A falta de vitamina B12 está relacionada a muitas doenças e problemas de saúde, segundo pesquisas realizadas em diferentes países. Por isso, é recomendado verificar e manter os níveis ideais do nutriente no organismo.
Em contrapartida, o que se percebe é que a deficiência da vitamina é subdiagnosticada em muitos casos, por mais que seja uma questão bastante comum. Diante disso, é apontada como uma epidemia silenciosa em estudos.
Conheça a importância da vitamina B12, as doenças relacionadas com a deficiência, os motivos pelos quais os baixos níveis do nutriente acabam não sendo diagnosticados e as opções de tratamento.
A vitamina B12 trabalha em conjunto com o folato na síntese de DNA e das células vermelhas do sangue. Também está envolvida na produção da bainha de mielina em torno dos nervos e na condução de impulsos nervosos. Você pode pensar no cérebro e no sistema nervoso como um grande emaranhado de fios. A mielina é o isolamento que protege os fios e os ajuda a conduzir as mensagens.
A deficiência do nutriente ocorre em quatro fases, começando com a diminuição dos níveis sanguíneos de vitamina (fase I), progredindo para baixas concentrações celulares da vitamina (fase II), um aumento do nível de homocisteína (aminoácido associado ao surgimento de doenças) no sangue e uma diminuição da taxa de síntese de DNA (fase III) e, finalmente, a anemia macrocítica, caracterizada pelo aumento dos glóbulos vermelhos (fase IV).
Ainda, muito antes de a anemia surgir, a deficiência de vitamina B12 provoca vários outros problemas, incluindo fadiga, letargia, fraqueza, perda de memória e problemas neurológicos e psiquiátricos.
A absorção de vitamina B12 é complexa e envolve várias etapas. Veja algumas causas de má absorção:
Isso explica por que a deficiência de B12 pode ocorrer mesmo em pessoas que comem grandes quantidades de alimentos ricos no nutriente.
Contudo, a deficiência da vitamina é muito mais comum do que a maioria dos profissionais de saúde e o público em geral percebem. Dados do Tufts University Framingham Offspring Study sugerem que 40% das pessoas com idades entre 26 e 83 anos apresentam níveis plasmáticos de vitamina B12 na faixa normal baixa; 9% apresentam uma deficiência clara; e 16% estão “perto da deficiência”.
Dito isto, estimou-se ainda que a deficiência de B12 afete cerca de 40% das pessoas com mais de 60 anos de idade. É inteiramente possível que, pelo menos, alguns dos sintomas atribuídos ao envelhecimento “normal” – tais como perda de memória, declínio cognitivo, diminuição da mobilidade, etc. – sejam, pelo menos, em parte causados pela deficiência de B12.
A lista apresenta algumas condições clínicas que podem ter relação com a falta do nutriente:
A deficiência de vitamina B12, muitas vezes, não é diagnosticada por duas razões:
No entanto, é bem estabelecido na literatura científica que as pessoas com níveis de B12 entre 200 pg/ml e 350 pg/mL – níveis considerados “normais” – têm claros sintomas de deficiência de B12.
Alguns especialistas sugerem o tratamento de todos os pacientes que sejam sintomáticos e apresentem níveis de vitamina B12 inferiores a 450 pg/ml. Eles também recomendam o tratamento de pacientes com B12 normal, mas com nível elevado de ácido metilmalônico urinário (MMA), homocisteína e / ou holotranscobalamina (outros marcadores de deficiência de B12).
No Japão e na Europa, o limite inferior para B12 é entre 500-550 pg/mL, o nível associado com manifestações psicológicas e comportamentais, tais como declínio cognitivo, demência e perda de memória.
Logo, alguns especialistas especulam que, no Japão, a aceitação de níveis normais mais elevados e a disposição de tratar os níveis que são considerados “normais” nos EUA explicam as baixas taxas de doença de Alzheimer e demência naquele país.
Os efeitos da deficiência de B12 em crianças são especialmente alarmantes. Estudos demonstram que as crianças iniciadas em uma dieta vegana até os 6 anos de idade ainda são deficientes em vitamina B12 até mesmo anos depois que comecem a comer, pelo menos, alguns produtos de origem animal.
A vitamina B12 é a única vitamina que contém um elemento-traço, o cobalto, razão pela qual ela é chamada de cobalamina. A cobalamina é produzida no intestino de animais. É a única vitamina que não podemos obter a partir de plantas ou luz solar. As plantas não precisam de B12 e, portanto, não possuem estoque dela.
No estudo, foi constatada uma associação significativa entre o status da cobalamina (B12) e o desempenho em testes que medem a inteligência fluida, habilidade espacial e memória de curto prazo (com as crianças anteriormente veganas marcando mais baixo do que as crianças onívoras em cada caso).
O déficit na inteligência fluida é particularmente preocupante, segundo os pesquisadores, porque envolve o raciocínio, a capacidade para resolver problemas complexos, capacidade de pensamento abstrato e a capacidade de aprender. Qualquer defeito nesta área pode ter consequências de longo alcance para o funcionamento individual.
Como a vitamina B12 está presente naturalmente em produtos de origem animal, é absolutamente crucial para aqueles adeptos de dietas veganas ou vegetarias suplementar a vitamina B12.
Isto é especialmente importante para as crianças ou mulheres grávidas, cuja necessidade de B12 é ainda maior do que dos adultos.
Um ponto importante sobre deficiência de vitamina B12 é que o diagnóstico e o tratamento são relativamente fáceis e de baixo custo – especialmente quando comparado com o tratamento das doenças que a deficiência de vitamina B12 pode causar.
Como sempre, o tratamento adequado depende do mecanismo subjacente que está causando o problema. Veja exemplos: pessoas com anemia perniciosa ou doença intestinal inflamatória, como a doença de Crohn, são suscetíveis de terem prejudicada a absorção por suas vidas inteiras, e diante disso, provavelmente, precisam de aplicações de B12 por mais tempo.
Alguns estudos sugerem que a terapia de suplementação de vitamina B12 via sublingual promove rápida restauração das concentrações séricas da mesma e poderia ser considerada um método alternativo à administração da vitamina B12 injetável.
No entanto, muitos dos especialistas recomendam a vitamina B12 injetável para as pessoas com anemia perniciosa e deficiência de B12 avançada envolvendo sintomas neurológicos.
Para tratar a falta e vitamina B12, o primeiro passo é identificar o mecanismo que causa a deficiência. Isso é algo que você precisa de ajuda médica para diagnosticar. Uma vez que o mecanismo é identificado, a forma adequada de suplementação, a dose e a duração do tratamento serão escolhidas conforme as orientações profissionais.
Muitas pessoas já usam vitamina B12 injetável. Amplie seus conhecimentos sobre o assunto e leia o conteúdo “o que você precisa saber sobre medicamentos injetáveis”.
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