Revisão científica afirma que somente um quinto da população mundial apresenta níveis recomendados de vitamina E
O termo vitamina E engloba 8 compostos encontrados na natureza. Quatro tocoferóis e quatro tocotrienóis. A vitamina E serve como um antioxidante poderoso, que, devido sua natureza lipofílica, é encontrada em compartimentos lipídicos como as células. Lá, ela previne a lipoperoxidação*, assim, preservando a integridade da membrana celular. Entre outras funções, a vitamina E desempenha um papel crucial na estabilidade dos eritrócitos e na condutividade dos nervos centrais e periféricos. Ela impede, por exemplo, a ataxia, neuropatia periférica, miopatia, retinopatia pigmentada. Previne condições que afetam o sistema imune, função cognitiva e saúde cardiovascular.
A revisão sistemática, executada na Alemanha pelo Mannheim Institute of Public Health, se concentrou em estudos publicados entre os anos de 2000 e 2012, que, após feitas as considerações seletivas por dois cientistas independentes da revisão, gerou um total de 176 estudos. Como referência, foi então aplicada a dose recomendada (RDA) de 15mg/dia e uma média estimada (EAR) de 12mg/dia para todas as populações com idade superior a 14 anos. A média estimada requerida é a quantidade de nutrientes que conforma com a metade da população em diferentes subgrupos (ex., idade, sexo, condição fisiológica). Ela serve como uma média, pois a quantidade necessária de nutrientes varia para cada pessoa.
De um total de 249.637 participantes de 46 países incluídos na análise, a conclusão foi que uma considerável proporção da população mundial não alcança nem a RDA nem a EAR de vitamina E, ou seja, 82% e 61%, respectivamente.
Como conclusão, os autores afirmam que possíveis medidas a serem tomadas incluem a conscientização do consumo de alimentos ricos em vitamina E (ex., vegetais, peixes gordos e oleaginosas), bem como sua suplementação.
*Lipoperoxidação ou peroxidação lipídica é a incorporação de um oxigênio molecular (radical livre) sobre os ácidos graxos da membrana celular, podendo levar à perda de suas funções e destruição.
Estudos: Szabolcs P, et al. A Systematic Review of Global Alpha-Tocopherol Status as Assessed by Nutritional Intake Levels and Blood Serum Concentrations.Int. J. Vitam. Nutr. Res., 2016. DOI: 10.1024/0300-9831/a000281
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