O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma alteração comportamental comumente diagnosticada na infância, caracterizada por falta de atenção, inquietude e impulsividade. A causa do TDAH normalmente é considerada multifatorial, envolvendo tanto influência genética quanto ambiental.
Estudos moleculares, genéticos e farmacológicos sugerem o envolvimento de neurotransmissores na causa do TDAH, pois já foram identificados polimorfismos nos genes envolvidos na regulação da dopamina, bem como alterações nas vias de neurotransmissão.
O desequilíbrio de ácidos graxos essenciais Ômega 3 e 6,
a deficiência de minerais e o aumento dos níveis de metais tóxicos, provavelmente aumenta o nível de estresse e tornam-se causas primárias do TDAH.
Além da deficiência nutricional, incluindo os ácidos graxos essenciais (EPA e DHA), o aminoácido metionina e minerais como zinco e selênio, têm sido ligados às alterações da função neuronal, causando defeitos na plasticidade dos neurônios e associando-se com os comportamentos típicos do TDAH.
Um estudo publicado no início deste ano (Jan/2013) na Functional Foods in Health and Disease teve o objetivo de determinar os valores de referência para marcadores bioquímicos associados aos comportamentos típicos de TDAH, em um grupo de pacientes antes e após a correção metabólica. A pesquisa baseou-se no banco de dados de mais de 10 anos da Clínica Riordan, localizada no estado de Kansas, EUA, entidade voltada para a medicina nutricional.
Os pesquisadores realizaram testes de laboratório em 116 pacientes com idades entre 2 e 25 anos, com diagnóstico de TDAH, sendo 66% dos participantes do sexo masculino. Valores de ácidos graxos essenciais, minerais e níveis de marcadores que indicam o estresse metabólico foram comparados, antes e depois da intervenção. Além disso, a associação entre a concentração de metais tóxicos e de metais essenciais nestes pacientes foi analisada.
Com os resultados em mãos, os pesquisadores viram que 16% dos pacientes tem níveis de ácido docosahexaenoico, o DHA, inferiores ao intervalo de referência utilizado, e 40% estava abaixo da média do intervalo de referência. Vinte e oito por cento dos pacientes estavam com os níveis de zinco abaixo do ideal, enquanto que 39% e 50% estavam abaixo da média de referência para selênio e magnésio, respectivamente. Metais tóxicos como alumínio, mercúrio e cádmio estavam presentes nos resultados das análises sanguíneas e de cabelo, os quais podem estar relacionados aos déficits de zinco e selênio, por exemplo.
A intervenção foi feita com suplementação de ácidos graxos essenciais balanceados (ômega 3 e 6), aminoácidos, minerais, vitaminas, flavonoides e probióticos, modificações na dieta e quelação de metais tóxicos por substâncias naturais. A utilização de um ou mais nutracêuticos foi feita de acordo com a condição do paciente, dependendo do teste de laboratório e das deficiências apresentadas. Minerais como cálcio, magnésio e zinco, por exemplo, foram dados como complexos (Ca/Mg/Zn), ao invés isolados. Vitaminas como a metilcobalamina, vitamina D e ácido fólico foram administradas com doses de, no mínimo, 5000mcg, 2000 UI e 800mcg, respectivamente. Complexos de enzimas digestivas e quercetina/bromelina foram utilizados conforme o necessário (Veja a tabela completa disponível no artigo.)
De acordo com os autores, após 2 anos de tratamento personalizado, 80% dos pacientes demonstrou melhora dos sintomas de TDAH, com redução do nível de estresse metabólico e equilíbrio na relação ômega 3/ômega 6. Os autores ressaltam que mais estudos devem ser realizados para avaliar a terapia de correção integrativa metabólica, a fim de determinar seu valor no tratamento de TDAH.
Referência:
Mikirova, N.A. Metabolic correction for attention deficit/hyperactivity disorder: A biochemical-physiological therapeutic approach. Functional Foods in Health and Disease 2013; 3(1):1-20
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