Se eu consumir um determinado nutriente na dose exata recomendada, significa que meu organismo o utilizará por completo, certo? Nem sempre.
Quase todas as pessoas podem ter variações genéticas que implicam no não aproveitamento completo de algum nutriente. E essa situação pode acontecer com o metabolismo de lipídeos. É o que um estudo realizado em 2010 pelo Departamento de Nutrição da Universidade do Chile, mostrou em indivíduos com sobrepeso ou obesos e que tinham histórico de esteatose hepática, ou “fígado gorduroso”.
Para entendermos melhor, é importante lembrar que existem 2 tipos de ácidos graxos essenciais: o ácido linoleico e ácido alfa-linolênico. Eles são obtidos por meio da dieta e, por ação de enzimas dessaturases, são convertidos nos ácidos graxos ômega 6 e ômega 3 no organismo. A esteatose hepática em pacientes com sobrepeso ou obesos é uma condição associada, entre outros motivos, à diminuição de ácidos graxos poliinsaturados ômega 3, causada provavelmente por um “defeito” na quebra deste tipo de gordura. Essa alteração pode ocorrer pela falta de atividade das enzimas D5 e D6.
No estudo em questão, treze pacientes obesos que apresentavam esteatose e 15 pacientes não-obesos foram submetidos a exames que avaliaram a atividade das duas enzimas, da resistência à insulina e estresse oxidativo. A atividade das enzimas D5 e D6 no fígado desses pacientes foi de 66% e 87% menores, respectivamente, que os indivíduos do grupo controle. Os autores concluíram que a quebra dos ácidos graxos poliinsaturados no fígado é diminuída em paciente com a doença, associada com a resistência à insulina e estresse oxidativo, parâmetros que podem desempenhar um papel na alteração do metabolismo lipídico, favorecendo a entrada de gordura no fígado.
A falta de ômega 3 no organismo leva à diminuição da produção de substâncias anti-inflamatórias e, consequentemente, gera um ambiente “inflamado” no corpo. No entanto, atualmente não há disponível para o grande público a medida da atividade das enzimas citadas no estudo. Mas fica parcialmente claro que se a pessoa estiver com sobrepeso, diabetes, síndrome metabólica, triglicerídeo elevado, inflamação, problemas cardiovasculares, diminuição da memória ou pressão alta, as chances de existir a deficiência na atividade das enzimas são altas. Sendo assim, o consumo de ômega 3, seja por meio da dieta ou de suplementos de óleo de peixe, torna-se parte importante do tratamento da esteatose e, até mesmo, na redução do peso.
Referências:
Araya J, Rodrigo R, Pettinelli P, Araya AV, Poniachik J, Videla LA. Decreased liver fatty acid delta-6 and delta-5 desaturase activity in obese patients. Obesity (Silver Spring). 2010 Jul;18(7):1460-3.
Martin, C.A. Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos. Rev. Nutr., Campinas, 19(6):761-770, nov./dez., 2006
Shallenberger, F. How to avoid fatty liver disease and lose those extra pounds. Volume 6, Issue 13, April 4, 2013.
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