Manter o cabelo forte e saudável vai além da estética – é um reflexo do equilíbrio do corpo e dos cuidados diários.
A queda capilar, quando ocorre em excesso, pode ser um sinal de que algo precisa de atenção. A boa notícia é que, independentemente da causa, existem soluções eficazes para fortalecer os fios, estimular o crescimento capilar e devolver a vitalidade dos cabelos.
Neste texto, você descobrirá as principais causas da queda de cabelo, estratégias para reduzi-la e os melhores ativos para revitalizar os fios.
Perder fios de cabelo é um processo natural: diariamente, eliminamos uma quantidade que não compromete o volume capilar. No entanto, a queda se torna preocupante quando é excessiva, deixando fios espalhados pela casa ou áreas do couro cabeludo visivelmente mais finas ou com falhas.
Essa queda expressiva se manifesta de diversas formas e possui características distintas. Veja quais são os principais tipos de queda de cabelo:
O eflúvio telógeno (TE) é uma condição capilar, aguda ou crônica, caracterizada pela queda excessiva de cabelo devido a um desequilíbrio no ciclo natural de crescimento dos fios. É ocasionado por uma série de fatores, como estresse, alterações hormonais, doenças ou deficiências nutricionais. Em geral, é reversível e o cabelo tende a se recuperar após o tratamento da causa subjacente.
Popularmente conhecida como calvície, a Alopecia androgenética (AGA) é o tipo mais comum de queda de cabelo e tem em sua origem os fatores genéticos e hormonais – principalmente relacionado a doenças endócrinas pela atuação do hormônio sexual masculino, a testosterona.
As duas situações promovem a diminuição dos bulbos capilares, o que resulta na perda de cabelo. É uma condição crônica e geralmente progressiva, acomete majoritariamente homens e sua incidência aumenta com o decorrer da idade.
Esse quadro se desenvolve de maneiras diferentes em homens e mulheres. Nos homens, a alopecia androgenética é mais acentuada e segue um padrão bem definido: começa nas têmporas e vai avançando para o topo da cabeça, geralmente resultando em áreas de calvície total. Isso acontece devido à maior sensibilidade dos folículos capilares ao hormônio DHT (dihidrotestosterona).
Já nas mulheres, tende a ser mais difusa e menos perceptível, com a perda de cabelo ocorrendo de forma mais gradual e espalhada por toda a cabeça. A queda dos fios geralmente resulta em um afinamento global do cabelo, sem áreas calvas definidas. A produção de DHT também afeta as mulheres, mas em menor intensidade, e a genética, combinada com outros fatores hormonais e de envelhecimento, influencia esse processo.
A alopecia areata (AA) é uma doença autoimune que causa queda de cabelo de forma irregular. Ela ocorre quando o sistema imunológico ataca os folículos pilosos, interrompendo o crescimento dos fios. Suas causas não são totalmente conhecidas, mas deficiências nutricionais, doenças autoimunes, estresse psicológico, doenças da tireoide e Covid-19 podem ser causadoras.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o cabelo pode voltar a crescer, mesmo após a perda total, pois a doença não destrói os folículos pilosos, apenas os mantêm inativos devido à inflamação.
A queda de cabelo em pacientes com psoríase foi identificada há mais de 40 anos, sendo identificada como alopécia psoriática. A doença provoca inflamação ao redor dos folículos, atrofia das glândulas sebáceas e, em casos avançados, destruição dos folículos.
Além disso, estudos indicam que pacientes com psoríase têm maior risco de desenvolver alopecia areata. Na maioria dos casos, o cabelo volta a crescer, sendo rara a perda permanente.
Assim como existem diversos tipos de queda de cabelo, é possível pontuar, também, diferentes justificativas para isso. Esse desequilíbrio pode sinalizar problemas que exigem atenção e tratamento especializado. Entre as principais causas da queda de cabelo, estão:
Níveis adequados de vitaminas e minerais são importantes para manter os fios fortes, brilhantes e volumosos. Isso porque, assim como todo o nosso organismo, os folículos também precisam de nutrientes para a produção dos fios.
Por isso, a má absorção ou a deficiência de nutrientes, que pode ser causada pela alimentação pouco nutritiva, menstruação intensa, condições de saúde ou uso de certos medicamentos, por exemplo, pode comprometer a saúde capilar, favorecendo a queda de cabelo, o afinamento dos fios e condições como eflúvio telógeno e alopecias.
Mudanças hormonais impactam o ciclo capilar. A queda de cabelo na menopausa, por exemplo, ocorre pela redução do estrogênio, um hormônio que prolonga a fase de crescimento dos fios. No pós-parto, também por conta da diminuição hormonal, é possível perceber uma queda acumulada de fios por 2 a 3 meses após o nascimento do bebê.
Já a testosterona, um hormônio produzido em mulheres e, principalmente, em homens, pode ser convertida em dihidrotestosterona (DHT), que, em excesso, pode enfraquecer os folículos, causando queda.
O estresse e fatores psicológicos podem contribuir para o desenvolvimento da alopecia areata (AA). Pesquisas indicam que substâncias liberadas durante o estresse afetam os folículos capilares e o sistema imunológico, contribuindo para o problema.
De acordo com pesquisadores, os folículos capilares possuem um “privilégio imunológico”, uma barreira natural que os protege contra ataques do próprio sistema imune. No entanto, em pessoas com AA, essa proteção falha, permitindo que células de defesa ataquem os folículos, resultando na perda de cabelo.
Algumas condições de saúde também podem impactar a saúde capilar. Veja os principais quadros que podem causar queda de cabelo:
Os hormônios da tireoide desempenham um papel essencial no crescimento, metabolismo e renovação celular, influenciando diretamente o equilíbrio do organismo. Desequilíbrio nos níveis desses hormônios, como ocorre em casos de hipotireoidismo, hipertireoidismo e hipotireoidismo induzido por medicamentos, podem impactar o ciclo de crescimento dos fios, levando à queda de cabelo difusa.
Há teorias de que o hipotireoidismo impede a divisão das células da pele, o que levaria a prejuízos nos folículos e nas fases de crescimento dos fios, enquanto o hipertireoidismo não tratado estimularia a produção de espécies reativas de oxigênio, resultando em danos oxidativos e mitocondriais.
A deficiência de ferro, especialmente quando leva à anemia, pode ter a queda de cabelo como um dos seus sintomas. Uma das possíveis causas se dá pelo fato de o ferro ser essencial para transportar oxigênio pelo corpo, e, quando os níveis de ferro estão baixos, o corpo prioriza funções vitais, como o coração e o cérebro, por exemplo.
Sem oxigênio suficiente, os folículos capilares diminuem sua atividade e a queda capilar aumenta. Mulheres em idade fértil, que menstruam, são especialmente suscetíveis a essa deficiência, pela perda de ferro no sangue menstrual.
A Covid-19 também pode ser uma das causas da queda de cabelo. Estudos estimam que até 80% dos pacientes recuperados sentem pelo menos um sintoma persistente entre 14 e 110 dias após a infecção viral. Entre os mais comuns, está a queda de cabelo, que atinge em torno de 25% dos pacientes.
Reduzir e tratar a queda de cabelo requer um cuidado completo com a saúde capilar e do organismo em geral. Abaixo você encontrará dicas práticas que podem ajudar a fortalecer os fios, prevenir danos e estimular o crescimento saudável do cabelo.
A lavagem regular do cabelo remove excesso de oleosidade, resíduos e células mortas que podem obstruir os folículos. Isso melhora a saúde dos fios e estimula a circulação no couro cabeludo, favorecendo o crescimento capilar.
A água muito quente pode ressecar o couro cabeludo, enfraquecendo os fios e irritando os folículos capilares, o que favorece a queda. Por isso, preste atenção na temperatura da água ao lavar o cabelo. Morna ou fria são as melhores opções, pois limpam sem prejudicar a saúde do couro cabeludo e dos fios.
O calor excessivo de secadores, chapinhas ou babyliss pode danificar a estrutura dos fios, tornando-os mais frágeis e propensos à quebra. Ao usar protetores térmicos, você cria uma camada de proteção que ajuda a minimizar o impacto do calor, preservando a saúde dos fios e evitando que enfraqueçam.
As deficiências nutricionais estão entre as principais causas da queda de cabelo. Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes, é fundamental para auxiliar na prevenção desse problema e promover a saúde capilar.
As vitaminas e os minerais, por exemplo, são micronutrientes que desempenham papéis importantes no fortalecimento dos folículos e na regulação do ciclo de crescimento dos fios. Por isso, priorize uma alimentação saudável, completa e variada.
O estresse excessivo pode interromper o ciclo natural de crescimento dos fios, levando ao eflúvio telógeno, um tipo de queda temporária. Quando estamos estressados, o corpo libera hormônios em excesso, como o cortisol, que pode prejudicar os folículos capilares e enfraquecer os fios.
Por isso, gerenciar o estresse é essencial para minimizar seus impactos no organismo e criar condições favoráveis ao crescimento saudável dos fios. Dedicar tempo ao autocuidado e adotar estratégias que promovam o equilíbrio emocional são passos importantes nesse processo.
Técnicas de relaxamento, como meditação, yoga e exercícios de respiração, além de atividades físicas regulares, ajudam a controlar os níveis de estresse. Esses hábitos criam um ambiente mais favorável para o bem-estar geral e, consequentemente, para a saúde capilar.
Como você viu, a queda de cabelo pode apresentar diferentes causas e, por isso, cada pessoa pode necessitar de intervenções diferentes para melhorar a saúde capilar. Em caso de problemas hormonais, nutricionais ou doenças, por exemplo, o tratamento direcionado pode ajudar a tratar a causa subjacente e promover o crescimento saudável dos fios.
Consultar um médico ou especialista é importante para diagnosticar corretamente o problema e prescrever o tratamento adequado.
Os estudos mostram que alguns componentes específicos podem ser importantes para auxiliar na redução da queda, no estímulo do crescimento de novos fios e no aspecto geral do cabelo.
Contudo, para entender qual nutriente ou ativo é mais indicado para você ou como utilizá-los, é sempre importante recorrer ao atendimento do médico ou profissional de saúde que o acompanha.
Veja os principais ativos e nutrientes que podem ser importantes para prevenir a queda de cabelo, segundo os estudos:
Inicialmente utilizado como vasodilatador em tratamentos para hipertensão, a ação do minoxidil no crescimento capilar foi descoberta como um efeito colateral. Estudos apontam que seu uso tópico age nos vasos do couro cabeludo, aumentando o fluxo sanguíneo e o fornecimento de nutrientes aos folículos.
O minoxidil é atualmente o único medicamento tópico aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), agência governamental dos Estados Unidos que regula produtos de saúde e alimentos, para alopecia androgenética (AGA) e também utilizado no tratamento de alopecia areata (AA).
O saw palmetto é um extrato botânico com propriedades antiandrogênicas, ou seja, capazes de reduzir os efeitos de hormônios masculinos como a diidrotestosterona (DHT), conforme citam as pesquisas.
Reconhecido por seus possíveis benefícios na saúde capilar, esse ativo tem sido cada vez mais estudado e utilizado em tratamentos para alopecia androgenética e eflúvio telógeno.
Estudos demonstraram que o uso tópico e a ingestão oral de fórmulas contendo saw palmetto proporcionou uma melhoria de 60% na qualidade do cabelo, um aumento de 27% no número total de fios, maior densidade capilar em 83,3% dos pacientes e estabilização da progressão da queda em 52% dos casos.
A biotina, também conhecida como vitamina B7 ou vitamina H, tornou-se um suplemento amplamente procurado por seus prováveis benefícios no crescimento saudável de cabelos e unhas.
A deficiência deste nutriente tem como um de seus principais sintomas a alopecia. De acordo com estudos, a suplementação com biotina em casos de deficiência e de queda de cabelo acentuada mostra resultados promissores.
A queda de cabelo pode estar ligada à falta de proteínas e aminoácidos essenciais, que são importantes para a saúde dos fios.
Estudos mostram que a suplementação com L-lisina, um aminoácido essencial, tem impacto na parte interna da raiz capilar, responsável pelo formato e volume do cabelo. Ainda, também pode ajudar na absorção de minerais como ferro e zinco, que são essenciais para o crescimento capilar.
A cisteína é um ingrediente importante para a produção de queratina, principal proteína que forma os fios. Segundo a literatura, a taxa de crescimento capilar, o diâmetro do cabelo e a síntese de proteínas dependem da cisteína.
Sua produção pelo organismo, entretanto, está associada à presença de metionina, outro aminoácido importante para a saúde capilar. Além disso, a cisteína pode ajudar a reduzir a inflamação e regular o sistema imunológico, fatores-chave em distúrbios autoimunes como a alopecia areata.
O Ácido Ortosilícico (OSA) é uma forma de silício que o corpo absorve de maneira eficaz. O silício é um mineral que, conforme as pesquisas indicam, ajuda na saúde da pele e dos cabelos, contribuindo para a sua força e elasticidade.
Por isso, pode ajudar a combater a queda de cabelo, aumentar o brilho e melhorar a aparência geral dos fios. Além disso, proporciona maior resistência à tração, incluindo elasticidade e carga de ruptura, e contribui com fios mais grossos.
Os nutricosméticos são alternativas de suplementos prontos formulados com um mix de vitaminas, minerais e outros ativos, geralmente recomendados para auxiliar na nutrição da pele e dos cabelos.
Essa alternativa auxilia na nutrição de dentro para fora, ajudando a complementar a ingestão de nutrientes e pode ser um aliado dos cosméticos tópicos na rotina de cuidados com a saúde cutânea e capilar.
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