Embora o essencial ácido graxo marinho ômega-3 e a vitamina D têm sido apontados como otimizadores da função cognitiva e comportamento no contexto de determinadas perturbações cerebrais, o mecanismo subjacente tem sido pouco claro. Em um novo estudo publicado no FASEB Journal, a serotonina é explicada como o possível elo perdido que explica a razão.
Em um artigo anterior, publicado no ano passado, os autores Patrick e Ames discutiram as implicações de sua descoberta de que a vitamina D regula a conversão do aminoácido essencial triptofano em serotonina, e como isso pode influenciar o desenvolvimento de autismo, especialmente no desenvolvimento de crianças com carência de vitamina D.
Aqui eles discutem a relevância desses micronutrientes para a doença neuropsiquiátrica. A serotonina afeta uma ampla gama de funções cognitivas e comportamentos, incluindo o humor, tomada de decisão, comportamento social, comportamento impulsivo, e até mesmo desempenha um papel no processo de tomada de decisão social, mantendo sob controle as respostas sociais agressivas ou comportamento impulsivo.
Muitos distúrbios clínicos, como o transtorno do espectro do autismo (TEA ou ASD em inglês), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH ou ADHD em inglês), transtorno bipolar, esquizofrenia e depressão, têm em comum baixos níveis de serotonina no cérebro. “Neste artigo explicamos como a serotonina é um modulador crítico da função executiva, controle de impulsos, “portão” sensorial e comportamento pró-social”, relata o Dr. Patrick. “Nós associamos a produção e função da serotonina com a vitamina D e o ácido graxo ômega-3, sugerindo uma forma de esses micronutrientes importantes ajudarem no funcionamento do cérebro e afetar a maneira como nos comportamos.”
O ácido eicosapentaenóico (EPA) aumenta a liberação de serotonina através dos neurônios pré-sinápticos, reduzindo moléculas de sinalização inflamatórias no cérebro conhecidas como prostaglandinas da série E2, que inibem a liberação de serotonina e sugerem como a inflamação pode ter um impacto negativo na serotonina no cérebro. O EPA, no entanto, não é o único ômega-3, que desempenha um papel na via da serotonina. O ácido docosahexaenóico (DHA) também influencia a ação de vários receptores de serotonina, tornando-os mais acessíveis à serotonina, aumentando a fluidez da membrana celular em neurônios pós-sinápticos.
O estudo ilumina as ligações mecanicistas que explicam por que baixos níveis de vitamina D, que é produzida principalmente pela pele quando exposta ao sol, e deficiências de ômega-3 interagem com caminhos genéticos, tais como a via de serotonina, que são importantes para o desenvolvimento do cérebro, cognição social e tomada de decisão, e como essas interações entre genes e micronutrientes podem influenciar os resultados neuropsiquiátricos. “A vitamina D, que é convertida em um hormônio esteroide que controla cerca de 1.000 genes, muitos no cérebro, é uma importante lacuna nos EUA, e deficiências de ácidos graxos ômega-3 são muito comuns porque as pessoas não comem peixe suficientemente”, disse Dr. Ames.
Esta publicação sugere que a otimização da ingestão de vitamina D, EPA e DHA melhoraria as concentrações e funções da serotonina no cérebro, possivelmente prevenindo e melhorando alguns dos sintomas associados com as desordens psiquiátricas sem efeitos colaterais.
Traduzido por Essentia Pharma
Fonte: http://www.sciencedaily.com/releases/2015/02/150225094109.htm
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