíase sejam recorrentes, e conhecer alternativas para a prevenção.
Mais comum em mulheres, a infecção é causada pela presença de bactérias patogênicas no trato urinário, especialmente a Escherichia coli. Isso acontece por conta de uma questão anatômica feminina, pois o ânus, local onde há muitos microrganismos, fica próximo da uretra e facilita o acesso das bactérias à bexiga, onde se proliferam e desencadeiam os sintomas.
O tipo mais popular de infecção urinária é a cistite e os seus principais sintomas são:
A melhor forma de evitar a doença é fazer a higiene íntima de forma correta, apenas com as mãos e o uso de sabonete neutro, fazer xixi após a relação sexual e limpar sempre de frente para trás após evacuar, para evitar o contato das bactérias anais com a vagina.
O tratamento da infecção urinária é comumente realizado com a prescrição de antibióticos, entretanto, há evidências de que ativos naturais também podem ajudar na melhora da condição. É o caso do cranberry e da D-manose que, com diferentes mecanismos de ação, demonstram diminuir a incidência de bactérias, auxiliando no tratamento e na prevenção da infecção urinária.
É importante citar, também, que o acompanhamento médico é essencial para evitar que a condição se torne recorrente, adotando um tratamento preventivo adequado e eficaz para cada caso.
O câncer de mama é um dos tipos de câncer mais comuns entre as mulheres. A boa notícia é que, quando identificado em estágio inicial, as chances de tratamento bem-sucedido e cura aumentam significativamente.
A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais. Por isso, além de uma mudança de estilo de vida, é fundamental realizar o autoexame com regularidade, assim como a mamografia ao observar algo diferente ao toque ou a partir dos 40 anos conforme orientação médica.
O autoexame das mamas, realizado mensalmente, ajuda a mulher a conhecer seu corpo e perceber possíveis alterações, como caroços, secreções ou mudanças na pele de forma precoce.
A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é um distúrbio hormonal que pode levar à formação de cistos e ao aumento no tamanho dos ovários. Geralmente não causa dor, mas apresenta alguns sintomas que podem auxiliar na sua identificação, como:
Por meio de exames, é possível identificar ainda a presença de cistos nos ovários e o aumento na produção do hormônio masculino (testosterona). As causas da doença não são claras, mas alguns estudos apontam para questões genéticas, resistência à insulina e inflamações no corpo, como o estresse e a obesidade.
Com o tratamento adequado é possível controlar essa condição e reduzir os sintomas. Além disso, em conjunto com as alternativas convencionais que podem ser propostas pelo médico de sua confiança, a adoção de hábitos saudáveis, principalmente relacionados à alimentação e exercícios físicos, é uma medida fundamental para ajudar no controle da SOP.
O Human Papiloma Virus (HPV) é um vírus que afeta, em grande maioria, o trato reprodutivo da mulher e do homem. Ainda que incomum, o HPV também pode se manifestar em outras regiões, como conjuntivas e mucosas nasal, oral e laríngea. Essa condição é sexualmente transmissível e acontece por meio do contato entre os órgãos, mesmo quando não há penetração.
Como existem muitos tipos de HPV, algumas infecções podem ser simples, desaparecendo sem nenhuma intervenção, e outras podem progredir para doenças mais graves, como o câncer de colo de útero e da garganta. Ainda, alguns sintomas de HPV podem ser visíveis a olho nu, como o surgimento de verrugas nos órgãos genitais e ânus, mas outros podem não ser, como lesões no colo do útero e na mucosa do ânus.
As principais formas de evitar a contaminação pelo vírus são:
O câncer de colo de útero é um tumor que se desenvolve na parte inferior do útero, geralmente causado pela infecção persistente pelo vírus do HPV. Ele se manifesta de forma lenta, começando com lesões pré-cancerosas que podem evoluir para o câncer se não forem tratadas.
Os principais sintomas do câncer de colo de útero são:
O câncer de colo de útero é um tumor que se desenvolve na parte inferior do útero, geralmente causado pela infecção persistente pelo vírus do HPV. Ele se manifesta de forma lenta, começando com lesões pré-cancerosas que podem evoluir para o câncer se não forem tratadas.
Os principais sintomas do câncer de colo de útero são:
Por ser decorrente do vírus HPV, as principais formas de prevenção da doença são as mesmas utilizadas para prevenir o Human Papiloma Virus.
A endometriose ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio, que normalmente reveste o útero, cresce fora dele, em órgãos como ovários, trompas e peritônio.
Esse tecido responde às variações hormonais do ciclo menstrual, inflamando-se e sangrando, o que pode causar dor, aderências e infertilidade. O acúmulo desse tecido fora do útero leva a reações inflamatórias crônicas, formando lesões e podendo impactar no funcionamento dos órgãos afetados.
Os principais sintomas da endometriose são:
Vale lembrar, também, que a endometriose pode ser difícil de diagnosticar ou até mesmo ter os sintomas confundidos com outras condições. Por esse motivo, é fundamental estar atenta aos sinais do seu corpo e procurar orientação médica sempre que notar algo diferente ou sentir qualquer desconforto.
Com relação às formas de tratamento, em mulheres mais jovens, a condição pode ser controlada com o uso de medicamentos ou com a realização de cirurgias, no caso de lesões maiores. Ao chegar na menopausa, geralmente a endometriose regride naturalmente, em virtude da queda na produção de hormônios e o fim da menstruação.
A depressão pós-parto é um transtorno emocional que acomete algumas mulheres após o parto, caracterizado por sentimentos intensos de tristeza, ansiedade, exaustão e desesperança. Suas causas envolvem fatores hormonais, emocionais e sociais, e o tratamento pode incluir terapia, apoio familiar e, em alguns casos, medicação.
Principais sintomas de depressão pós-parto:
Para prevenir que esse quadro ocorra, é necessário cuidar do emocional desde a gestação, com acompanhamento psicológico no pré-natal, quando possível, e o apoio integral da família.
Ainda, garantir a ingestão satisfatória de nutrientes pode exercer ação importante no bom funcionamento do cérebro, o que consequentemente beneficia a saúde mental. Um exemplo, é o papel do ômega-3, citado em estudos como um nutriente fundamental para a saúde cerebral. Quando em baixos níveis no organismo, sua suplementação é uma alternativa que pode apresentar benefícios para o equilíbrio emocional.
A osteoporose costuma ser uma doença silenciosa que se caracteriza pela perda progressiva de massa óssea, aumentando o enfraquecimento dos ossos e o risco de fraturas. Nas mulheres, a osteoporose é mais comum após a menopausa, devido à queda na produção de estrogênio, o que aumenta a degradação óssea.
A prevenção está relacionada ao estilo de vida da mulher em todas as fases da vida. Por isso, é importante estimular a formação e manutenção do tecido ósseo. Uma alimentação com boa ingestão de proteína e cálcio e quantidades adequadas de vitamina D e K, junto com a prática de exercícios físicos, podem ser fundamentais para reduzir as chances de desenvolver a doença após a menopausa.
Os distúrbios alimentares são transtornos psicológicos caracterizados por padrões de comportamento alimentar prejudiciais, geralmente relacionados a uma imagem corporal distorcida.
As mulheres podem apresentar com mais frequência esses transtornos devido a pressões sociais relacionadas à aparência do corpo. Dentre os principais distúrbios alimentares existentes, podemos citar:
O diagnóstico é feito por profissionais capacitados e o tratamento por meio de acompanhamentos psicológico e nutricional, cruciais para restaurar a saúde física e mental como um todo.
Preservar a saúde íntima é essencial para o bem-estar da mulher. E, para isso, adotar hábitos saudáveis, realizar a higiene correta e estar atenta aos sinais do seu corpo é fundamental para evitar possíveis infecções e desconfortos que podem surgir nessa região tão delicada. Veja quais são os principais cuidados com a saúde íntima:
A sexualidade faz parte da vida das mulheres e merece ser vista com cuidado e respeito, pois desempenha um papel significativo no bem-estar emocional, na autoestima e na manutenção de relacionamentos saudáveis.
A libido, ou desejo sexual, é um aspecto chave desse processo e pode ser influenciada por diversos fatores, como os hormônios, a saúde mental e emocional, a qualidade de vida e as relações afetivas e sociais, por exemplo. Além disso, mudanças na libido são comuns em diferentes fases da vida, como na menopausa e no pós-parto, devido às flutuações hormonais que ocorrem nesses períodos.
Dito isso, é crucial reconhecer essas alterações e buscar ajuda profissional, quando necessário, identificando soluções que melhorem a saúde sexual e, consequentemente, promovam bem-estar e equilíbrio.
O autoconhecimento está relacionado com o exercício diário de compreender a si mesmo, entendendo melhor os seus sentimentos, os aspectos físicos do seu corpo e as suas necessidades.
Se conhecer permite que você entenda melhor o seu ciclo menstrual e seus efeitos, identifique sinais que possam indicar alguma condição de saúde, além de entender melhor a sua própria sexualidade.
Ao praticar o autoconhecimento, a mulher se torna mais consciente das suas necessidades e pode tomar decisões mais certeiras em relação à sua saúde e qualidade de vida.
Depois de tudo que abordamos sobre a saúde da mulher neste artigo, você já deve ter percebido que alguns pilares relacionados ao estilo de vida são fundamentais para o bom funcionamento do organismo feminino em todas as fases, especialmente quando o assunto for prevenção e tratamento.
Portanto, agora que você já tem mais informações sobre esse assunto, que tal colocar algumas ações em prática e dar mais atenção à sua saúde a partir de hoje?
A prática de atividade física é indispensável em todas as fases da vida e vai muito além da questão estética. É um cuidado com a saúde.
Conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), adultos devem praticar de 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana, enquanto para crianças e adolescentes, a média é de 60 minutos por dia.
Além de prevenir doenças, o exercício físico contribui para amenizar os sintomas da TPM e da menopausa e proporciona uma gravidez mais saudável. Também, pode auxiliar na manutenção da saúde mental e no manejo do estresse.
A nutrição é a base para uma vida saudável. Não é sobre cortar tudo e adotar dietas restritivas, mas sim optar por mudanças que sejam naturais e possíveis de manter por toda a vida, objetivando uma alimentação equilibrada e uma boa relação com a comida.
Um exemplo, é reduzir o consumo de produtos ultraprocessados, os famosos industrializados, ricos em açúcar e gorduras – como bolachas, doces, salgadinhos e comidas congeladas – e aumentar o consumo de alimentos “in natura”, como frutas, legumes, verduras, sementes e cereais.
O importante é manter uma alimentação balanceada, rica em nutrientes. A nutrição influencia diretamente no bom funcionamento do organismo e já é bem estabelecido pela ciência que ela desempenha um papel importante na prevenção e no tratamento de diversas condições nas mulheres.
Cuidar da rotina, do trabalho ou da escola e ainda lidar com todas as transformações no organismo e no corpo da mulher pode ser desafiador, e o emocional pode ser impactado nesses momentos.
Por isso, não deixe a sua saúde mental de lado e procure encontrar alternativas que ajudem a equilibrar as emoções. É importante entender que essas atitudes podem ser simples e incorporadas na rotina gradualmente. Confira dicas sobre como controlar o estresse:
Reserve um tempinho na rotina para cuidar de você mesma. Pode ser praticando atividades que te ajudem a manter a calma e o equilíbrio emocional, como meditação, escutar suas músicas preferidas, comer uma comidinha que traga conforto e boas sensações, cuidar da pele ou tomar um banho relaxante.
O autocuidado é um momento de olhar para si e perceber o que fazer para favorecer o seu próprio bem-estar, o que contribui para a sua saúde e o que faz você se sentir melhor consigo mesma.
O sono de qualidade é fundamental para a manutenção da saúde e do bem-estar. É durante esse descanso noturno que restauramos nossa energia e reequilibramos o nosso organismo. Dormir bem afeta positivamente diversas funções em nosso corpo, desde o relaxamento da nossa mente até a imunidade, por exemplo.
Por isso, priorize hábitos noturnos que contribuam para um sono reparador. Veja algumas ações simples para adotar no dia a dia que ajudam a dormir melhor:
A evolução das políticas de saúde da mulher no Brasil acompanhou seu papel social, que antes se restringia à maternidade. Com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, em 2004, o SUS ampliou o acesso a serviços e direitos, promovendo um cuidado mais abrangente.
Com isso, o diagnóstico precoce tornou-se um dos pilares das campanhas atuais, salvando vidas por meio da detecção antecipada de doenças como o câncer de mama e do colo do útero.
Por isso, realizar exames de rotina e buscar orientação médica para esclarecer dúvidas são atitudes essenciais para garantir mais saúde, qualidade de vida e autonomia para todas as mulheres.
Como vimos, a vida da mulher é marcada por mudanças, desafios e transformações constantes. Os hormônios variam, novas fases surgem, e com elas vêm novas experiências e adaptações.
Entender essas transições e saber como enfrentá-las com leveza e equilíbrio é essencial. Por isso, busque sempre informações confiáveis e de qualidade para viver cada fase com mais confiança e serenidade.
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