A medicina integrativa vem ganhando bastante destaque ultimamente, com uma maior demanda dos pacientes por tratamentos mais efetivos para doenças crônicas. Ao mesmo tempo, clínicas integrativas, que reúnem profissionais da saúde com diversas formações, vêm se tornando mais comuns. E, apesar de não ser um conceito exatamente novo, muitos ainda têm dúvidas sobre o que é a medicina integrativa. Como ela surgiu? Como é feito um tratamento nos moldes da medicina integrativa? Ela está autorizada no Brasil? Siga no texto e confira!
A medicina integrativa tem uma abordagem holística do ser humano. Ou seja: ele é visto como um conjunto único, que integra corpo físico, mente, espírito e suas interações com o mundo. Assim, as doenças são vistas como um desequilíbrio nesse sistema complexo. Por isso, o tratamento de doenças deve ser feito levando em consideração não apenas o órgão ou sistema que revela o desequilíbrio, mas a pessoa como um todo.
Assim, além do médico tradicional, a medicina integrativa reúne em torno do paciente profissionais de outras áreas, que também têm os benefícios de suas técnicas comprovados pela ciência. Entre eles, estão homeopatas, psicólogos, nutricionistas, acupunturistas e terapeutas ayurvédicos, por exemplo.
A visão holística do organismo não é algo novo no conhecimento humano. Ela está presente há milênios em escolas orientais de saúde. Para a medicina chinesa, por exemplo, a doença surge de bloqueios no fluxo da energia vital (Qi), que está presente em todos os seres vivos. Já de acordo com a Ayurveda, que foi desenvolvida na Índia, problemas emocionais, traumas físicos e má alimentação geram desequilíbrios energéticos que se expressam em doenças.
Já no ocidente, a medicina que mais se desenvolveu é focada nos órgãos e sistemas do corpo, além dos processos bioquímicos que o fazem funcionar. Essa visão se fortaleceu assentada em séculos de experimentação e conhecimento científico.
Essa concepção hoje predominante de medicina não foi, no entanto, a única a surgir no ocidente. No século XIX havia na França uma discussão entre cientistas sobre a melhor forma de prevenir doenças.
“O micróbio não é nada. O terreno é tudo.”
Essa citação é atribuída ao fisiologista Claude Bernard (1813-1878), contemporâneo de Louis Pasteur, que havia criado a teoria dos germes. Bernard enfatizava que o mais importante era considerar o ambiente em que os germes vivem, e não os germes especificamente. Segundo ele, em um terreno equilibrado, ou homeostático, os germes com tendência a desencadear doenças não conseguiriam se sobrepor.
Assim, pode-se dizer que a medicina do terreno une a visão holística e o conhecimento das escolas médicas do terreno e orientais, com o conhecimento e o método científico da escola médica predominante no ocidente.
A prática da medicina integrativa prevê a atuação conjunta e sinérgica de profissionais que atuam no corpo físico, mente, espírito e interações sociais do paciente. Isso significa que o tratamento será formado pela união das técnicas de cada profissional envolvido.
Por exemplo, uma pessoa que sofre constantemente com fortes dores de cabeça será tratada por um médico tradicional, que poderá prescrever medicamentos para estancar as crises, por um terapeuta ayurvédico, que buscará o reequilíbrio do organismo, e um facilitador de meditação, que auxiliará o paciente na busca pelos fatores psicológicos que podem agravar as crises.
Como se pode perceber, a medicina alternativa prevê uma participação ativa do paciente no processo de cura. Mais do que tomar comprimidos ou se deixar submeter a procedimentos, a pessoa também se compromete a ajustar sua alimentação, praticar atividades físicas e tomar outras atitudes prescritas pelos profissionais. Trata-se de um acordo feito entre o paciente e seus terapeutas com objetivo de promover a cura.
A medicina integrativa já é praticada no Brasil há anos. O Sistema Único de Saúde, por exemplo, registrou 315 mil atendimentos por terapeutas alternativos em 2018, uma alta de 46% sobre o registrado em 2017. Atualmente, o SUS reconhece 29 especialidades terapêuticas alternativas, que podem se compor com os médicos tradicionais, das mais variadas especialidades, para tratamento de acordo com a medicina integrativa.
Além disso, há um número crescente de clínicas especializadas em tratamentos integrativos que atendem via convênios médicos ou de forma particular.
Como vimos, o conceito de medicina do terreno defende a manutenção do equilíbrio do organismo como forma de promover a saúde e prevenir doenças. Para isso, e considerando o papel ativo do paciente, há cinco pilares que ajudam a equilibrar o organismo e promover uma longevidade saudável:
Quer conhecer dicas de como adotar essas práticas? Confira os 5 Pilares da Longevidade Saudável.
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