Cerca de um terço dos 700 mil soldados dos Estados Unidos que lutaram na Guerra do Golfo Pérsico entre 1990 e 1991 desenvolveram posteriormente um conjunto distinto de problemas crônicos de saúde, chamado de doença da Guerra do Golfo. Seus sintomas, desde fadiga, dores e fraqueza musculares até a diminuição da função cognitiva e problemas gastrointestinais e cutâneos, persistem décadas após o conflito.
Em um estudo publicado no Neural Computation, pesquisadores da Universidade da Califórnia, San Diego School of Medicine, afirmam que uma marca de alta qualidade da coenzima Q10 (CoQ10) – um composto comumente vendido como um suplemento dietético – fornece benefícios de saúde para pessoas que sofrem de sintomas da doença da Guerra do Golfo.
Quarenta e seis veteranos americanos, diagnosticados com a doença da Guerra do Golfo, participaram do estudo duplo-cego, randomizado e controlado por placebo.
“Esta doença não é o mesmo que o transtorno de estresse pós-traumático ou lesão cerebral traumática, doenças que aparecem posteriormente, causadas por uma lesão psicológica e mecânica, respectivamente”, afirmou Beatrice Golomb, MD, PhD, professora de medicina da San Diego School of Medicine e principal pesquisadora do estudo. “As evidências da doença da Guerra do Golfo vinculam às exposições químicas, como pesticidas ou pílulas dadas aos soldados para protegê-los de possíveis agentes nervosos. Esses produtos químicos podem danificar as mitocôndrias, que geram a energia que nossas células precisam para trabalhar. Quando esta geração energética celular é rompida, pode produzir sintomas compatíveis com aqueles observados na doença da Guerra do Golfo.”
A conexão com exposições químicas e tóxicas é fortalecida por evidências de problemas mitocondriais em veteranos afetados, disse Golomb, bem como as evidências que mostram os veteranos doentes serem significativamente mais propensos do que outros a abrigar variantes genéticas que tornam suas enzimas menos eficazes na desintoxicação destes produtos químicos.
O CoQ10 é um antioxidante solúvel na gordura produzida pelo organismo para suportar funções celulares básicas, incluindo assistência direta na produção de energia mitocondrial. Ao longo de um curso de três meses e meio, os veteranos do estudo receberam uma forma de pílula ou de CoQ10 ou um placebo. Os investigadores constataram que 80 por cento daqueles que receberam 100mg de CoQ10 tiveram melhora na função física. O grau de melhora correlacionou com o grau em que os níveis de CoQ10 no sangue aumentou.
Os pesquisadores relataram que os sintomas da doença, como dores de cabeça, fadiga com esforço, irritabilidade, problemas de recordação (memória) e dor muscular também melhoraram.
“A significância estatística desses benefícios, apesar do pequeno tamanho da amostra, ressalta a grande magnitude dos efeitos”, relatou Golomb. “Evidências crescentes sugerem que as descobertas sobre a doença da Guerra do Golfo são relevantes para os problemas de saúde induzidos por toxinas no setor civil, então o que aprendemos ao estudar os desafios da saúde destes veteranos, provavelmente vai beneficiar os outros.”
Golomb e seus colegas estão buscando financiamento adicional para testar um “cocktail mitocondrial” mais completo combinando o CoQ10 com nutrientes adicionais que suportam a energia celular e reduzem os danos oxidativos às células.
Traduzido por Essentia Pharma
Os artigos aqui postados não necessariamente expressam a visão da Empresa.
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