A vitamina K2 é um nutriente essencial para várias funções no organismo. Dentre elas, podemos citar sua influência no metabolismo do cálcio, o que resulta em benefícios para a saúde óssea e cardiovascular, por exemplo.
Mas suas atuações vão além. Neste conteúdo, vamos explorar todos os benefícios da vitamina K2, os riscos e os sintomas da sua deficiência e onde encontrá-la, tanto para incluir na alimentação quanto para suplementar. Confira!
O que é a vitamina K e para que serve?
A vitamina K, embora menos conhecida do que outras vitaminas, é um composto bioativo essencial necessário para o funcionamento do corpo e manutenção da saúde.
Ela foi identificada pela primeira vez em 1936 como um fator chave na coagulação do sangue (a letra K que dá nome a essa vitamina vem da palavra alemã koagulation, que significa coagulação). Desde então, muitas outras funções foram descobertas e atraíram interesse de pesquisa em vários campos ao redor do mundo.
O que é a vitamina K2?
A vitamina K2 (menaquinona) é uma das isoformas da vitamina K, juntamente com a vitamina K1 (filoquinona) e a vitamina K3 (menadiona), sendo essa última a forma sintética do nutriente, bastante encontrada em suplementos.
A vitamina K2 pode ser dividida em alguns subtipos, entre eles a menaquinona-4 (MK-4) e a MK-7, por exemplo.
Ela pode ser encontrada em alimentos fermentados e produtos de origem animal e é muitas vezes negligenciada na dieta moderna.
Qual a diferença entre vitamina K1 e vitamina K2?
Embora frequentemente mencionadas juntas, a vitamina K1 e a vitamina K2 são encontradas em diferentes alimentos e têm funções distintas no organismo. Confira as principais distinções entre elas:
Fontes alimentares
Primeiramente, pode-se identificar uma diferença entre a vitamina K1 e a vitamina K2 em relação aos alimentos em que cada uma está presente.
A vitamina K1 pode ser encontrada em fontes vegetais como acelga, couve, espinafre, agrião, brócolis, repolho, kiwi, abacate e amora. Já a vitamina K2 está presente em alimentos de origem animal como ostras, carnes bovina e suína, peixes, lácteos e produtos fermentados, como o chucrute. Além disso, também é produzida pelas bactérias que habitam o nosso intestino.
Absorção e tempo de meia-vida
A principal diferença está na biodisponibilidade da vitamina K2 que, segundo estudos de revisão, apresenta maior poder de absorção e tempo de meia-vida do que a vitamina K1. O tempo de meia-vida refere-se ao tempo que é necessário para que metade da quantidade de alguma substância – nesse caso, a vitamina K – seja metabolizada e excretada pelo organismo.
As evidências mostram que a MK-7 (vitamina K2) apresentou um tempo de meia-vida de até 68h em comparação com a vitamina K1, que apresentou apenas de 1 a 2 horas. Isso indica que a vitamina K1 é mais facilmente eliminada da circulação sanguínea, acumulada no fígado e rapidamente excretada pela urina. Enquanto a vitamina K2, quando presente no organismo, resulta em níveis sanguíneos mais estáveis.
Quais os benefícios da vitamina K2?
Os efeitos da vitamina K ou menaquinona na melhoria da saúde têm sido alvo de pesquisas nas últimas décadas. Entenda abaixo quais os benefícios da vitamina K2 para a saúde que já foram descobertas pela ciência.
Saúde óssea e articular
A literatura ressalta que a vitamina K2 possui grande importância para a saúde dos ossos. Ela tem sido usada como um tratamento complementar para a osteoporose causada por diferentes fatores: remoção dos ovários ou dos testículos, uso de glicocorticoides, remoção do nervo ciático e dietas com pouco cálcio ou magnésio, por exemplo.
Isso indica que a vitamina K2 pode ajudar a reduzir a perda óssea ao inibir a atividade dos osteoclastos (células que degradam o tecido ósseo) e/ou aumentar a atividade dos osteoblastos (células que formam o tecido ósseo).
No geral, a vitamina K2 ajuda a manter a densidade mineral óssea, evitar a perda de massa óssea trabecular e cortical e manter o conteúdo mineral ósseo da vértebra lombar.
Quando combinada com a vitamina D3 ou bifosfonatos (classe de medicamentos utilizados em doenças ósseas), a vitamina K2 mostrou um efeito protetor adicional contra a osteoporose.
Saúde bucal
Dietas ricas em vitamina K2 (menaquinona) estão associadas a menos cáries, em comparação com dietas ricas em açúcar e carboidratos refinados. Mas, para entender isso, é preciso primeiro saber como funcionam alguns processos no organismo, mais especificamente no cérebro.
O hipotálamo é uma região do cérebro que desempenha um papel crucial na regulação de funções vitais do corpo, incluindo o controle da temperatura, a liberação de hormônios e a manutenção do equilíbrio interno, ou homeostase.
O consumo elevado de açúcar aumenta o estresse oxidativo no hipotálamo, o que diminuiria o fluxo de fluido dentinário, tornando os dentes vulneráveis às bactérias orais e seus ácidos, que desmineralizam o esmalte e irritam a dentina – um tecido cuja principal função é servir como primeira camada protetora dos dentes. Além disso, o estresse amplifica a resposta inflamatória, e o consumo elevado de açúcar reduz as defesas do dente.
Efeito antioxidante da vitamina K2
É aí que entra a vitamina K2. Com seu potencial antioxidante, ela pode ajudar a preservar esse fluxo.
A ação da saliva, crucial para neutralizar o ambiente oral, é melhorada pela vitamina K2, que aumenta a sua capacidade tampão – função que mantém o seu pH constante e conserva a integridade dos dentes e da mucosa bucal.
Saúde cardiovascular
A vitamina K2 é fundamental também para a saúde cardiovascular. Ela regula a homeostase do cálcio no corpo, e parece estar relacionada à ativação da proteína Gla da matriz que inibe a calcificação dos vasos sanguíneos e das válvulas do coração.
Quando essa proteína está inativa, em casos de deficiência de vitamina K por exemplo, pode haver aumento da rigidez arterial, calcificação vascular, resistência à insulina e insuficiência cardíaca. Ou seja, a vitamina K2 está fortemente ligada à saúde cardiovascular.
Qual a dose recomendada de vitamina K2?
Atualmente, não existe nenhuma referência oficial de ingestão diária de vitamina K2, já que ela também é produzida pelo próprio corpo. Porém, existe uma quantidade diária recomendada pelo Dietary Reference Intakes (DRI) para o complexo K, que abrange, também, as outras vitaminas do conjunto.
O DRI é um conjunto de recomendações de nutrientes desenvolvido pela Food and Nutrition Board (FNB) do Institute of Medicine (IOM) dos Estados Unidos.
Nesse caso, o consumo ideal seria de 90 mcg/dia para mulheres e 120 mcg/dia para homens acima de 19 anos de idade. Abaixo dessa idade, os valores podem variar. Procure sempre um profissional de saúde para tirar essas dúvidas.
Como acontece a deficiência de vitamina K?
A deficiência de vitamina K pode surgir pela ingestão insuficiente ou em decorrência da dificuldade do organismo em absorver esse nutriente. Os principais fatores que interferem nisso são: má absorção gastrointestinal, alterações na secreção biliar e uso de anticoagulantes.
Adultos saudáveis raramente possuem essa deficiência, já que as bactérias do intestino produzem vitamina K.
A suspeita de deficiência de vitamina K surge quando ocorre sangramento anormal em indivíduos com condições clínicas que os colocam em risco. O diagnóstico pode ser confirmado por meio de exames de sangue que avaliam a velocidade da coagulação sanguínea.
Deficiência em recém-nascidos
Ao contrário dos adultos, é comum que os bebês apresentem deficiência de vitamina K ao nascer. Isso acontece devido à função hepática ainda imatura, à microbiota deficiente e à quantidade limitada da vitamina transferida da mãe para o filho durante a gestação.
Essa falta de vitamina K pode ocasionar a doença hemorrágica do recém-nascido, causando sangramentos graves nas primeiras semanas ou meses de vida. A versão clássica da doença ocorre entre o primeiro e o sétimo dia, e a tardia entre a segunda e a 12ª semana.
Ao que se sabe, uma única aplicação de vitamina K é eficaz na prevenção da hemorragia clássica. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma injeção de vitamina K em recém-nascidos nas primeiras horas de vida.
Quais os sintomas de falta de vitamina K?
A deficiência de vitamina K é caracterizada principalmente por sangramentos sem causa aparente, podendo ocorrer sob a pele (resultando em manchas negras), pelo nariz, por feridas, no estômago ou no intestino.
No caso de sangramento no estômago, é possível que ocorram vômitos com sangue, além de sangue na urina ou nas fezes – que podem adquirir uma coloração escura.
Pessoas com doença hepática têm um risco aumentado de sangramento, devido à produção reduzida de fatores de coagulação pelo fígado.
Onde encontrar a vitamina K2?
A vitamina K2 pode ser encontrada em alimentos de origem animal e vegetal, além de estar presente na composição de suplementos prontos e em fórmulas manipuladas. Veja:
Alimentos com vitamina K2
As menaquinonas K2 são sintetizadas por bactérias e são encontradas principalmente em alimentos onde esses microrganismos fazem parte do processo de produção. As principais fontes conhecidas de K2 são:
- Laticínios: segunda fonte mais rica de K2;
- Natto: prato japonês feito com a fermentação da soja com Bacillus, que contém o maior teor de K2, em particular MK-7;
- Alimentos fermentados como o chucrute;
- Carnes bovina e suína;
- Frutos do mar, como ostras;
- Peixes, como cavala e salmão.
Suplementos e manipulados com vitamina K2
Quando o consumo de vitamina K2 por meio da alimentação é insuficiente, é possível recorrer a suplementação. Esse nutriente pode ser encontrado em suplementos prontos que ajudam a manter a ingestão adequada.
Ainda, a vitamina K2 manipulada também pode ser um bom recurso. Essa opção permite personalizar fórmulas de acordo com as necessidades individuais de cada pessoa. Sempre seguindo a orientação de um profissional de saúde.
Caso tenha recebido recomendação do seu médico ou nutricionista para suplementar, conte com a Essentia Pharma para manipular o seu pedido.