Quais são as diferenças entre um medicamento industrializado e um produzido por uma farmácia de manipulação? Como isso afeta o tratamento? Quais são os diferenciais de uma boa farmácia magistral? Entenda.
Quando você vai a uma consulta e o médico prescreve um medicamento pronto, industrializado, este já tem uma série de parâmetros estabelecidos. Entre eles, estão a concentração dos princípios ativos, a forma farmacêutica (se líquido, em pó, em cápsulas etc), o excipiente (substância que acompanha o princípio ativo) e a quantidade. Termos técnicos, mas que significam que é um produto pronto e imutável produzido por uma indústria distante.
As drogarias convencionais são pontos de venda das mais diversas indústrias farmacêuticas. O fato de comprar o medicamento no estabelecimento A ou B não é um fator que determina a qualidade do produto, pois a drogaria não modifica em nada o que é produzido na indústria, apenas o vende. A diferença de preços entre esses estabelecimentos se deve a fatores comerciais, e não à qualidade dos insumos, já que estamos falando de um produto acabado, padronizado na indústria e fabricado em grande escala.
Porém, quando um prescritor receita um medicamento manipulado (ou magistral), esse produto pode ser uma composição de vários princípios ativos, ou um ativo isolado, dificilmente comercializada pela indústria farmacêutica. A produção desse medicamento pela farmácia de manipulação é personalizada e única para atender as necessidades individuais do paciente. A fórmula e forma farmacêutica, dose e particularidades, como isenção de corantes ou glúten, são especificadas pelo profissional prescritor. E esse medicamento será produzido em uma farmácia magistral, que funciona como uma pequena indústria farmacêutica.
Diferentemente da drogaria convencional, pode existir muita diferença entre as farmácias de manipulação, pois cada uma funciona como unidade produtiva individual e não exclusivamente como ponto de venda. A variação de preço entre esses estabelecimentos depende de vários fatores, assim como seus benefícios no tratamento do paciente.
Entre eles, a qualidade das matérias-primas, a capacidade dos profissionais e das instalações. Também são importantes a tecnologia aplicada aos processos, o atendimento ao cliente, a entrega de soluções e o controle de qualidade. Ao contrário do medicamento industrializado, existem muitos fatores e detalhes em uma farmácia de manipulação que podem interferir diretamente na eficácia e qualidade do tratamento proposto.
Toda receita deve ser avaliada por um profissional farmacêutico. Se houver qualquer dúvida em relação ao teor da receita, da dose ou forma farmacêutica, a farmácia de manipulação entra em contato com o prescritor para os devidos esclarecimentos. Após a sua produção, o medicamento deve ser mais uma vez conferido. Dessa vez, para aferir o processo produtivo e certificar que o produto foi preparado exatamente conforme solicitado pelo prescritor.
Esse é um grande diferencial do medicamento industrializado, que já vem pronto para consumo, ao contrário do manipulado, que é personalizado de acordo com as necessidades específicas dos pacientes.
A escolha das cápsulas e excipientes é muito importante para evitar alergias e garantir a ação do princípio ativo. As cápsulas podem ser brancas ou vegetais, evitando qualquer tipo de corante artificial possivelmente usado em sua produção. Pode-se também adequar o tamanho da cápsula à capacidade de deglutição do paciente, ou alterar para solução oral no lugar de cápsulas.
Já os excipientes devem ser isentos de açúcares e edulcorantes artificiais, como aspartame, sucralose, ciclamato, sacarina, acessulfame, possuindo bases hipoalergênicas adaptadas ao paladar do cliente. Os excipientes devem ser selecionados conforme cada ingrediente, visando uma maior biodisponibilidade. Por exemplo, excipientes que promovem a liberação lenta do princípio ativo (slow release), cápsulas com excipientes oleosos para substâncias dissolvíveis em gordura ou excipiente especial para os hormônios.
Toda matéria-prima deve ser examinada por um laboratório de controle de qualidade sempre que chega à farmácia de manipulação. Somente após aprovação, a matéria-prima pode ser liberada para utilização, devendo ser alojada em laboratório específico para sua armazenagem.
Também devem ser analisadas com frequência a qualidade da água potável e da água purificada, o peso médio das cápsulas e o registro das características organolépticas, incluindo pH e fluidez, de formulações líquidas.
Ufa! São muitos os cuidados que fazem uma boa farmácia de manipulação. Mas não termina por aí. Há outras conferências, outros cuidados e outros fatores a se observar para que uma farmácia de manipulação atinja um patamar de excelência. Saiba mais em reportagem da Revista Essentia Pharma (começa na página 9 ;-))
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