As doenças inflamatórias intestinais (DII) crônicas, tais como doença de Crohn e colite ulcerosa, são associadas com uma resposta anormal à mucosa gastrointestinal, a microbiota. Pacientes com a doença de Crohn, particularmente quando apresentam obstrução, são geralmente orientados a seguir uma dieta com pouca fibra para evitar os sintomas. Com pouca informação ou estudo sobre o papel das fibras dietéticas sobre a DII, um estudo recente, publicado em Clinical Gastroenterology and Hepatology, sugere que o consumo de fibra deve ser encorajado em doentes em remissão.
Para examinar o efeito das fibras sobre a doença de Crohn, pesquisadores avaliaram 1.619 pacientes com DII (1.130 tinham doença de Crohn e 489 tinham colite ulcerativa/colite indeterminada) que participavam de um estudo de coorte via Internet e em remissão na linha de base, com base no índice de atividade da doença. Os pacientes completaram um questionário dietético de 26 itens e foram seguidos (follow up) por até 6 meses mais tarde.
Foi observado que os participantes com maior duração da doença, antecedentes de cirurgia e hospitalização comiam menos fibras. Não houve associação entre o risco de recidiva da doença e ingestão de fibra entre os pacientes com colite ulcerosa (razão de chance [OR] ajustado, 1,82; IC 95%, 0,92-3,60). No entanto, o grupo de pacientes com Crohn no maior quartil de ingestão de fibras apresentou um risco 40% menor para o agravamento (OR ajustado, 0,59; IC 95%, 0,43-0,81), em comparação com o grupo de pacientes com menor ingestão de fibra (OR ajustado, 0,59; IC 95%, 0,43-0,81). Já o grupo Crohn com os quartis médios de ingestão de fibra apresentou risco intermediário para a recidiva.
O estudo conclui que a ingestão de fibra dietética está associada com uma redução da recidiva em pacientes com a doença de Crohn, mas não em pacientes com colite ulcerosa. E, portanto, aponta para que as recomendações de limitar o seu consumo devem ser reavaliadas.
Fonte:http://www.cghjournal.org/article/S1542-3565%2815%2901713-9/abstract
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