Adultos que são mais otimistas tendem a possuir níveis mais altos de antioxidantes séricos do que indivíduos menos otimistas, é o que diz uma pesquisa publicada na Revista Psychosomatic Medicine.
Segundo Julia Boehm – pesquisadora e integrante do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Harvard – os indivíduos mais otimistas tendem a ter maiores níveis de carotenoide como o beta-caroteno, por exemplo. “Este estudo é o primeiro a identificar uma relação entre o otimismo e concentração de carotenoides”, acrescenta.O estudo foi publicado na edição de janeiro de 2013 da revista Psychosomatic Medicine.
Ligações entre a saúde psicológica e física recebem atenção, mas a maioria das pesquisas ainda se concentra em condições “tristes” como depressão e ansiedade, por exemplo. “Aumentar o número de estudos pode confirmar que o funcionamento psicológico positivo, como o otimismo, é muito bom para a saúde”, comenta Boehm. “Antioxidantes em níveis adequados são bons exemplos de funcionamento positivo do corpo, uma vez que eles ajudam a inibir a produção de radicais livres que danificam as células neurológicas e contribuem para o desenvolvimento de doenças.”
Os pesquisadores avaliaram a associação entre otimismo e concentrações de antioxidantes em 982 homens e mulheres de meia-idade nos Estados Unidos, entre 1994 e 2005, para compreender uma série de fatores que influenciam a saúde física e mental dos americanos à medida que envelhecem. Os índices avaliados foram otimismo (expectativa geral de que o futuro será favorável) e mensurações das concentrações séricas de 9 tipos de antioxidantes (carotenoides e vitamina E).
Embora otimismo fora associado com um aumento nos carotenoides, encontrou-se também um aumento dos níveis de vitamina E – uma descoberta que corrobora com outros estudos que associaram fatores psicológicos e tocoferóis. Porém, esses compostos são dependentes de lipídeos, o que pode tornar a detecção das variáveis psicossociais mais difícil.
O fato de pessoas mais otimistas possuírem hábitos mais saudáveis, como comer frutas e verduras, explica em parte a relação de otimismo e antioxidantes elevados. Considerá-los não explica totalmente a variação na relação, apontam os pesquisadores. “Este estudo foi transversal, de modo que não pode determinar conclusivamente se o otimismo leva a níveis mais saudáveis de antioxidantes ou vice-versa. No entanto, os nossos resultados indicam uma promissora associação”, completa.
Embora não seja novidade que o otimismo proporcione melhor qualidade de vida e sugere hábitos de vida mais saudáveis por parte dos otimistas, a pesquisa inova ao fazer a associação com maiores níveis de carotenoides. Uma estratégia de saúde pública seria promover o otimismo nas pessoas ao incentivá-las aumentar o consumo de frutas e verduras diariamente.
Referência:
Boehm, J.K., Williams, D.R., Rimm, E.R., Ryff, C., Kubzansky, L.D. Association Between Optimism and Serum Antioxidants in the Midlife in the United States Study Psychosom Med January 2013 75:2-10
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