A gestação é um momento que abarca diversas mudanças na vida da mulher. Dentre elas, podemos destacar a necessidade de uma nutrição adequada para a mãe e o filho nessa fase encantadora e cheia de desafios.
Durante essa jornada, alguns nutrientes desempenham um papel essencial na gestação, como é o caso da vitamina D. Siga no texto e entenda as principais funções da vitamina D na gravidez e como ela é importante para a saúde da mulher e do bebê antes e após o nascimento. Confira!
A vitamina D é um nutriente essencial para o corpo humano. Ela se apresenta de duas formas principais: vitamina D3 (colecalciferol) e vitamina D2 (ergocalciferol):
Tanto a vitamina D2 quanto a D3 têm papéis semelhantes no organismo. No entanto, a vitamina D3 pode ser considerada mais eficaz na melhoria do status sérico do nutriente, que é a quantidade dessa substância presente na corrente sanguínea, fazendo com que apresente uma maior biodisponibilidade.
Em relação às funções da vitamina D no organismo, é sugerido que esse micronutriente pode ter efeitos favoráveis principalmente para o sistema imunológico e para o metabolismo do cálcio. Por isso, podemos destacar diversos benefícios para o corpo todo, como:
A vitamina D na gravidez é importante para diversos aspectos. Para as gestantes, vale destacar os impactos no sistema imunológico e a prevenção de complicações na gravidez, além de efeitos favoráveis para a saúde do bebê. Entenda melhor:
As evidências destacam que, durante a gravidez, o corpo da mãe enfrenta um desafio em relação à imunidade. Por um lado, o sistema de defesa da mulher fica menos ativo. Por outro, isso favorece a aceitação do bebê pelo organismo.
A vitamina D, por sua vez, desempenha um papel importante para manter o sistema imunológico equilibrado. Ela ajuda a controlar a resposta inflamatória, além de influenciar a modulação das células de defesa, chamadas células T, para ajudar na implantação do embrião.
Por isso, quando a mulher não atinge níveis adequados de vitamina D na gravidez, pode afetar negativamente essas células protetoras e, consequentemente, prejudicar a imunidade.
Por influenciar diretamente no sistema imunológico e no funcionamento do organismo como um todo, a vitamina D na gravidez, quando em níveis adequados no corpo da mulher, pode ajudar a prevenir diferentes condições típicas dessa fase. Entre elas, a diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia. Entenda como isso acontece:
Os estudos mostram que mulheres com níveis adequados de vitamina D (>50nmol/L) apresentam risco significativamente reduzido de desenvolver diabetes gestacional em comparação àquelas com níveis baixos do nutriente (<25nmol/L).
A suplementação diária de vitamina D3 em mulheres grávidas, que apresentam deficiência desse nutriente, demonstrou reduzir os níveis de glicose no sangue e, consequentemente, diminuir o risco de diabetes gestacional.
O possível mecanismo entre o nutriente e a doença está relacionado ao prejuízo nas células produtoras de insulina e ao aumento da expressão de citocinas inflamatórias que ocorrem em situações de deficiência de vitamina D. Esses efeitos parecem contribuir com a tolerância à glicose diminuída, condição encontrada na diabetes.
Pesquisadores norte-americanos observaram que pacientes diagnosticadas com pré-eclâmpsia grave apresentaram níveis séricos de vitamina D significativamente mais baixos do que aquelas sem a condição. Ainda, um aumento de 10ng/mL nas taxas desse nutriente pareceu resultar em uma diminuição de 63% nas chances da doença entre essas pacientes.
Uma das justificativas para esse acontecimento é que a vitamina D é um nutriente importante para a regulação genética no início do desenvolvimento da placenta e, nesse processo, sua insuficiência poderia levar a complicações, como uma maior predisposição à pré-eclâmpsia.
Ainda que não esteja totalmente claro como esse mecanismo acontece, os estudos mostraram que a suplementação dessa vitamina pode ser uma intervenção promissora em mulheres que possuem deficiência nutricional do nutriente.
O estado geral de saúde do recém-nascido é medido por meio da escala de Apgar, logo ao nascer. Essa escala determina notas de 0 a 2 para os aspectos: cor, frequência cardíaca, respiração, irritabilidade reflexa e tônus muscular. Nesse sentido, os bebês que apresentam nota geral de 7 a 10, indicam boa vitalidade ao nascer.
A vitamina D, nesse caso, foi destacada em estudos como um ponto positivo para a escala de Apgar, influenciando positivamente no estado geral de saúde do RN. Os bebês de mães suplementadas com vitamina D na gravidez demonstraram pontuações significativamente mais altas no primeiro minuto de vida, assim como também no 5º minuto, em comparação aos bebês de mães que não foram suplementadas.
Além disso, os recém-nascidos de mães que receberam suplementação apresentaram níveis séricos de vitamina D mais elevados em comparação com aqueles cujas mães receberam apenas cuidados de rotina. Ou seja, os níveis maternos influenciam significativamente os níveis neonatais.
Como já citamos anteriormente, a falta de vitamina D na gravidez está associada a um aumento da insulina na gestante, elevando os riscos de desenvolver diabetes gestacional. Também, pode estar relacionada à alteração da pressão arterial, característica central da pré-eclâmpsia. Mas, além disso, algumas outras condições também podem surgir:
Um artigo brasileiro sobre o tema pontuou que a deficiência de vitamina D materna é um dos principais fatores de risco para a deficiência também na infância, mais especificamente até a oitava semana de vida. Isso acontece porque os níveis de vitamina D no recém-nascido são advindos dos níveis da mãe, que são passados pelo cordão umbilical através da placenta.
Essa deficiência, para as crianças, pode estar relacionada à maior incidência de infecções agudas do trato respiratório e sibilância, condição caracterizada por um assobio agudo que ocorre em razão de doenças respiratórias, como a asma.
O aborto espontâneo também pode estar ligado a menores taxas séricas de vitamina D. Um artigo publicado no European Journal of Clinical Nutrition verificou que a deficiência de vitamina D estava associada à perda gestacional no primeiro trimestre.
Além disso, a diminuição dos níveis séricos do nutriente entre mulheres em idade fértil atrelada a um histórico prévio de aborto espontâneo também predispõe ao aumento de risco de perda gestacional.
Dessa forma, se faz importante, inclusive, a suplementação deste nutriente ainda na pré-concepção em casos de deficiência e em mulheres com histórico de perda gestacional em gestações anteriores.
Dada as maiores necessidades nutricionais que a mulher apresenta nesse período, é importante se atentar aos níveis adequados de vitamina D na gravidez.
Por isso, o primeiro passo é realizar o acompanhamento pré-natal regularmente, para que o médico possa avaliar se há ou não a necessidade de aumentar a ingestão desse nutriente. Se houver, algumas alternativas podem ajudar. Veja:
A exposição ao sol é a principal forma de produção da vitamina D. Os raios solares, ao entrarem em contato com a pele, causam uma reação que estimula a produção dessa vitamina no organismo. Além disso, tomar sol diariamente pode favorecer outros aspectos da saúde, ajudando a melhorar até mesmo o humor.
No entanto, é importante ressaltar que a proteção do rosto nesses momentos é indispensável para reduzir os danos à pele. Ainda, outros cuidados também são essenciais para aproveitar esses benefícios de forma segura:
Apesar de a principal forma de obter vitamina D ser através da exposição solar, alguns alimentos também possuem, mesmo que em poucas quantidades, esse nutriente na sua composição. Saiba quais são eles:
Quando a suplementação for necessária, é essencial consultar com o médico que acompanha a gestante para receber uma orientação específica.
Vale lembrar, também, que em casos de suplementação é possível optar por suplementos prontos de vitamina D3 ou pela manipulação com fórmulas individualizadas.
Além dos benefícios para a gestação, a vitamina D3 apresenta importantes efeitos para a saúde como um todo, sendo um nutriente essencial para um organismo saudável. Para entender melhor, continue no blog e saiba tudo sobre a vitamina D3.
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