A adolescência é um período crítico para a maturação emocional e um momento em que os sintomas significativos de ansiedade e depressão podem aumentar, particularmente nas mulheres.
Trabalho prévio realizado por uma equipe de pesquisadores da Penn Medicine descobriu que as mudanças específicas ao sexo no fluxo sanguíneo cerebral (CBF) começam na puberdade. A mais nova pesquisa da equipe mostra que o maior fluxo sanguíneo em regiões emocionais do cérebro, como a amígdala, está associado a níveis mais elevados de ansiedade e sintomas de humor nas mulheres.
Essas descobertas, publicadas em Biological Psychiatry, fornecem mais informações sobre a biologia do desenvolvimento e suas diferenças sexuais em transtornos de humor e ansiedade.
“As mulheres têm aproximadamente duas vezes o risco de sintomas de ansiedade e humor do que os homens, mas ainda não sabemos por quê”, disse o autor sênior do estudo Theodore D. Satterthwaite, MD, MA.
“Este estudo nos leva um passo mais perto de compreender este fenômeno e pode, em última instância, ajudar na identificação precoce da juventude em risco de sintomas de ansiedade e disposição afetada negativamente pelo humor, bem como ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos.”
O estudo avaliou a hipótese de que as diferenças sexuais no fluxo sanguíneo para as regiões cerebrais envolvidas no processamento de emoções durante a adolescência poderiam estar ligadas às diferenças sexuais nos sintomas de ansiedade e humor. “Nós previmos que maiores níveis de ansiedade estariam associados com maior fluxo sanguíneo em regiões emocionais do cérebro como a amígdala.”
“Seguindo o nosso trabalho anterior, também previmos que as mulheres teriam maior perfusão (fluxo sanguíneo) durante a progressão da adolescência.”
“E, finalmente, examinamos se o fluxo sanguíneo superior em regiões emocionais do cérebro explicaria níveis mais elevados de sintomas de ansiedade e humor em mulheres”, relatou a autora principal, Antonia Kaczkurkin, PhD.
A equipe da Penn fotografou o cérebro de 875 crianças, adolescentes e adultos jovens (idades 12 a 23), utilizando uma técnica de marcação de rotação arterial (ASL: Arterial Spin Label), a qual usa varreduras de MRI. Antes da imagem, cada participante relatou seu nível de ansiedade e sintomas de humor.
Os resultados mostraram como o desenvolvimento da perfusão cerebral pode estar relacionado às diferenças sexuais de ansiedade durante a adolescência.
Os dados revelaram que os sintomas de ansiedade e humor estavam associados com o maior fluxo sanguíneo em uma rede de regiões cerebrais, incluindo a amígdala, a ínsula anterior e o córtex fusiforme, tanto em homens como em mulheres. Essas regiões mostraram diferenças substanciais no desenvolvimento sexual, com o sexo feminino demonstrando maior fluxo sanguíneo do que o masculino no período pós-puberal.
Observou-se também que a relação entre os sintomas de ansiedade e o fluxo sanguíneo nessas regiões aumentou em força com a idade e a puberdade, e os níveis mais altos de sintomas presentes nas participantes pós-puberais foram em parte explicados pelo fluxo sanguíneo elevado para a amígdala esquerda – uma região conhecida por ser importante para o processamento emocional.
Tomados em conjunto, estes resultados sugerem um novo mecanismo para a compreensão das diferenças entre os sexos nos sintomas de ansiedade e humor, os quais, segundo os autores, podem ser usados para orientar pesquisas futuras sobre tratamentos direcionados.
Traduzido por Essentia Pharma
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